Marfrig e BRF se unem para formar gigante do setor de alimentos. (Foto: Adobe Stock)
A Marfrig (MRFG3) remarcou a assembleia de incorporação da BRF (BRFS3) para as 11 horas (de Brasília) do dia 14 de julho de 2025, mostra documento publicado nesta segunda-feira (23). A votação estava marcada inicialmente para o dia 18 de junho e foi suspensa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após a autarquia exigir que a companhia disponibilize mais informações sobre a proposta de fusão.
A assembleia será de forma presencial, na Avenida Queiroz Filho, número 1.560, na cidade de São Paulo. Segundo a companhia, o acionista que quiser enviar seu voto pelo boletim eletrônico terá seu posicionamento aceito até o dia 14 de julho, no início da assembleia. Para os investidores que não quiserem mudar de voto, não será necessário enviar um novo boletim para a empresa.
O pedido de suspensão foi realizado por investidores minoritários, que citaram a ausência de informações suficientes para análise das condições de incorporação entre as duas empresas, além da necessidade de providências para garantir a transparência e proteção dos seus direitos.
Inicialmente, a proposta apresentada ao mercado estabelecia que os acionistas da BRF (exceto a própria Marfrig) receberão 0,8521 ação ordinária da Marfrig para cada 1 ação da BRF. A negociação considerava ainda a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio de R$ 3,52 bilhões pela BRF e R$ 2,5 bilhões pela Marfrig.
Entenda por que acionistas minoritários da BRF alegam prejuízo na fusão com a Marfrig
Essas condições de incorporação não foram analisadas pelo mercado como favoráveis aos acionistas da BRF. Na época, quando os frigoríficos informaram a fusão, a Genial Investimentos ressaltou que a proposta da Marfrig para aquisição estava aquém da eficiência operacional da BRF e garantia um prêmio estimado de até 15% para a Marfrig pelo controle da companhia, algo incomum para as operações dessa magnitude. Isso porque, no pregão do dia 15 maio, as ações das duas empresas encerraram com cotação semelhantes, sendo de R$ 20,62 para a BRFS3 e de R$ 20,66 para a MRFG3
“A CVM entendeu que a definição da relação de troca não se deu com base nas cotações das ações. Ela apresentou-se significativamente diferente do histórico de negociação em bolsa”, diz João Otávio Goes, advogado especialista em Direito Processual Civil e Concorrencial, sócio da Oliveira & Olivi. O órgão regulador determinou ainda a divulgação dos estudos, relatórios e análises utilizados pelo Comitê Especial independente e pelo Conselho de Administração, incluindo as projeções econômicas, aos acionistas minoritários da BRF. Para mais informações sobre a incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig, clique aqui.