- No leilão de aeroportos que ocorreu nesta quarta-feira (7), a empresa ficou com o lote Sul, por R$ 2,128 bilhões, e o Central, por R$ 754 milhões, totalizando cerca de R$ 2,88 bilhões
- Vale lembrar que o grupo CCR já detém a concessão de outros aeroportos, como o de Confins, em Minas Gerais. Além disso, a companhia também administra terminais no Equador, Costa Rica e Curaçao
- Segundo especialistas, a ação caiu por conta da antecipação do mercado, da trajetória de alta no acumulado dos últimos 30 dias e também do alto valor do ágio pago pela CCR
Apesar de ter arrematado dois dos dois dos três blocos ofertados pelo governo no leilão de aeroportos que ocorreu nesta quarta-feira (7), as ações da CCR (CCRO3) fecharam o dia em queda de 1,59%, cotadas a R$ 12,99. A empresa ficou com o lote Sul, por R$ 2,128 bilhões, e o Central, por R$ 754 milhões, totalizando cerca de R$ 2,88 bilhões.
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No geral, foram concedidos 22 aeroportos divididos em três blocos: Sul, Norte e Centro. Além da CCR, a vencedora do lote Norte foi a empresa francesa Vinci Airports, que o arrematou por R$ 420 milhões. Com isso, o leilão vai render para o governo federal R$ 3,3 bilhões em pagamentos de concessão.
Vale lembrar que o grupo CCR já detém a concessão de outros aeroportos, como o de Confins, em Minas Gerais. Além disso, a companhia também administra terminais no Equador, Costa Rica e Curaçao, fora a operação de serviços aeroportuários nos EUA. “O sucesso do leilão mostra que há muitos recursos para serem investidos em bons ativos no Brasil, inclusive ativos via concessão, como esse leilão de aeroportos”, diz Flávio Conde, head de análise na Inversa.
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O E-Investidor entrevistou especialistas para saber por que, mesmo vencendo leilões de aeroportos, as ações do grupo não subiram.
Impacto nas ações
Segundo José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos, o mercado está sempre se antecipando aos fatos. “Quando eles se concretizam, são feitas as contas de quanto foi pago para entender se aquele foi um bom negócio ou não, em termos financeiros da operação em si”, diz.
Por isso, na opinião de Cataldo, parte dessas aquisições já vinham sido precificadas pelo mercado e, por isso, o impacto positivo após a compra foi reduzido. “Nós já vínhamos destacando que a CCR estava mais preparada, em termos financeiros, para participar de bons projetos nessas concessões que seriam leiloadas“, diz.
Ainda que as ações estejam em trajetória de queda nesta quarta-feira (7), os papéis da CCR estão registrando alta no acumulado dos últimos 30 dias, com valorização de 10,65% no período.
Além da possibilidade da aquisição já ter sido precificada, Gustavo Bertotti, economista chefe da Messem Investimentos, destaca outro fato que pode ter impactado nas ações, que são as ofertas agressivas que a CCR fez para arrematar os lotes. Os ágios pagos pela companhia foram relativamente altos, de cerca de 1534% no lote Sul e 9156% no Central.
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“Na minha opinião, a aquisição trará benefícios para a companhia no longo prazo, principalmente com crescimento de Ebitda e Receita”, diz o economista.
Ambos os especialistas veem com bons olhos a aquisição para o longo prazo da companhia, e também as perspectivas para o futuro da infraestrutura do país.
“No geral, o resultado foi satisfatório. Nesta semana ainda temos muitas opções no segmento de infraestrutura para serem leiloadas. Isso, possivelmente, implicará na entrada de recursos estrangeiros”, conclui Cataldo.