- O Bitcoin renovou sua máxima histórica de US$ 64.863,10 às vésperas do IPO da Coinbase (COIN), no dia 14 de abril. Mas em 12 dias, até esta segunda-feira (26), a criptomoeda amarga queda de 17,89%
- Para especialistas no mercado de criptomoedas, a queda do valor do ativo reflete a perda de predominância do Bitcoin no segmento. Mas novas altas devem ocorrer rapidamente
- Especialista orienta nunca vender o Bitcoin, pois ele sempre acaba subindo novamente
O Bitcoin renovou sua máxima histórica de US$ 64.863,10 às vésperas do IPO da Coinbase (COIN), no dia 14 de abril. Mas em 12 dias, até esta segunda-feira (26), a criptomoeda amarga queda de 17,89%, cotada a US$ 53.307,10. Por causa do tombo, o valor total do ativo caiu para menos de US$ 1 trilhão, o que ocorreu pela última vez em 25 de março.
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Especialistas afirmam que a queda do valor do ativo reflete a perda de predominância do Bitcoin no segmento, mas novas altas devem ocorrer rapidamente. No acumulado deste ano, a criptomoeda já se valorizou 90,25% em reais.
Dois fatos recentes podem explicar a desvalorização do Bitcoin. Uma mina de carvão na China foi inundada e o governo precisou desligar o fornecimento de energia do país. Com isso, os mineradores da criptomoeda ficaram sem o principal insumo para realizar a atividade. Além disso, o governo de Joe Biden anunciou que pretende fazer alterações no código tributário dos EUA. Uma delas é aumentar os impostos sobre os ganhos de capital para as pessoas que recebem mais de US$ 1 milhão, o que poderia reduzir os ganhos com os investimentos em criptomoedas.
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Durante uma live realizada na sexta-feira (23), os executivos da Dynasty Global Investments AG, plataforma de investimento em token fundada na Suíça pelos brasileiros Eduardo Carvalho e Fábio Asdurian, afirmaram que outras criptomoedas ganharam força e por isso o Bitcoin se desvalorizou. “O Bitcoin sempre representou mais de 50% do valor de todo o mercado cripto, mas com a queda dos últimos dias atingiu 48%. Isso significa que as outras criptomoedas ganharam força e conquistaram uma fatia do mercado”, diz Asdurian.
Em janeiro deste ano, cerca de 70% da capitalização do mercado cripto era do BTC. Atualmente, o número está na casa dos 50%. O Ether, criptomoeda da rede Ethereum, ocupa agora cerca de 14,3% de todo o segmento.
Segundo Carvalho, o possível aumento de impostos nos EUA impactou o mercado financeiro como um todo. O executivo explica que quando acontecem quedas bruscas de preço como essas, são disparados muitos dispositivos de Stop Loss. Eles são mecanismos de ordem de venda programados para serem executados automaticamente, caso o valor de determinado ativo atinja um certo percentual de perda sinalizado pelo investidor. Com isso, após o disparo são desencadeadas inúmeras opções de venda, que começam a liquidar as posições.
Dicas para os investidores
Quem entra no mercado cripto deve garantir que tem uma tolerância maior aos riscos, tendo em vista que a volatilidade é superior à do mercado de investimentos tradicional. Para efeito de comparação, a maior alta do Ibovespa nesta segunda-feira (26) foi a ação da Hering (HGTX3), que subiu 26,01%. Já a criptomoeda que mais se valorizou nas últimas 24 horas, segundo a plataforma Coinmarketcap, foi a Waves, com alta de 37,90%.
“Quem entra nas criptomoedas está focando em ganhos de 30%, 40%, 100%, às vezes até 300%. Se você tem esse objetivo, não pode entrar em pânico com uma queda de 20% ou 30%. É uma coisa que faz parte do jogo, se a pessoa não está disposta a se expor a essa volatilidade, é melhor não mexer com criptomoedas” diz Carvalho.
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Além disso, a retomada das criptos é muito mais rápida do que dos ativos tradicionais. Carvalho relembra o início da crise do coronavírus, em fevereiro de 2020, quando o Bitcoin valia US$ 9.824,34. Em 16 de março, o valor caiu para US$ 5.009,29. Já em 27 de julho, o BTC já tinha superado os níveis pré-crise, cotado a US$ 10.833,48.
“Quando você vê toda uma estrutura financeira mundial se movimentando para adquirir o Bitcoin, começa a sentir que esse é um ativo para manter na carteira e não se desfazer, mesmo que ele apresente 20% ou 30% de queda”, diz Carvalho.
Por fim, o executivo até brinca que existem outros ativos melhores para se desfazer quando a pessoa precisa de dinheiro rápido. A orientação é nunca vender o Bitcoin, pois ele sempre acaba subindo novamente. ”Essa dica vai valer por pelo menos cinco ou seis anos, tranquilamente”, conclui Carvalho.