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Aquisições Magalu: como a compra de empresas impactou a MGLU3

O início da estratégia de aquisições coincide com o período de entrada da companhia no mercado financeiro

Aquisições Magalu: como a compra de empresas impactou a MGLU3
(Fonte: Shutterstock)
  • O Magazine Luiza (MGLU3) registrou vendas totais de quase R$ 14 bilhões, durante o segundo trimestre de 2021
  • O resultado foi impulsionado pelo aumento do e-commerce, responsável por 72% do volume de vendas da varejista
  • Além do crescimento orgânico provocado pela pandemia, os números são fruto de uma estratégia agressiva de aquisição de empresas

(Por Aléxis Cerqueira Góis, especial para o E-Investidor) – O Magazine Luiza (MGLU3) registrou vendas totais de quase R$ 14 bilhões, durante o segundo trimestre de 2021. O número representa um avanço de mais de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi impulsionado pelo aumento do e-commerce, responsável por 72% do volume de vendas da varejista.

Além do crescimento orgânico provocado pela pandemia, os números são fruto de uma estratégia agressiva de aquisição de empresas. Esse movimento trouxe mais agilidade e eficiência para a atuação da companhia, enquanto propiciou uma perspectiva sólida de valorização das ações MGLU3 a longo prazo.

Em julho de 2021, quando a companhia anunciou a sua última aquisição (até o fechamento deste texto), a cotação da MGLU3 disparou e superou os R$ 23, retomando um patamar próximo ao valor antes do início da pandemia, em março de 2020 — período em que a ação despencou mais de 20%, acompanhando o movimento de queda da economia mundial.

Histórico de aquisições do Magazine Luiza

As aquisições do Magazine Luiza para expandir a sua atuação e participação no mercado começaram no início dos anos 2000. A época coincide com o período do lançamento de seu site e da entrada da companhia no mercado financeiro, a partir de uma joint venture com o Itaú Unibanco.

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Em 2001, a compra da rede Wanel, no interior de São Paulo, marca uma década de conquista de novos mercados. Em 10 anos, o Magazine Luiza comprou as redes de lojas Líder, da região de Campinas (SP); Arno, do Rio Grande do Sul; Base, Kilar e Madol, com atuação nos três estados da região Sul; e Maia, com 136 pontos de venda no Nordeste.

Com R$ 83 milhões, dos R$ 600 milhões levantados pela abertura de capital na Bolsa de Valores em 2011, o Magazine Luiza comprou as 121 lojas do Baú da Felicidade, do Grupo Sílvio Santos. Essa última aquisição completa um ciclo de consolidação da companhia no mercado, que passou desde então a focar o desenvolvimento de sua estrutura interna.

Mudança de estratégia nas aquisições do Magalu

Compras de empresas de logísticas ajudaram Magalu a se destacar no mercado de entregas rápidas. (Fonte: Shutterstock/casa.da.photo/Reprodução)

A partir de 2015, o Magazine Luiza reorientou a sua estratégia de atuação, focando a transformação digital. Para tanto, lançou uma versão de seu aplicativo para dispositivos móveis e implantou um novo sistema de vendas em 180 lojas. No ano seguinte, realizou o lançamento de seu marketplace, com a participação de outros 50 parceiros.

Em 2018, a empresa foi rebatizada de Magalu e retomou o ciclo de aquisições. Nessa nova onda, porém, a MGLU3 não comprou concorrentes com a mesma área de atuação e público consumidor para ampliar a sua participação no mercado. A organização passou a adquirir companhias que possam complementar os seus negócios.

A primeira compra realizada nesse novo ciclo foi da startup Logbee, que se tornou o serviço próprio de entregas da companhia. Para reforçar o seu marketplace, adquiriu também as startups Integra e a Softbox, especializadas em soluções, respectivamente, de integração de operações de comércio eletrônico e voltadas para empresas de varejo e indústria de bens de consumo no mercado digital.

Formação do ecossistema Magalu

As compras das startups deram indícios do fortalecimento do Magalu no ambiente digital. No entanto, a formação de um ecossistema em torno da marca, a semelhança da Amazon, ficou mais clara com as aquisições realizadas a partir de 2019, nos setores de logística, serviços financeiros, serviços e de conteúdo.

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O Magazine Luiza realizou duas grandes operações com varejistas do comércio eletrônico, que ampliaram substancialmente os segmentos de produtos oferecidos pelo seu marketplace. A MGLU3 adquiriu a Netshoes, maior e-commerce esportivo do Brasil e a plataforma de livros Estante Virtual.

O Magazine Luiza também expandiu a sua atuação para além do varejo eletrônico. Entre os destaques, estão as aquisições da plataforma de delivery de alimentos AiQFome, do site de tecnologia CanalTech, da empresa de publicidade digital Inloco e da Betta, especialista na criação de aplicativos, além da plataforma de ensinos ComSchool.

Quais empresas Magazine Luiza comprou em 2021?

Kabum! foi a maior aquisição da história do Magazine Luiza. (Fonte: Kabum!/Reprodução)

O apetite do Magalu por novas empresas continuou em 2021. Até julho, a companhia já tinha realizado 10 aquisições. Em março, comprou a VipCommerce, fornecedora de sistema para 100 redes de supermercado. O negócio influenciou a valorização da MGLU3, que subiu de 3,5% no dia do anúncio.

No mesmo mês, foram compradas a Steal The Look, plataforma de moda e beleza; e mais dois aplicativos de entrega de alimentos prontos, ToNoLucro e GrandChef. No entanto, o impacto das aquisições na bolsa de valores foi engolido pelo temor frente a uma nova onda de contaminação pelo coronavírus.

Em abril, a gigante varejista obteve o controle da startup SmartHint, que utiliza inteligência artificial no comércio eletrônico. O negócio empolgou o mercado e gerou uma alta de 8% nas ações do Magazine Luiza. Ainda em abril, a companhia adquiriu o site de conteúdo Jovem Nerd, voltado à cultura geek, mas a movimentação teve um impacto limitado na MGLU3.

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No final do primeiro semestre do ano, Magalu anunciou o contrato para compra da Bit55, processadora de crédito e débito em nuvem, e o aplicativo PlusDelivery, líder do segmento de entrega de alimentos no Espírito Santo. Os dois negócios não chegaram a provocar uma oscilação fora do comum na MGLU3.

No dia 7 de julho, a companhia adquiriu a Juni, startup que realiza análise de comportamentos do consumidor durante as compras online e atende empresas como Marisa (AMAR3), Lojas Renner (LREN3) e PagSeguro. O negócio provocou a valorização de 4,5% da MGLU3 no dia em que foi realizado.

A varejista pagou, ainda no mesmo mês, R$ 3,5 bilhões pelo Kabum!, plataforma de comércio eletrônico de produtos de tecnologia. Essa foi a maior aquisição da história do Magalu. A fusão da operação das duas empresas deve provocar uma sinergia de atuação, o que fez as ações do Magazine Luiza subirem quase 2% no dia do anúncio.

No entanto, para concretizar o negócio, o Magalu teve de realizar a distribuição primária de 175 milhões de ações, que levantou quase R$ 4 bilhões. Isso levou a uma derrubada da cotação da MGLU3, que mergulhou em uma longa queda desde então.

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Nem a aquisição da Sode no final de julho, fundamental para a estratégia de entregas super-rápidas da varejista, foi capaz de reverter a tendência desenhada no início do segundo semestre.

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