- Nos últimos anos, o tema sustentabilidade ganhou visibilidade e muitas pessoas passaram a se preocupar mais com o que descartam
- Houve também um boom na educação financeira, com muitos canais incentivando pessoas a lidarem de forma consciente com o dinheiro
- Tudo isso reforçou que a educação financeira e a sustentabilidade estão conectadas; uma ação que parece individual pode impactar o coletivo
Quero começar este artigo com uma pergunta: você reflete sobre os impactos da sua decisão antes de fazer uma compra ou um investimento?
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Nos últimos anos, o tema sustentabilidade ganhou visibilidade e muitas pessoas passaram a se preocupar mais com o tipo e a quantidade dos produtos que consomem e descartam.
Ao mesmo tempo, houve um boom na promoção da educação financeira, com muitos canais falando sobre finanças na internet e incentivando pessoas a lidarem de forma mais consciente com o dinheiro.
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O “minimalismo” se tornou palavra-chave de influenciadores que vivem com o essencial, focados nas experiências e não nos bens materiais. O “menos” se tornou “mais”.
Tudo isso só reforçou o que sempre digo em sala de aula para os meus alunos: que a educação financeira e a sustentabilidade estão conectadas. Uma ação que à primeira vista parece individual pode impactar o coletivo.
O impacto das decisões
Iniciei este texto com uma pergunta sobre comportamento porque entendo que sustentabilidade e educação financeira estão relacionadas, principalmente, a tomar boas decisões.
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Para tomá-las, é preciso se conhecer bem, evitar tomar atitudes por impulso e sempre se questionar mais de uma vez. Você deve garantir que está agindo com a razão e baseado no que realmente acredita, não por influência.
“Tomar uma boa decisão é quando paramos na frente de uma vitrine e nos perguntamos: quero ou preciso? É quando nos perguntamos como pagaremos, se compraríamos mesmo aquele bem ou serviço se fosse em dinheiro vivo, pesquisamos o fornecedor e pensamos no descarte”, diz Paula Sauer, economista, planejadora financeira, professora da ESPM e membro do conselho da Multiplicando Sonhos.
Sustentabilidade não é só sobre consumo, mas também investimento
Outra boa decisão que você pode tomar em relação à sustentabilidade é optar por investir em empresas que se preocupam com o meio ambiente e com a sociedade em que vivemos.
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Hoje, muitas companhias têm diretrizes ESG, sigla para ações focadas no meio ambiente, no social e na governança. Já outras têm um histórico não tão legal, de degradação ao meio ambiente e baixa responsabilidade social.
Por isso, pesquisar bem sobre uma empresa antes de comprar uma ação dela também é sustentabilidade. O melhor é investir naquilo que você de fato acredita e não somente no que deve trazer lucro.
Educação e políticas públicas
Além de ser uma decisão consciente de cada um, ter uma visão sustentável sobre o planeta e o dinheiro é uma questão cultural. “Normalmente essa consciência nasce a partir de uma experiência marcante, seja ela com o próprio indivíduo, seja a partir da observação de uma experiência do outro”, diz Sauer.
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Nesse sentido, a educação tem um grande poder. Afinal, é na escola que o jovem é treinado para ver as coisas com outros olhos.
Um estudante que tem a oportunidade de aprender a importância de fazer boas escolhas e poupar provavelmente desenvolverá um comportamento mais sustentável para si e para o planeta.
Para Sauer, boas práticas devem ser compartilhadas e estimuladas por meio de políticas públicas, linguagem simples e exemplos visuais. “Adicionar um olhar de sustentabilidade no processo de cidadania financeira pode ser um caminho possível.”
Na Multiplicando Sonhos, a educação financeira tem papel principal, mas a sustentabilidade anda de mãos dadas com ela e está atrelada à estratégia da instituição. Por isso, nos tornamos a mais nova integrante do Pacto Global da ONU no Brasil, iniciativa que engaja os setores privados e públicos em ações alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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O Pacto Global é um movimento que tem por objetivo mobilizar empresas interessadas em promover ações e políticas em todo o planeta, visando a criação de um mundo melhor, através da responsabilidade social e da sustentabilidade.
Os ODS foram criados em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030. Eles são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
Dos 17 “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)” existentes, a Multiplicando sonhos está alinhada a oito deles.
A partir da nossa missão, atrelados aos nossos projetos, nos dedicamos a contribuir com oito deles em particular:
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1- Erradicação da Pobreza
4- Educação de qualidade
5- Igualdade de Gênero
8- Trabalho decente e crescimento econômico
9- Indústria, inovação e infraestrutura
10- Redução das desigualdades
11- Cidades e comunidades sustentáveis
17- Parcerias e meios de implementação
Acredito que a educação financeira nas escolas pode transformar o mundo que vivemos, porque com uma simples decisão consciente em relação ao consumo podemos mudar muitas coisas ao nosso redor e, a partir de nós, começarmos a plantar as sementinhas da sustentabilidade. Não acha?
Seja um multiplicador de sonhos.
* Colaboração: Giovanna Castro e Andréa Tavares