O que este conteúdo fez por você?
- Os mercados estão em constante transformação, e o de criptomoedas não é diferente
- Stablecoins têm o potencial de se tornar o primeiro grande caso de uso a romper a bolha do setor e alcançar uma adoção global
- Fá muito espaço para as altcoins, que devem acompanhar o crescimento do mercado e desempenhar um papel fundamental
Os mercados estão em constante transformação, e o de criptomoedas não é diferente. Talvez a velocidade de rotação do mundo cripto seja ainda maior. Relatórios como o “10 Teses para 2025”, feito pelo time do MB Mercado Bitcoin, cumprem esse papel: oferecer uma bússola para orientar o investidor. Não temos bola de cristal, mas acreditamos ser muito mais confortável para o investidor saber que está acompanhado por quem vive e respira esse mercado 24 horas por dia, 7 dias por semana. Neste artigo e no próximo, explorarei dez tendências que prometem moldar o mercado cripto no próximo ano — cinco delas neste texto e as outras cinco na semana que vem.
1- Bitcoin rumo aos US$ 200 mil
O Bitcoin está mais próximo do que nunca de atingir novos patamares. Após o halving de 2024, que reduziu a emissão de novos BTCs pela metade, as condições estão maduras para um ciclo de alta significativo. Esse fenômeno já foi observado nos ciclos anteriores, com valorizações expressivas ocorrendo entre 12 e 18 meses após o evento.
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Além disso, a aprovação de ETFs de Bitcoin spot por gigantes como BlackRock e Fidelity trouxe um influxo massivo de investidores institucionais. Esses ETFs não apenas facilitam o acesso ao Bitcoin como aumentam sua legitimidade no mercado financeiro tradicional.
O cenário pode ganhar ainda mais força com a nova administração de Donald Trump nos EUA, que já de sinais claros de sua intenção em criar em um ambiente mais favorável à indústria cripto, incluindo a ideia de, talvez, usar Bitcoin como parte das reservas estratégicas do país.
Com as condições macroeconômicas desafiadoras — inflação persistente, crises fiscais em economias emergentes e um dólar fortalecido —, o Bitcoin reforça sua narrativa como proteção patrimonial. O patamar entre US$ 150 mil e US$ 200 mil em 2025 pode representar um preço acima dos R$ 1 milhão – uma marca absolutamente histórica. Porém o câmbio tem enfrentado forte instabilidade e recentemente o dólar tem atingido máximas históricas contra o real. O pessimismo é generalizado, e não seria surpreendente ver o dólar chegar a R$ 7 ou mais. Nesse cenário, o preço do Bitcoin em reais poderia ultrapassar R$ 1,4 milhão, consolidando ainda mais sua posição como uma verdadeira reserva de valor, especialmente em economias emergentes – e instáveis – como a nossa.
2- Finanças Descentralizadas (DeFi) alcançando US$ 10 trilhões
As Finanças Descentralizadas não são mais um nicho. Em 2025, espera-se que o volume acumulado de transações no DeFi ultrapasse US$ 10 trilhões. Vejo o DeFi como uma grande prova de conceito da reconstrução em blockchain do sistema financeiro global. Aos poucos estamos criando de fato uma alternativa viável aos sistemas tradicionais.
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Plataformas como Aave, Uniswap e Curve lideram essa revolução, oferecendo serviços financeiros como empréstimos, trocas de ativos e geração de rendimentos, tudo sem intermediários. A adoção crescente de soluções de Layer 2, como Arbitrum e Optimism, está reduzindo custos e ampliando a acessibilidade, atraindo tanto investidores de varejo quanto institucionais.
Essa expansão reflete a força do DeFi em resolver gargalos críticos da indústria tradicional, como eficiência, custo e inclusão financeira. Ele também demonstra como o blockchain está remodelando a estrutura do mercado financeiro global.
3- Stablecoins: as engrenagens do mundo cripto
As stablecoins, centrais no universo cripto, ainda são desconhecidas do grande público, mas têm o potencial de se tornar o primeiro grande caso de uso a romper a bolha do setor e alcançar uma adoção global — muitas vezes por usuários que sequer percebem que estão utilizando tecnologia cripto.
Stablecoins, como o USDT da Tether e o USDC da Circle, oferecem soluções eficientes para pagamentos internacionais, hedge cambial e inclusão financeira em economias emergentes. Sua infraestrutura blockchain permite transferências rápidas e baratas, tornando-as indispensáveis para transações globais e atraindo tanto indivíduos quanto empresas.
Em 2025, espera-se que a Tether (USDT), a maior stablecoin do mercado, possa figurar entre os 10 maiores detentores de títulos do Tesouro Americano. Isso a colocaria ao lado de países como Suíça e França no financiamento da dívida dos EUA, um feito impressionante para um ativo originado no ecossistema cripto.
No Brasil, o impacto das stablecoins é ainda mais evidente. Dados recentes da Receita Federal revelam que essas moedas digitais representam mais de 80% do volume transacionado declarado em criptoativos, um número que impressiona e chama a atenção, inclusive do Banco Central. Isso reflete a utilização crescente das stablecoins como proteção contra a desvalorização do real e instrumento para remessas internacionais, que, embora viáveis tecnicamente, ainda carecem de maior clareza regulatória — algo que o BC vem tratando em iniciativas como a Consulta Pública 111 (proposta de regulação para atividades e operações das prestadoras de serviços de ativos virtuais no mercado de câmbio e em capitais internacionais).
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Essa relevância deve crescer ainda mais, com governos e instituições financeiras explorando formas de integrar esses ativos ao sistema financeiro tradicional. Com uma capitalização de mercado superior a US$ 200 bilhões, já ultrapassando a máxima histórica de maio de 2022, as stablecoins estão cada vez mais solidificando seu papel como uma ponte entre o universo cripto e o mercado financeiro global.
4- Inteligência Artificial no Blockchain
O casamento entre Inteligência Artificial (IA) e blockchain promete ser um divisor de águas. Em 2025, espera-se um crescimento de 200% nas aplicações que integram essas tecnologias, com casos de uso que vão desde automação e detecção de fraudes até análise preditiva e segurança aprimorada.
Um dos maiores trunfos dessa integração é o volume massivo de dados gerado pelas blockchains, um verdadeiro prato cheio para ser destrinchado por algoritmos de IA. Empresas estão utilizando a IA para otimizar redes blockchain, melhorando eficiência energética e velocidade. Ao mesmo tempo, blockchains estão sendo usados para tornar algoritmos de IA mais confiáveis, criando registros imutáveis de treinamentos e decisões, o que traz mais transparência e segurança aos processos.
Essa combinação está revolucionando a forma como organizações utilizam dados e tomam decisões, criando novos modelos de negócios e impulsionando inovações em setores como saúde, finanças e logística. Com a união entre IA e blockchain, estamos apenas arranhando a superfície do que é possível.
5- Altseason: a vez das altcoins
Historicamente, anos de pós-halving do Bitcoin são marcados por ciclos de alta para altcoins, conhecidos como altseasons. No entanto, o ciclo atual tem sido especial, com um foco marcante em Bitcoin. A crescente adoção institucional, impulsionada pela aprovação de ETFs spot, tem direcionado boa parte do capital para o BTC, consolidando sua narrativa como reserva de valor global.
Ainda assim, há muito espaço para as altcoins, que devem acompanhar o crescimento do mercado e desempenhar um papel fundamental. Em 2025, a dominância do Bitcoin — que representa sua participação no valor total de mercado cripto — deve cair para algo entre 40% e 50%, enquanto a capitalização total das altcoins pode ultrapassar US$ 5 trilhões.
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Entre os destaques está a Solana, que tem se consolidado como uma alternativa robusta ao Ethereum, especialmente com suas transações rápidas, taxas baixas e o impacto do Firedancer, um client capaz de processar até 1 milhão de transações por segundo. Solana está se juntando ao Bitcoin e ao Ethereum, formando o que já podemos chamar de o Big 3 do mundo cripto.
Esse ciclo reflete um mercado em evolução, onde os investidores reconhecem o valor do Bitcoin e, ao mesmo tempo, exploram altcoins emergentes que trazem soluções inovadoras e maior potencial de crescimento. Projetos como Arbitrum e Optimism, focados em escalabilidade, estão transformando o ecossistema do Ethereum, enquanto iniciativas como Bittensor, que combina blockchain com inteligência artificial, e Pendle, que permite que investidores negociem rendimentos futuros de ativos cripto, têm atraído capital significativo. Esses projetos emergentes demonstram como o mercado cripto continua a expandir suas possibilidades e diversificar oportunidades de investimento.
Conclusão
Essas cinco tendências representam um mercado cripto em plena evolução, com inovações tecnológicas, transformações econômicas e mudanças estruturais que devem moldar o futuro da economia digital. O ano de 2025 promete, e essas foram somente as cinco primeiras. No meu próximo artigo trago as outras cinco. Até lá!
O futuro está sendo construído agora. A questão é: você está preparado para ele?
#Bitcoin #DeFi #Stablecoins #InteligênciaArtificial #Altcoins
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