- No Brasil, a inflação foi puxada principalmente pelo aumento no grupo Transportes, afetada em especial pelos combustíveis
- Mas o que todo mundo, de fato, quer saber é se esses níveis de preços permanecerão em 2022. A resposta é que, muito provavelmente, não teremos uma deflação neste ano
(Marco Saravalle e Caroline Cavalheiro) – Se tem uma coisa que o brasileiro gosta é de um cafezinho. Mesmo reclamando do calor, o café preto está na mesa. Mas os dias dos consumidores no Brasil não têm sido nada fáceis. Com uma inflação na casa dos dois dígitos – 10,06% em 2021, o que representa quase o dobro do limite tolerável, em 5,25% – é possível dizer que estamos vivendo os anos 1980 novamente?
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Apesar de tudo, não é só no Brasil que estamos vivenciando a alta exacerbada nos preços. A inflação tem sido uma problemática econômica em escala global. Nos Estados Unidos, por exemplo, a alta dos preços em 2021 foi a maior em quase 40 anos, o que impulsiona uma possível decisão do Federal Reserve (Fed) de aumento da taxa de juros por lá já em março.
A pandemia da Covid-19 tem sido a grande vilã: por conta das restrições do isolamento social, a oferta dos bens e serviços foi muito reduzida, além dos estímulos econômicos dos governos para reaquecer a economia que causaram esse desequilíbrio entre oferta e demanda.
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Quem começou esse quebra-cabeça tem que terminar. Ao mesmo tempo em que espera-se que a inflação desacelere, a recuperação econômica segue em pauta.
Por aqui, no Brasil, a inflação foi puxada principalmente pelo aumento no grupo transportes, afetada em especial pelos combustíveis. A gasolina e o etanol acumularam uma alta de 47,49% e 63,23% no ano de 2021, respectivamente. Tal qual, a energia elétrica subiu 21,21%, oriundas da falta de chuvas pelo País.
Por outro lado, os alimentos e bebidas apresentaram alta de 7,94%, diferentemente de 2020, que apontou um aumento de 14,09%. Já o cafezinho, foi impactado negativamente pelas geadas nas regiões de plantios e teve seu preço elevado em 50,24%.
Mas o que todo mundo, de fato, quer saber é se esses níveis de preços permanecerão em 2022. A resposta é que, muito provavelmente, não teremos uma deflação neste ano, ou seja, não veremos o preço do café cair de R$ 10 para R$ 5. No entanto, é plausível que a inflação desacelere e, com isso, suba menos do que em 2021, gravitando por volta dos 5% com a possível normalização das cadeias de produção.
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Assim como vem ocorrendo no mês de janeiro, as chuvas devem amenizar os efeitos sobre os preços da energia elétrica, elevando os níveis dos reservatórios.
De qualquer forma, o cafezinho não pode faltar na bancada do povo brasileiro. Vai um expresso aí?