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- Pressões para aumentos de gastos do governo não são exclusivas do Brasil, afirmou o estrategista-chefe de investimento para América Latina da BlackRock
- Para ele, há chance de o Banco Central cortar as taxas em meados de 2023, sendo um dos primeiros a começar o movimento entre os principais países
- A avaliação da BlackRock é que os países terão que conviver com inflação mais alta, acima da média dos últimos anos, por mais tempo
Pressões para aumentos de gastos do governo não são exclusivas do Brasil, afirmou o estrategista-chefe de investimento para América Latina da BlackRock, maior gestora do mundo, Axel Christensen. “Vemos pressão para aumentar gastos em países como Chile e Colômbia, e nos países desenvolvidos, como no Reino Unido”, disse em evento com jornalistas nesta quarta-feira (30).
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“O Brasil não está sozinho na pressão fiscal”, completou o estrategista, ressaltando que o aumento do risco fiscal não é, neste ambiente, exclusivo do Brasil, mas de um grupo de países. Por isso, pode não afetar tanto a percepção do Brasil no exterior, que está lidando com uma série de problemas, com riscos geopolíticos e de piora importante da atividade.
A chance de recessão na economia mundial está aumentando, principalmente em países como Estados Unidos e na Europa, disse o executivo da BlackRock. O Brasil, que começou a elevar os juros mais cedo para conter a inflação, pode ser menos afetado, avalia Christensen. Para ele, há chance de o Banco Central cortar as taxas em meados de 2023, sendo um dos primeiros a começar o movimento entre os principais países.
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“Estados Unidos e Europa podem ter desaceleração significativa”, disse o executivo. Ao mesmo tempo, os mercados de ações não estão totalmente colocando nos preços dos papéis um cenário de recessão e estão “muito otimistas” com a possibilidade de corte de juros em 2023, comentou Christensen.
A chance de a economia americana entrar em recessão em meados de 2023 é de 50%. A elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), no ritmo mais rápido desde os anos 80, já está tendo impacto nos setores sensíveis aos juros, como vendas de imóveis e construção de novas moradias.
A avaliação da BlackRock, maior gestora do mundo, é que os países terão que conviver com inflação mais alta, acima da média dos últimos anos, por mais tempo. Por isso, os bancos centrais não conseguirão voltar a cortar juros no curto prazo. O estrategista acredita que cortes podem voltar apenas em 2024. Em 2023, os BCs devem parar de subir as taxas.