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Comportamento

Quando o assunto é dinheiro, 75% dos brasileiros confiam mais em robôs

Levantamento foi feito pela Oracle com mais de 9 mil consumidores e líderes empresariais em 14 países

Quando o assunto é dinheiro, 75% dos brasileiros confiam mais em robôs
FOTO:iLexx
  • Segundo Farnoosh Torabi, a incerteza da pandemia global exacerbou os desafios financeiros em casa e no trabalho
  • 75% dos consumidores e líderes empresariais confiam mais em um robô para gerenciar as finanças do que em um ser humano
  • Para Marco Righetti, o robô tem uma capacidade extra de captar outras informações que não são só de conjuntura econômica, como o perfil do consumidor, tendências em relação ao bem material ou um ativo

Como diz aquela música de fim de ano da Globo, o futuro já começou. Um estudo recente feito pela Oracle constatou que o ano de 2020 também mudou nossa relação com o dinheiro. Pesquisa feita com 500 brasileiros, entre lideres empresariais e consumidores, constatou que 75% dos entrevistados confiam mais em um robô para gerenciar as finanças do que em um ser humano.

Outro ponto bastante interessante é que 69% dos entrevistados confiam mais em um robô do que em si mesmos para gerenciar as finanças e 76% confiam até mesmo mais do que em suas próprias equipes financeiras.

Quando o assunto é investimento, 28% dos consumidores acreditam que os robôs podem ajudá-los. No geral, 93% dos entrevistados acreditam que as máquinas podem melhorar seu trabalho detectando fraudes.

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Segundo Farnoosh Torabi, especialista renomada em finanças, colunista da O, The Oprah Magazine e da Bloomberg, a incerteza da pandemia global exacerbou os desafios financeiros em casa e no trabalho. “Gerenciar as finanças é difícil nos melhores momentos”, diz.

Por que será que as pessoas confiam mais em robôs? O E-Investidor conversou com Marco Righetti, diretor Latam de arquitetura em nuvem, da Oracle, para saber mais sobre esta tendência digna de filmes

Inteligência artificial

Os robôs que lidam com finanças não são iguais aos dos filmes. Atualmente, são nada mais do que uma enorme quantidade de linhas de códigos escritas por programadores.

E é aqui que entra o ponto-chave: confiar cegamente em robôs talvez não seja uma boa opção. Deve-se ter em mente que os programadores são humanos que podem – e irão – errar muitas vezes no decorrer do processo de desenvolver inteligências artificiais para ajudar em tarefas relacionadas a dinheiro.

Em 2016. a Microsoft lançou um Chatbot chamado Tay. Sua função era tornar-se mais inteligente à medida que usuários do Twitter interagissem com ele. Ao contrário dos bots comuns, que seguiam scripts pré-programados, Tay foi desenhada para aprender a linguagem com o passar do tempo, possibilitando que conversasse sobre qualquer assunto.

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Como resultado, em vez de aprender a conversar sobre diversos assuntos, como era o objetivo, Tay conheceu inúmeras ofensas inúmeras ofensas, chegando a falar que as feministas são “um câncer” e que “o Holocausto havia sido inventado”.  Em menos de uma semana de atividade do programa, a Microsoft encerrou o projeto.

Para Torabi, os robôs estão bem posicionados para ajudar – eles são ótimos com números e não têm a mesma conexão emocional com dinheiro. ”Isso não significa que os profissionais de finanças estão saindo ou sendo substituídos totalmente, mas a pesquisa sugere que eles devem se concentrar no desenvolvimento de habilidades sociais adicionais à medida que seu papel evolui”, diz.

Atualmente, os robôs já são usados para investimentos, conhecidos também como investimentos automatizados. Na prática, é uma série de algoritmos que programam uma plataforma para executar ordens de compra e venda de ativos.

Para Righetti, o robô tem uma capacidade extra de captar outras informações além da conjuntura econômica, como o perfil de um ativo. “As pessoas tendem a confiar mais no robô porque ele tem uma capacidade de processar os dados de uma maneira mais ampla”, diz.

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Nas finanças e investimentos, os robôs podem ajudar de diversas formas. Como hoje tudo é digital, todas as suas ações online, como compras, acessos e pesquisas, servem para alimentar as inteligências artificiais.

“Com base nessas informações, os robôs vão sugerir, por exemplo, que está na hora de investir seu capital em uma determinada oportunidade, sempre atrelado a uma série de fatores informados anteriormente, como seu plano de aposentadoria. Ele fará todos esses cruzamentos que, originalmente, seriam realizados por uma equipe de analistas de uma maneira muito mais eficiente”, diz Righetti.

“Já nas finanças pessoais, os robôs podem ajudar na questão do perfil de consumo”, diz Righetti. Vamos supor que uma pessoa gasta em média R$ 500 por semana no mercado, mas, um belo dia, o valor subiu para R$ 1 mil. Com isso, a inteligência artificial irá alertar ao indivíduo que ele passou do ponto.

De maneira geral, os robôs poderão ajudar a entender onde gastar, onde investir e a identificar oportunidades com base na integração desses dados. Com a chegada do Open Banking a troca de informações fica mais fácil, ou seja, as inteligências artificiais terão mais dados para se alimentarem.

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Resta-nos saber se eles nos ajudarão a ter mais dinheiro ou planejam fazer o apocalipse na Terra, como ocorreu no filme O Exterminador do Futuro, retratando uma batalha entre o homem e a máquina.

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