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Comportamento

Por que o dólar está caindo? Entenda se a queda vai durar

Entenda o que influencia a cotação do dólar e até quando essa queda pode durar.

Por que o dólar está caindo? Entenda se a queda vai durar
O aumento da taxa de juros (Selic), avaliada em 11,75%, favorece os investimentos em renda fixa. Isso atrai investidores estrangeiros. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

queda do dólar tem deixado muita gente otimista. Na segunda-feira (4), o dólar fechou cotado a R$ 4,60, o menor valor desde 4 de março de 2020 e encerrou a quinta-feira (7) a R$ 4,74. Os avanços das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia podem ter influenciado esse cenário, mas há outros fatores em jogo.

Entenda o que influencia a cotação do dólar e até quando essa queda pode durar.

Por que o dólar está caindo?

De acordo com Leo Dutra, analista de investimentos, há pelo menos cinco razões para a queda do dólar.

1. Desvalorização do real e queda da Bolsa de Valores em 2021

Registrou-se entrada de capital estrangeiro na Bolsa de Valores brasileira, de forma acentuada,  pressionando o dólar para baixo.

2. Aumento da taxa básica de juros

O aumento da taxa de juros (Selic), avaliada em 11,75%, favorece os investimentos em renda fixa. Isso atrai investidores estrangeiros, que trazem mais dólar para o nosso país, e quanto mais dólar circulando, mais barato ele fica, segundo Dutra.

Aumento da Selic ajuda a explicar queda do dólar. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

3. Superávit na balança comercial

Com o real desvalorizado, as exportações das commodities têm sido maiores que a importação, resultando em um superávit ampliado em pouco mais de US$ 10,8 bilhões sobre o saldo de 2021.

4. Rotação de carteiras

Ocorre quando investidores internacionais buscam papéis de valor frente aos demais, sobretudo de empresas consolidadas no mercado, como instituições financeiras e commodities.

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Com a alta dos juros da moeda norte-americana, os papéis de crescimento futuro são prejudicados.

5. Brasil como refúgio geopolítico

Com o cenário de instabilidade gerado pela guerra na Ucrânia, investidores internacionais buscam países emergentes para investir. E o Brasil é um deles.

A queda do dólar vai durar?

A guerra no Leste Europeu, somada aos efeitos da pandemia e a problemas com a cadeia de produção, bem como a diminuição da oferta e a inflação global, impactam na queda do dólar.

Dutra avalia que a mudança também vai depender da política orçamentária do governo que assumir no pós-eleição.

A influência dos preços das commodities, principalmente no barril do petróleo, deve ser avaliada, já que pesa no preço dos combustíveis e, consequentemente, no restante dos insumos básicos que fazem a economia girar.

3 momentos em que o dólar esteve em queda

Confira três outros momentos em que a cotação do dólar esteve baixa.

1. Avanço da vacinação mundial (2021)

Com a pandemia, o dólar registrou alta em razão do cenário atribulado em todo o globo, mas começou a mudar assim que parte dos países iniciou o processo de vacinação contra a covid-19.

Em dezembro de 2020, o dólar era cotado a R$ 5,18, caindo para R$ 4,97 poucos meses depois, em junho de 2021.

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Naquele momento, a melhora de índices na economia brasileira somada à alta da Selic e ao aumento no número de investidores interessados em empresas brasileiras de commodities também contribuiu para a queda do dólar.

Mas, em dezembro do mesmo ano, a moeda teve alta de 0,96%, sendo vendida a R$ 5,69.

2. Impeachment da presidente Dilma Rousseff (2016)

A possibilidade de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 31 de agosto de 2016, fez que o dólar apresentasse queda meses antes. Em março de 2016, a moeda era comercializada a R$ 3,94.

O principal fator eram a política orçamentária e a inflação, e houve forte saída de capital estrangeiro do Brasil.

Depois de instalada a nova política fiscal do governo de Michel Temer, que assumiu pós-impeachment, a confiança do investidor foi retomada, a inflação foi contida e o País voltou a crescer, mas lentamente.

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O dólar caiu um pouco mais de 20% e se manteve assim até meados de 2018. Em dezembro de 2019, fechou a R$ 4,24.

3. Recuperação das bolsas americanas (2007)

O cenário externo favorável e a recuperação das bolsas em 2007 fizeram que o dólar registrasse queda, sendo cotado a R$ 1,84. Na ocasião, era o menor valor desde setembro de 2000.

Em 2007, o mercado de câmbio brasileiro registrou a depreciação da moeda estrangeira, que se manteve até setembro do ano seguinte. Em dezembro de 2008, o dólar fechou em alta, cotado a R$ 2,39.

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