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Comportamento

Bill Gates: conheça os projetos ambiciosos que custaram US$ 1 bi

Bill Gates buscou ajuda da BlackRock, de Larry Fink e da Microsoft, de Satya Nadella, para levantar a quantia

Bill Gates: conheça os projetos ambiciosos que custaram US$ 1 bi
Foto: Yuri Gripas/Reuters
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  • A BlackRock está completando cinco anos e em comemoração fará a doação de US$ 100 milhões para sua fundação
  • Bill Gates fundou a Breakthrough Energy Catalyst para acelerar a viabilidade comercial de quatro soluções-chave para a crise climática
  • Os governos que assinaram o Acordo de Paris na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21) em 2015 estão correndo para cumprir a meta de emissões líquido zero até a metade do século

(Erik Schatzker e Akshat Rathi, Washington Post Bloomberg) – Bill Gates arrecadou mais de US$ 1 bilhão em financiamentos para a Breakthrough Energy Catalyst, recorrendo à BlackRock, de Larry Fink, e à Microsoft, de Satya Nadella, para conseguir apoio para alguns dos projetos de energia limpa mais ambiciosos do mundo.

A BlackRock está completando cinco anos e em comemoração fará a doação de US$ 100 milhões para sua fundação de caridade. A Microsoft e outros financiadores – General Motors, Bank of America, American Airlines, Boston Consulting e ArcelorMittal – estão oferecendo um mix de capital social e dos chamados “offtakes”, ou contratos de compra vinculados aos projetos.

“Não estamos fazendo isso para ganhar dinheiro”, disse Fink, CEO da BlackRock, em uma entrevista junto com Gates para a Bloomberg Television. “Estamos fazendo isso para semear essas ideias, para acelerar rapidamente as ideias.”

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Gates fundou a Breakthrough Energy Catalyst para acelerar a viabilidade comercial de quatro soluções-chave para a crise climática: hidrogênio verde, combustível sustentável para a aviação, baterias de armazenamento de longa duração e captura de carbono do ar. Na prática, a Catalyst oferecerá o dinheiro necessário para fazer decolar os projetos de capital intensivo, antes de o financiamento da dívida e os fundos do governo poderem ser levantados para cobrir os 90% restantes do custo.

Atualmente, nenhuma dessas quatro soluções é barata o suficiente para incentivar a adoção generalizada. Por exemplo, o combustível para a aviação derivado de fontes mais sustentáveis, como resíduos industriais ou álcool, é cerca de cinco vezes tão caro quanto o querosene.

Idealmente, os projetos da Catalyst irão, ao operar em escala, provar que a tecnologia subjacente pode ser competitiva em termos de custos e eliminar o custo adicional por uso de energia que emite menos gases de efeito estufa (green premium) sobre os padrões convencionais.

“O modelo aqui é o que aconteceu com o vento, a energia solar e as baterias de íon de lítio”, disse Gates. “Esses produtos tinham preços muito altos em comparação com as técnicas convencionais e, felizmente, a Alemanha e o Japão e outros compradores financiaram sua difusão, e agora esses produtos se encaixam no tipo normal de métricas de investimento do cliente.”

Acordo de Paris

A diferença agora é a velocidade. Os governos que assinaram o Acordo de Paris na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21) em 2015 estão correndo para cumprir a meta de emissões líquido zero até a metade do século, o que requer não apenas reduzir as emissões, mas também a remoção de dióxido de carbono da atmosfera terrestre.

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Nove das maiores economias do mundo e muitas empresas, inclusive a BlackRock, se comprometeram a atingir essa meta.

“A trajetória da energia solar e da eólica foi um caminho de 30 anos para torná-lo competitivo com os hidrocarbonetos”, disse Fink. “Não temos 30 anos. Não temos nem 10 anos.”

Gates, que estimou o custo de alcançar as emissões líquido zero em US$ 50 trilhões, espera que seu programa se torne um modelo de cooperação público-privada para enfrentar a ameaça das mudanças climáticas.

Em agosto, a Catalyst concordou em captar US$ 1,5 bilhão em troca de bilhões a mais em apoio, parte dele condicionado à legislação do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Separadamente, a Catalyst se comprometeu com US$ 500 milhões em junho em troca de recursos de contrapartida da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento para uma iniciativa semelhante do outro lado do Atlântico.

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Gates primeiro apresentou a Nadella e, depois, para Fink, que afirmou ter tido algumas “conversas muito sérias” persuadindo outros CEOs a apoiar a Catalyst. A ArcelorMittal está fazendo um investimento de capital de US$ 100 milhões em cinco anos, e a American Airlines também está contribuindo com US$ 100 milhões. Os outros parceiros não detalharam sua participação.

Despesas iniciais e capacidade de expansão são as duas principais diferenças entre a maioria dos produtos de tecnologia e as soluções de energia limpa. Embora pouco ou nenhum capital talvez seja necessário para desenvolver um aplicativo para smartphone, até mesmo um projeto piloto de captura de carbono pode custar dezenas de milhões de dólares.

Além disso, a maioria dos grandes investidores têm se mantido afastada de empreendimentos verdes ambiciosos devido à incerteza de retornos. O próprio Gates observou publicamente que “tinha perdido muito dinheiro” no desenvolvimento de baterias.

Fink, que supervisiona quase US$ 10 trilhões em ativos na BlackRock, disse que há uma “enorme” quantidade de capital esperando para ser investido em tecnologia que comprovadamente reduz o green premium.

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“Não temo de onde virá o dinheiro”, ele disse. “Apenas quero garantir que temos ciência, tecnologia e viabilidade. Assim que soubermos disso, o capital estará disponível.”

Coincidindo com a injeção de novos recursos e compromissos, a Catalyst está convidando projetos com potencial a entregarem documentos explicando suas propostas. Depois disso, virá uma solicitação de orçamento mais precisa e técnica, provavelmente até o final do ano.

Gates, na entrevista, apresentou um cronograma e alguns parâmetros:

– A Catalyst começará a financiar os projetos em 2022, provavelmente vários em cada área.

– O financiamento cobrirá os custos da etapa inicial, como design, e contribuirá “talvez com 10%” do custo total.

– O plano é recrutar um total de cerca de 20 empresas como sócias e âncoras, e aumentar o pool de capital privado para US$ 3 bilhões.

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– O hidrogênio verde e o combustível sustentável para a aviação são avançados o suficiente para “chegar a um preço baixo” em três ou quatro anos.

“Ficaria muito decepcionado se não víssemos uma redução drástica no green premium, inclusive em menos de cinco anos”, disse Gates. “Porque isso deve nos permitir duas rodadas de projetos; os primeiros projetos e, então, pegar o aprendizado desses primeiros dois anos e meio e fazer uma segunda rodada que reduzirá ainda mais os custos.”

A Catalyst é a mais recente de uma série de iniciativas que Gates fundou sob a bandeira da Breakthrough Energy. Um braço de capital de risco, a Breathrough Energy Ventures, arrecadou parte de seu dinheiro com bilionários como Jeff Bezos e Michael Bloomberg, o fundador da Bloomberg LP, a empresa-mãe da Bloomberg News. A Catalyst é operada separadamente e obtém recursos de forma independente.

(TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA)

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