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- O Pix já matou o “DOC”, mas o mesmo não deve ocorrer com o débito
- Marcelo Tangioni, presidente da operação no Brasil, apontou que a companhia pretende investir na modalidade e trazer soluções para ampliar a atratividade desse meio de pagamento
- “Foi um produto, de certa forma, negligenciado durante muitos anos - até pela preferência do nosso consumidor pelo crédito”, afirma o executivo
O Pix já matou o “DOC”, mas o mesmo não deve ocorrer com o débito. Em evento promovido pela Mastercard na quinta-feira (29), Marcelo Tangioni, presidente da operação no Brasil, apontou que a companhia pretende investir na modalidade e trazer soluções para ampliar a atratividade desse meio de pagamento.
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“A gente assume um ‘mea culpa’ (sobre o débito)”, diz Tangioni. “Foi um produto, de certa forma, negligenciado durante muitos anos – até pela preferência do nosso consumidor pelo crédito”, afirma. Segundo estudo da Associação Brasileia das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o volume de pagamentos com cartão de débito praticamente se manteve estável em 2023, enquanto crédito e pré-pagos registraram crescimentos substanciais.
Como exemplos de iniciativas recentes que fortalecem o débito, estão as opções de “débito sem senha” e o novo “Click To Pay”, uma forma de realizar pagamentos online de forma segura e sem precisar digitar dados do cartão de crédito. Fora as iniciativas da indústria, há soluções sendo pensadas por cada bandeira.
“Estamos trabalhando nos benefícios para trazer para o débito. As outras bandeiras devem estar fazendo a mesma coisa. Espero que estejam, porque, para nós, quanto mais fortalecer o débito, melhor”, afirma o executivo.
Sem medo do Pix (e do futuro)
A Mastercard não só busca fortalecer os cartões para concorrer com o Pix no Brasil, como pretende contribuir para os pagamentos instantâneos como uma provedora de serviços. Questionado pelo E-Investidor, Tangioni explica que algumas das contribuições da Mastercard para o Pix, estariam, por exemplo, no fornecimento de tecnologia para a prevenção de fraudes.
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“Pagamento instantâneo é um terreno fértil para lavagem de dinheiro. Então, é importante ter ferramentas que ajudem não só na prevenção, mas no rastreamento”, afirma o executivo.
Outro ponto de intersecção entre a Mastercard e o Pix está no uso da bagagem que a companhia possui com cartões para ajudar a melhorar a experiência do cliente no sistema de pagamentos instantâneo. “Hoje (com o pix) você precisa abrir aplicativo, ler código de barra e etc. Na Polônia, o que fizemos foi trazer para o ‘pix’ de lá uma forma de pagamento sem contato, mesma coisa do cartão (por aproximação).”
Vale lembrar que a Mastercard fornece estrutura para criação de serviços de pagamento instatâneo em outros mercados. No Brasil, como a tecnologia já está pronta, a visão é de melhorar e atribuir mais valor ao serviço e ajudar a desenvolver novas soluções para pagamentos. No total, a companhia já investiu US$ 7 bilhões em aquisições de empresas de tecnologia.
“Continuamos muito engajados, investindo muitos”, afirma Tangioni. O mercado de criptoativos, principalmente ligados a moedas digitais atreladas a bancos centrais também estão no radar. Hoje, a Mastercard participe da atuação do piloto do “Drex”, o Real Digital.
“A gente acredita muito em moedas digitais. Principalmente aquelas de Bancos Centrais, que entendemos ter uma aplicação muito interessante e importante. Quando a gente fala já de ativos digitais (como bitcoin), já não olhamos. Não entendemos que eles sejam a melhor utilização para pagamentos”, ressalta o executivo, ao E-Investidor.
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Para o futuro, a Mastercard não enxerga uma consolidação das opções de pagamentos, mas uma gama cada vez maior de meios para o consumidor.
Preferências
A Mastercard também divulgou um estudo sobre as preferêncas em relação a métodos de pagamento. A pesquisa foi realizada com participantes de 14 países na América Latina e Caribe, incluindo o Brasil, e mostrou que 77% dos consumidores latinoamericanos utilizaram pagamentos eletrônicos, sendo os cartões de crédito e débito os instrumentos de pagamento mais utilizados – tanto de forma online, quanto em lojas físicas.
No Brasil, 89% demonstram estar abertos a testarem novos métodos de pagamento, mas os cartões continuam sendo o meio preferido. Para compras presenciais, os cartões de crédito são utilizados por 64% dos entrevistados, e o débito, por 38%. Além disso, o crédito é o método preferido dos consumidores, com uma taxa de uso de 33% e 69% para compras em lojas físicas e online, respectivamente.
Além disso, mais da metade (53%) afirma estar confortável no uso de novas tecnologias, enquanto 42% estão moderadamente dispostos a usar as inovações do mercado. Apenas 5% responderam que ainda não se sentem confortáveis.
O uso do dinheiro em espécie continua sua trajetória de queda, com um terço dos consumidores indicando que sua preferência por essa opção foi deslocada pela digitalização dos pagamentos. Apesar da diminuição das transações em “papel”, Leonardo Linares, vice-presidente sênior de Soluções para o cliente da Mastercard Brasil, vê um grande espaço de crescimento para a Mastercard no Brasil, tendo em vista os desbancarizados no país.
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“Vemos como oportunidade. E nessa grande briga de sair do dinheiro e vir para o meio eletrônico, o Pix ajuda a gente. Uma vez que a pessoa chega meio eletrônico (pelo Pix), ela já tem uma conta bancária e muito provavelmente já recebeu um cartão”, diz Linares, ao E-Investidor.