- As pessoas começaram a fazer gestão de risco, buscando moedas que não se desvalorizassem tanto em relação ao dólar
- Mesmo com o mercado em baixa, a Bitso teve um aumento de 70% no volume de negociações de stablecoins nos últimos meses
A alta inflacionária em diversos países tende a fazer pessoas comprarem stablecoins, tokens lastreados em moedas fiduciárias, afirmou nesta quarta-feira (9) Rafael Lima, responsável pelo mercado B2B da Bitso, no evento Criptorama, em São Paulo.
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Ele apontou que por conta da inflação no Brasil e na Argentina, por exemplo – acumulada em 12 meses em 7,17% (IPCA) e 78,5% (IPC argentino), respectivamente –, as pessoas começaram a fazer gestão de risco, buscando moedas que não se desvalorizassem tanto em relação ao dólar.
Em 2022, o real frente a moeda norte-americana caiu 10,93% e o peso argentino, 31,75%. “Há uma chance de 45% dos países adotarem criptomoedas para se proteger”, destacou Lima.
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Mesmo com o mercado em baixa, no chamado inverno cripto, a Bitso teve um aumento de 70% no volume de negociações de stablecoins nos últimos meses. Até o momento, segundo dados da Chainalysis, 28% das pequenas transações financeiras brasileiras são feitas em stablecoins, enquanto na Argentina são 31%.
O especialista afirmou também que apesar do mercado de tokens ser algo novo, o brasileiro e o argentino realmente utilizam e gostam das criptomoedas no seu dia a dia. Os tokens estão, agora, chegando à economia real, como é possível verificar nessa reportagem.
Outro estudo da Chainalysis, empresa de tecnologia focada no mercado cripto, destacou que R$ 730 bilhões foram negociados em criptomoedas em 2021 e 2022, colocando o país como o 7º colocado no mundo em adoção de criptos e o primeiro na América Latina. Ao todo, existem cerca de 4,2 milhões de brasileiros que possuem criptomoedas.