Educação Financeira

Carol Paiffer: ‘Bolsa não é pôquer e all-in, não é para arriscar tudo que você tem nas ações’

Day trade é o assunto que encerra a Jornada E-Investidor nesta sexta-feira (13)

Carol Paiffer: ‘Bolsa não é pôquer e all-in, não é para arriscar tudo que você tem nas ações’
  • A Jornada E-Investidor chega ao último dia nesta sexta-feira, 13, a partir das 19h30 ao vivo no YouTube
  • Desde a segunda-feira 9, grandes nomes do mercado financeiro dividiram conhecimento de maneira direta e interativa

A Jornada E-Investidor chega ao último dia nesta sexta-feira, 13, a partir das 19h30 ao vivo no YouTube. A Carol Paiffer, CEO da Atom Educacional, Shark Tanker e colunista do E-Investidor, dá sequência ao tema renda variável para falar sobre day trade. Sim, a mais controversa das operações que envolvem o mercado de ações terá uma apresentação especial.

Desde a segunda-feira 9, grandes nomes do mercado financeiro dividiram conhecimento de maneira direta e interativa. Para percorrer melhor a Jornada E-Investidor, inscreva-se aqui para receber um conteúdo extra ao final de todas as aulas. Ainda dá tempo de ficar por dentro do que aconteceu e receber o seu bônus.

A seguir, acompanhe o que a Carol Paiffer respondeu sobre a formação e as dificuldades dos investidores e quais erros eles não querem que ninguém repita.

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As pessoas estão preparadas para o novo ambiente de investimentos que está se formando no Brasil?

Carol Paiffer – As pessoas estão aprendendo a investir. Vale lembrar que 99% das pessoas ainda não investem. Mesmo com o aumento recente, só 1% investem na bolsa de valores. Elas estão se preparando da melhor forma, que é com conhecimento. Estão aprendendo, assistindo aulas e entendendo como funciona. Com a queda da taxa de juros, tão brusca, chegando a 2%, elas foram obrigadas a entender melhor o mundo dos investimentos. E a pandemia e o fato de elas ficarem em casa fez com que tivessem tempo para isso.

Qual é a maior dificuldade que você identifica nas pessoas quando elas falam em investimentos?

Paiffer – A primeira delas é a crença limitante de dinheiro, porque no Brasil sempre que se fala em dinheiro é como se fosse pecado e o mundo dos investimentos sempre gerou insegurança para as pessoas. O brasileiro sempre teve medo de perder dinheiro e acabou não falando sobre isso. Então, nós fomos educados de forma errada: na cultura do endividamento e não na do investimento. Isso gera um certo bug nas pessoas quando elas começam a aprender e a escutar sobre investimentos.

Mas quando elas entendem a importância de aprender sobre investimentos, elas entendem o potencial que elas têm de construção de patrimônio. Isso fez com que as pessoas pensassem no dinheiro depois ou terceirizarem para o gerente do banco ou analista a responsabilidade de cuidar dos seus investimentos. Existe uma grande barreira a ser vencida porque são anos e anos de uma educação errada, ensinado pelo endividamento e que o dinheiro não é bom. E que você tem de morrer de trabalhar para ganhar dinheiro.

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Qual foi o erro que você já cometeu e não quer que outras pessoas repitam?

Paiffer – Todo mundo que já entrou na bolsa e não colocou um stop passou um pouco mais de calor do que deveria. Esse é o principal erro que lá no começo eu cometi e que todo mundo deveria evitar, principalmente os iniciantes. Mas quando eu comecei a investir tive o privilégio de conhecer pessoas que já estavam no mercado há muito mais tempo, então eu comecei a aprender da maneira correta. Uma das coisas que meu pai sempre falou: fique rouca de tanto ouvir. Então, sempre escutei muito mais, tive mentores de 60, 70 anos e que estavam há muito tempo na bolsa. Por isso, cometi menos erro do que a maioria das pessoas que começam a investir, que acabam se arriscando ao abrir uma conta em uma corretora e ficam tentando comprar e vender sem ter conhecimento.

Uma outra coisa que foi bem importante para que eu não tivesse um erro muito grave no mercado foi o fato de que eu aprendi também a gestão de risco. Bolsa não é pôquer e all-in, não é para arriscar tudo que você tem nas ações, mas sim fazer gerenciamento de risco, onde tem uma estratégia de ganho, um limite de perda e você precisa ter uma diversificação. Isso abreviou o meu caminho.

Mas isso não acontece hoje. A maioria dos iniciantes acaba cometendo esses erros. Eles entram com tudo no mercado. Sempre tiveram no mercado conservador, muitas vezes com dinheiro na poupança, e vão lá e compram ações ou até mercados de opções, que são altamente arriscados, sem ter conhecimento prévio do assunto, apostando tudo o que tem. Tem pessoas, inclusive, que pegam empréstimos para fazer investimentos. Isso não deve ser feito. Tem de lembrar que a bolsa é renda variável e não tem garantia de rentabilidade. Então, não tem como pegar um empréstimo, contrair uma dívida para fazer os seus investimentos. Além disso, a questão de não estudar antes. O ponto é estudar, aprender, entender como funciona o mercado. Na minha época não tinha simulador, então você aprendia a operar com dinheiro de verdade. Hoje tem simulador onde você pode treinar, aprender, fazer os exercícios para depois, sim, sentir confiança e fazer os investimentos na conta real.

A minha dica é: comece pequeno, não tenha pressa. Você não vai ficar rico da noite para o dia. Invista pouquinho todo mês em vez de vender tudo, casa, carro e papagaio, para investir na Bolsa e em mercados de risco. Não tenha pressa para fazer dinheiro no primeiro dia. Só entenda que é uma baita oportunidade. Quem entende isso consegue construir riqueza e patrimônio através da bolsa de valores.

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