- Fabrizio Gueratto, criador do canal 1Bilhão Educação Financeira, participou da live E-Investidor desta quarta-feira (09)
- O especialista destacou as 10 principais ciladas da Bolsa de Valores e deu dicas de como não cair nelas
Assim como existem mitos no mercado financeiro, a Bolsa de Valores é um ambiente propício para cair em ciladas. Sim, investir é a única maneira de encurtar a distância até seus sonhos, mas isso não significa que o caminho para multiplicar o seu patrimônio e alcançar as metas financeiras será fácil.
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A renda variável é arriscada e, por isso, existem armadilhas. Na live do E-Investidor de quarta-feira (9), o educador financeiro Fabrizio Gueratto, criador do canal 1Bilhão Educação Financeira e colunista do E-Investidor, separou 10 ciladas que você deve ficar bem distante. Confira:
1 – Excesso de confiança
Autoconfiança é uma faca de dois gumes, principalmente em um mercado financeiro complexo. Muitas vezes o investidor acredita que já adquiriu todo o conhecimento necessário e que entende completamente o comportamento das aplicações, quando nem os profissionais do mercado conseguem ter domínio total dos diversos segmentos que constituem a Bolsa.
De tão comum essa cilada, a situação tem até um nome: efeito Dunning-Kruger, quando um indivíduo com pouco conhecimento sobre determinado assunto acredita que sabe mais que os especialistas naquele tema. Aqui a dica é sempre ter cautela, estudar continuamente e procurar assessoria especializada. Antes ser um pouco menos seguro e resguardar seu patrimônio do que ficar superconfiante e perder dinheiro.
2 – Investir com emoção
Um dos fatores que mais atrapalham os investidores é agir com base na emoção. Um dos exemplos é quando o investidor, por não aguentar ver a desvalorização dos ativos, acaba vendendo as ações mesmo com a Bolsa em baixa. Isso aconteceu muito no mês de março deste ano, quando o Ibovespa caiu 30% devido à precificação do impacto do coronavírus.
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Na outra ponta, também acontece de investidores comprarem ativos na alta, por ficarem empolgados com a valorização de determinado papel ou índice. E se engana quem pensa que o fator emocional afeta só investidores iniciantes: os mais experientes também podem cair nessa cilada e se deixar levar pelo desespero ou empolgação.
Para tentar contornar o peso emocional da volatilidade na Bolsa, o investidor deve estar diversificado, com uma carteira “à prova de solavancos”, na medida do possível. Saber qual é o seu perfil de risco antes de investir também é essencial para escolher os melhores investimentos de acordo com a sua tolerância à instabilidade.
3 – Ter preguiça
Um fator que pode prender muitos investidores em aplicações ‘fáceis’ e de baixa rentabilidade, como a poupança, é a preguiça. Isso acontece porque investimentos mais complexos, que podem dar mais rentabilidade, também demandam mais tempo de estudo e dedicação.
O fator preguiça também pode acometer aquele investidor que monta uma carteira, mas nunca acompanha o desempenho das ações e nem faz modificações necessárias. Para conseguir ter bons resultados no mercado financeiro, então, é necessário deixar a preguiça de lado, pesquisar e ter uma gestão ativa dos seus investimentos.
4 – Começar pelo day trade
Uma das ciladas para quem está começando a investir em ações é o famoso ‘day trade’, em que o investidor compra um ativo e o vende no mesmo dia para aproveitar a oscilação de preços. A prática deve ser feita por investidores experientes ou profissionais, já que o risco de perder todo o patrimônio apostando em oscilações de curtíssimo prazo é bastante alto. Para quem ainda é iniciante, o ideal é comprar ações pensando no médio e longo prazo.
5 – Fazer ‘trade’ de fundos
Outra grande armadilha é trocar de fundos de investimento a cada vez que a rentabilidade cai. Ter oscilações no mercado financeiro é normal e o investidor deve olhar para o longo prazo, estudar o gestor responsável por aquela aplicação, saber como esse especialista passou por momentos de estresse no mercado e diversificar a carteira. Ficar trocando a aplicação só vai reduzir a rentabilidade final dos seus investimentos.
6 – Comparar seus resultados com os de ‘investidores perfeitos’
Se determinado especialista do mercado financeiro ou investidor disser que nunca errou ou nunca passou por momentos de estresse, desconfie. É quase impossível acertar todas, tanto na vida, quanto na Bolsa de valores. Por isso não meça seu sucesso com base nos relatos de terceiros, principalmente quando este terceiro só conta a parte boa da história.
7 – Falta de estratégia
Não ter um plano bem definido é um dos maiores erros dos investidores na Bolsa de Valores. Por isso, a dica é buscar construir uma carteira bem diversificada e balanceada, em que só serão feitos ajustes finos ao longo do tempo, os chamados ‘rebalanceamentos’. Se você está perdido em relação aos investimentos ou todo os seus recursos estão alocados em um ativo só, na ação da moda, talvez seja hora de procurar ajuda para organizar o portfólio.
8 – A ‘grande aposta’
Ficar eternamente tentando encontrar uma ‘grande aposta’ no mercado financeiro, aquela ação desacredita, mas que irá se valorizar e deixar os investidores que apostaram nela ricos. Essa conduta, além de ser perigosa, pode nunca dar resultado. O ideal é ter uma estratégia e fazer investimentos, não ficar procurando atalhos na Bolsa de Valores.
9 – Brincar de cassino na Bolsa
Quem ‘brinca de cassino’ na B3 faz do mercado financeiro uma grande casa de apostas. Quer sempre fazer os investimentos mais arriscados para tirar, em um curto prazo, o triplo do que ‘apostou’. Contudo, isso dificilmente acontece, principalmente quando você não é um especialista, não tem uma estratégia bem desenhada e não encara os aportes com a seriedade necessária. As consequências desse tipo de comportamento é perder dinheiro.
10 – Viver de dividendos
Achar que conseguirá viver só de dividendos é uma ilusão que muitos investidores criam. Para ganhar R$ 5 mil reais mensais em dividendos, é necessário ter mais de R$ 1 milhão investidos – como neste exemplo com ações da Itausa. Isso não significa que priorizar empresas boas pagadoras de dividendos não seja uma boa estratégia para dar uma apimentada nos ganhos, mas é preciso adequar as expectativas para não se decepcionar.
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