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100 milhões de bolívares por 100 dólares: o drama do poder de compra venezuelano

A Venezuela busca ressuscitar sua moeda, desvalorizada em quase 80% em novembro

100 milhões de bolívares por 100 dólares: o drama do poder de compra venezuelano
Morador venezuelano conta bolívares em frente a um mural do ex-presidente Hugo Chávez, em Caracas (Foto: Ivan Alvarado/Reuters)

(EFE) – O governo venezuelano anunciou um conjunto de medidas com as quais espera reanimar o bolívar, a moeda nacional, após a desvalorização atingir quase 80% em relação ao dólar norte-americano nas últimas quatro semanas.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, “decidiu por um conjunto de ações para proteger o povo e fortalecer o uso de nossa moeda nacional, contra os especuladores cambiais”, disse Delcy Rodríguez, vice-presidente executiva, no Twitter.

Entre essas decisões, explicou ela, está a ampliação dos valores diários permitidos para as transferências bancárias feitas por meio de plataformas digitais, que atualmente giram em torno de 100 milhões de bolívares, cerca de 100 dólares de acordo com o preço oficial.

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“Os limites dessas transações eletrônicas serão continuamente atualizados para aqueles que tenham recursos em bolívares possam utilizá-los com facilidade”, ressaltou a vice-presidente, lembrando que as medidas serão implementadas pela Superintendência de Bancos (Sudeban).

Embora não se saiba, até agora, qual vai ser a alta dos limites diários, Rodríguez disse que o aumento será “considerável”. Também a Sudeban, “para dinamizar o uso do bolívar”, aumentará os limites de pagamentos diários com cartões de débito, embora não se cogite nenhuma alteração no crédito bancário, setor praticamente morto por disposições do Poder Executivo.

“As transações em moeda estrangeira dentro de uma entidade financeira pagarão um imposto maior do que o imposto sobre grandes transações financeiras em bolívares”, continuou a vice-presidente, sem entrar em maiores detalhes, embora tenha indicado que a lei será alterada.

Além disso, o Governo vai habilitar “aliados comerciais” das casas de câmbio “para aumentar as opções de realização de operações de câmbio de moeda estrangeira para moeda nacional”.

Bolívar desvalorizado

Segundo o Banco Central (BCV), o bolívar desvalorizou quase 78% em novembro, mas o preço do mercado paralelo, que rege quase todas as operações comerciais na Venezuela, mostra que a moeda venezuelana se desvalorizou cerca de 90% em relação ao dólar.

O bolívar passou por dois processos de redenominação da moeda: em 2008, perdeu três zeros e foi rebatizado de bolívar fuerte, enquanto que, em meados de 2018, outros cinco zeros foram subtraídos e a moeda passou a se chamar bolívar soberano.

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Diante dessa instabilidade da moeda local, a Venezuela vive um processo de dolarização de fato ou “espontâneo”, com o qual grande parte dos produtos postos à venda são calculados em dólares, com a possibilidade de pagamento em moeda estrangeira ou em bolívares.

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