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- Há 84% de chance do fenômeno El Niño acontecer esse ano, o que causaria maiores volumes de chuva no Brasil
- Caso ocorra, o fenômeno poderia beneficiar empresas do agro brasileiras, como a SLC Agrícola (SLCE3)
- Além da empresa, outros setores, como um todo, poderiam ser impactados positivamente
No mundo dos investimentos, é necessário ficar atento a todos os acontecimentos que mexem com os títulos. No agronegócio, um fenômeno climático está na mira dos analistas: o El Niño, que pode impulsionar as empresas do setor listadas em Bolsa, como a SLC Agrícola (SLCE3).
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Segundo a administração nacional oceânica e atmosférica dos Estados Unidos, há 84% de chance de o El Niño acontecer neste ano. “Normalmente, esse fenômeno causa maiores volumes de chuva no sul do Brasil, com clima mais seco no hemisfério norte. Com isso, a produção de grãos na América do Sul deve melhorar devido aos melhores volumes de chuva”, destaca Rafael Meyer, Sócio e Gestor da Solutions Multi Family Office.
Por outro lado, ele explica que a produtividade do hemisfério norte pode ser impactada negativamente, ocasionando uma eventual queda da produção. “Havendo um desequilíbrio na oferta, tenderá a provocar uma alta pontual nos preços das commodities agrícolas, o que pode beneficiar empresas como a SLC Agrícola”.
SLC é aposta do segundo semestre
A SLC se destaca por ser uma das principais ‘teses’ de geração de caixa para o segundo semestre de 2023 e para o ano de 2024, segundo Meyer. “Atualmente o payout ratio (taxa de pagamento) da companhia está em 65%, o que refletiria em um dividend yield de 8% para o ano de 23 e 11% para 24, mesmo com os preços das commodities mais baixos”.
Além do ganho com geração de caixa, o especialista demonstra que a SLC negocia com um desconto de 34% em relação ao histórico base no EV/Ebitda, atualmente está em 4,6x. Ainda, a empresa negocia a múltiplos P/L (Preço/Lucro) de 7x para 23. No último fechamento do pregão, ela estava cotada a R$ 40,32, com alta de 5,49% no mês.
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“Houve uma queda dos preços das commodities, que tiveram suas máximas em 2022, quando os preços subiram 80% em relação ao final de 2019. Essas altas dos preços ajudaram a impulsionar os resultados da SLC, levando a um aumento da receita líquida e das margens EBITDA acima do nível histórico”, destaca o especialista.
Portanto, segundo Meyer, caso o Brasil tenha de fato um segundo semestre positivo para as commodities agrícolas, a SLC pode ter uma expansão do lucro líquido e consequentemente uma apreciação dos preços das ações.
Outros setores do agro impactados pelo El Niño
A BB Asset também está de olho no fenômeno climático. Para Marcelo Collaço, gestor de portfólio de fundos de ações ativos da instituição, outro setor que pode se beneficiar do El Niño e se tornar uma opção para o investidor se posicionar é o de açúcar e etanol.
“O preço do açúcar mostra base de sustentação em uma janela longa por questões estruturais de oferta, com o El Niño afetando para baixo a produção em países asiáticos, e o programa indiano de mistura do etanol à gasolina, priorizando um mix de produção maior de etanol em detrimento ao açúcar”, afirma.
Além deste segmento, o setor de transporte e logística de grãos ganha fôlego com o El Niño, que irá apoiar o Brasil para uma safra recorde de 2023 de 307,3 milhões de toneladas. “Para o setor de logística e bens de capital, a visão se torna bastante positiva pelo volume recorde na produção de grãos (soja e milho), somado aos fortes volumes de farelo de soja, açúcar e proteínas para a temporada 2023/2024”, diz Collaço.
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