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Fundo Verde, de Stuhlberger, aproveita piora da bolsa e faz movimentação na carteira

Houve um aumento da posição vendida em dólar contra o real, mas a exposição a bolsas globais permanece neutra

Fundo Verde, de Stuhlberger, aproveita piora da bolsa e faz movimentação na carteira
Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde (Foto: Divulgação Verde)

O fundo Verde, da gestora que tem como sócio-fundador Luis Stuhlberger, aproveitou a piora recente da Bolsa brasileira para voltar a aumentar sua exposição ao segmento, segundo carta mensal de gestão divulgada hoje (6). Houve ainda um aumento da posição vendida (que aposta na queda) em dólar contra o real, enquanto a exposição a bolsas globais permanece neutra.

“A combinação de juros globais em alta com China fraquejando é normalmente bastante perniciosa para mercados emergentes, o que atingiu o Brasil em cheio nesse último mês”, afirma a equipe de gestão do Verde.

Segundo a carta mensal, as taxas de juros globais subiram devido a “reiteradas surpresas positivas no crescimento americano”, enquanto o crescimento chinês muito fraco provocou uma “onda de pessimismo bastante forte” sobre as perspectivas para a China. “Com isso, o ruído local sobre o contexto fiscal é exacerbado e tirado da sua devida proporção”, avalia o Verde.

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A partir disso, o fundo está focado “na resiliência do crescimento [no Brasil], que continua a surpreender positivamente, e nas oportunidades que aparecem por conta de deslocamentos técnicos nos mercados locais”.

No exterior

Nos Estados Unidos, a gestora diz que não é de hoje que “a resiliência do consumidor americano combinada a um ciclo de investimento turbinado por estímulos fiscais tem surpreendido os analistas”, que estão há quase um ano esperando uma recessão. “Os dados mostram uma desaceleração no mercado de trabalho, mas não nos parece que com força suficiente para causar uma recessão (aliás, historicamente dados de emprego são dados atrasados em relação ao ciclo econômico, e não antecedentes)”, descreve a carta.

Assim, o fundo está com uma exposição neutra a bolsas globais e diz “ver valor” em posições aplicadas (que apostam na queda) no juro real americano.

Já em relação à China, a gestora tem visão mais alinhada ao consenso pessimista, “embora no curto prazo o acúmulo de vários pequenos incentivos anunciados pelo governo provavelmente vá estabilizar a situação”, descreve, na carta. “Estamos mais focados nos desafios estruturais de uma economia que vem sistematicamente se alavancando e se fechando ao mundo externo, expulsando o capital estrangeiro, seja de jure ou de facto (por direito ou de fato). Por isso mantemos posição vendida na moeda chinesa, onde somos pagos para esperar o longo prazo (dado o diferencial de juros tanto para o dólar quanto para outras moedas)”, afirma.

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A carta mensal do Verde informa ainda que a posição em ouro foi mantida, assim como a pequena alocação em petróleo. No segmento de crédito, as posições em high yield global foram marginalmente reduzidas, enquanto em crédito local foram mantidas.

Resultado em agosto

Em agosto, o Verde FIC FIM apresentou estabilidade, ante alta de 1,14% do CDI, seu indicador de referência. Segundo a carta mensal, houve ganhos nas posições de inflação implícita no Brasil e em moedas globais, além das proteções com bolsa global. As perdas vieram da Bolsa local e das posições compradas em ouro e no real. No ano, o fundo acumula um avanço de 7,26%.