- O Índice Dividendos (Idiv) rendeu quase duas vezes mais que o CDI em 2023 e superou o Ibovespa e o dólar.
- Solidez das companhias ajuda a explicar por que o Idiv também superou os principais benchmarks do mercado nos últimos cinco e dez anos.
O Índice Dividendos (Idiv), que reúne as ações que mais remuneram os investidores, superou os principais marcadores do mercado neste ano, com rentabilidade quase duas vezes maior que o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), referência em rentabilidade no mercado financeiro. O levantamento foi realizado pela Trígono Capital e mostra que o Idiv também entregou os maiores retornos nos últimos cinco e dez anos. Para analistas, a explicação está na solidez das companhias que são boas pagadoras de dividendos.
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Em 2023, o índice acumula alta de mais de 27%, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa, avançou cerca de 23%. O Idiv também teve um desempenho acima da renda fixa indexada ao CDI, que variou 12,74% até 20 de dezembro de 2023. O dólar Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro) acumula queda de mais de 6% no ano.
O analista de ações da GuiaInvest Sérgio Biz afirma que a performance do Índice de Dividendos neste ano está relacionada aos setores financeiro e elétrico, que tiveram um bom desempenho especialmente no segundo semestre, e que possuem uma participação relevante no índice.
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“Além disso, como quem paga dividendos são empresas com estrutura de capital sólida e com bom caixa, quando o mercado ficou mais otimista e o fluxo de investidores estrangeiros aumentou, os investidores começaram a buscar primeiro essas empresas, que possuem elevado valor de mercado e são mais estáveis”, explica Biz.
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A solidez das companhias também foi destacada por Werner Roger, diretor de investimentos da Trígono Capital. Para ele, esse fator ajuda a explicar o bom desempenho do Idiv também no longo prazo. Nos últimos cinco anos, o índice registrou alta de 90,9%, enquanto o Ibovespa avançou 52,6%, o CDI subiu 44,2% e o dólar teve variação de 25,5%. Nos últimos dez anos, o Idiv acumula 165,5%, contra 160,2% do Ibovespa, 142% do CDI e 109,7% do dólar.
“Empresas que pagam bons dividendos são empresas boas e que tendem a se manter estáveis ou até mesmo se valorizar mesmo em momentos de crise, quando o Ibovespa cai. É o caso do setor de concessão e energia, por exemplo, um dos principais do Idiv e cujas companhias apresentam retornos regulares por conta das tarifas. São previsíveis”, destaca Roger.
Alternativas para investir em dividendos
Quem decide investir em companhias pagadoras de dividendos possui algumas opções. Os ETFs (fundo negociado em bolsa que busca um retorno semelhante a um índice de referência) que acompanham o Índice de Dividendos e os fundos de investimentos oferecem a vantagem de que o investidor não precisa escolher as ações por conta própria.
No entanto, Sérgio Biz ressalta que nesses casos os dividendos são automaticamente reinvestidos no fundo e não depositados na conta do investidor. “Para quem gosta de receber a renda passiva e quer ter o dinheiro para complementar a aposentadoria, por exemplo, o melhor é comprar diretamente as ações”, diz.
Já se o objetivo é aumentar o patrimônio, os fundos e os ETFs podem ser uma boa alternativa. Werner Roger ressalta que no caso dos fundos, quem escolhe as ações são gestores profissionais, que sabem identificar as companhias com maior potencial de retorno. Por isso, há chances de obter ganhos até mesmo acima do Idiv. No entanto, é importante ter em mente que os fundos cobram taxas de administração e performance, o que reduz a rentabilidade líquida.
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