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Com aportes de US$ 200 bi, empresas de IA atraem novos investidores; veja recomendações

Embora os olhos dos investidores se voltem a esse tipo de negócio, alguns não sabem avaliar e escolher uma empresa que traga boa rentabilidade, dizem especialistas

Com aportes de US$ 200 bi, empresas de IA atraem novos investidores; veja recomendações
Descobrir oportunidades de investimento no mercado de IA pode ser um desafio, mas há muitas oportunidades no radar do mercado. (Foto: Adobe Stock)
  • A demanda por soluções baseadas em IA está crescendo em várias indústrias, desde saúde e finanças até manufatura e varejo
  • Investir no setor de inteligência artificial geralmente se enquadra mais na categoria de growth (crescimento) do que de value (valor)
  • Equipe de analistas da EQI Research identificou os cinco ETFs de IA mais líquidos no mercado norte-americano, levando em consideração a importância da liquidez para os investidores

As altas cifras dos investimentos projetados em inteligência artificial (IA), segundo levantamento da IDC Worldwide Artificial Intelligence Spending Guide, são um poderoso ímã para investidores interessados em empresas desse setor. A previsão de que os aportes ultrapassem o montante de US$ 200 bilhões até 2025, conforme especialistas, representa uma oportunidade de altos ganhos.

Isso porque as companhias que desenvolvem e implementam tecnologias de IA estão posicionadas para capturar uma parte desse investimento massivo, impulsionando suas operações, inovações e expansão de mercado. A demanda por soluções baseadas em IA está crescendo em várias indústrias, desde saúde e finanças até manufatura e varejo, criando um ambiente propício para o sucesso das empresas que lideram nesse espaço.

Embora os olhos dos investidores se voltem a esse tipo de negócio, alguns não sabem avaliar e escolher uma empresa que traga boa rentabilidade, dizem especialistas. O  analista de mercados internacionais da Empiricus Research, Enzo Pacheco, diz que investir no setor de inteligência artificial geralmente se enquadra mais na categoria de growth (crescimento) do que de value (valor).

Avaliar uma empresa apenas pelos múltiplos tradicionais, como preço lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), segundo ele, pode ser desafiador para investidores interessados nesse setor, porque muitas vezes as empresas são consideradas caras pelos critérios convencionais. 

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Pacheco diz ainda que o investidor deve realizar uma análise profunda da empresa em questão, compreendendo o mercado em que ela opera e o tamanho do negócio endereçável para seu produto ou serviço. Entra na conta dessa observação, conforme ele, o exame de um ambiente competitivo, avaliando se há barreiras à entrada de novas empresas no segmento e se o produto ou serviço é facilmente replicável ou substituível.

Ao realizar essa análise detalhada, o investidor ganha insights sobre a capacidade de crescimento do negócio ao longo do tempo. “Aquela ação que parece cara hoje, negociando, por exemplo, por 50 vezes seus lucros passados, na verdade estaria negociando por múltiplos baratos, já que os resultados serão muito maiores à frente, algo como 15 a 20 vezes lucros futuros”, explica.

Para o gestor de fundos da Empiricus Gestão, João Piccioni, o principal indicador que os investidores devem considerar ao avaliar empresas so setor de tecnologia é o ciclo da tecnologia. “Neste momento, por exemplo, estamos ainda investindo na construção da infraestrutura que dará suporte para o amplo uso da ferramenta. Procurar enxergar para onde o fluxo de investimentos flui é fundamental; entender quais as companhias que neste momento mais bem se aproveitam desses recursos e que possuem ciclos de produtos mais rápidos, também deve ser algo fundamental”, pontua.

Investimento: quais empresas de IA são recomendadas por especialistas

Embora seja bem vista no mercado financeiro, o analista de mercados internacionais da Empiricus Research, Enzo Pacheco, diz não ter atualmente recomendação específica de compra para a Nvidia, mas avisa que o interessado na empresa deve considerar uma estratégia cautelosa ao investir no negócio, especialmente dada a volatilidade e os altos preços atuais das ações.

Huang, CEO da Nvidia, estima que o mercado potencial da empresa possa atingir até US$ 100 trilhões. Com um valor de mercado atual de pouco mais de US$ 3 trilhões, conforme Pacheco, isso sugere um potencial significativo de crescimento futuro, possivelmente capturando uma participação de 5 a 6% desse mercado.

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“Como tudo ainda está no campo das descobertas, não podemos assumir que a empresa vá, de fato, valer o dobro que vale hoje. Existe a possibilidade, mas dada a alta recente no ativo, entendo que os riscos de uma eventual realização significativa, seja por motivos próprios ou até mesmo de cunho macro, na ação não pode ser descartada. Por isso sugeriria uma pequena posição aos preços de hoje”, analisa.

Para investidores interessados em apostar na Nvidia, diz ele, uma abordagem conservadora poderia ser alocar uma pequena parte do capital (cerca de 1% da carteira no exterior) nos preços atuais. Isso permite participar potencialmente dos ganhos futuros da empresa sem expor uma parte significativa do portfólio à volatilidade específica desse ativo.

Por outro lado, o especialista aponta que para Amazon, Meta, e Taiwan Semiconductor, a sugestão de compra varia de 4% a 6% do portfólio internacional. Essas empresas são vistas como líderes em seus respectivos setores, com fundamentos sólidos e perspectivas de crescimento. Para AMD, Apple e Microsoft, a recomendação do analista é de alocar de 1% a 3% do portfólio, refletindo uma avaliação mais moderada considerando seus desempenhos recentes e potencial de mercado.

A AMD é vista como uma concorrente significativa da Nvidia, embora ainda esteja atrás em termos de participação de mercado em chips de IA, segundo os analistas. Enquanto a Nvidia domina com vendas expressivas, a AMD busca  se posicionar como uma alternativa viável, especialmente à medida que a demanda por chips cresce e as empresas buscam diversificar seus fornecedores.

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Já a Taiwan Semiconductor (TSM) é uma escolha forte devido à sua posição dominante no mercado de foundry, peça-chave para a fabricação de chips de alta tecnologia. Com mais de 50% de participação de mercado, diz Pacheco, a TSM se beneficia da demanda por tecnologia avançada e capacidade de produção, o que lhe permite cobrar preços premium e reinvestir em novas pesquisas e tecnologias.

O analista financeiro Paulo Godoi Filho observa que as grandes empresas de tecnologia mencionadas por Pacheco, além da Alphabet, estão posicionadas para se beneficiar com o avanço da IA. Devido ao substancial poder financeiro dessas empresas e à ampla adoção de seus produtos e serviços globalmente, elas são vistas como líderes naturais neste campo.

Especialistas argumentam que, mesmo se a monetização da IA enfrentar obstáculos temporários, essas gigantes tecnológicas continuarão investindo alto nos negócios. “Isso poderia aumentar ainda mais sua influência no mercado, enquanto empresas menores podem não conseguir acompanhar o ritmo de investimento necessário para competir efetivamente”, analisa.

Conheça os cinco ETFs de IA mais líquidos no mercado norte-americano

Descobrir oportunidades de investimento no mercado de IA pode ser um desafio, segundo os analistas da EQI Research, Tiago Maciel e Pedro Pimenta, dada a vasta e muitas vezes desordenada quantidade de informações disponíveis. Para investidores interessados em mitigar riscos e obter diversificação instantânea, os Exchange Traded Funds (ETFs) especializados em inteligência artificial oferecem uma estratégia atraente, explicam os estrategistas.

Em português, a sigla ETFs é traduzida para Fundos de Índice Negociados em Bolsa. Tratam-se de fundos de investimento que são negociados como ações nas bolsas de valores. Eles são projetados para rastrear o desempenho de um índice específico, como o índice S&P 500, um setor específico do mercado, commodities ou outros ativos subjacentes. Os ETFs permitem aos investidores comprar e vender unidades de participação ao longo do dia, como fariam com ações individuais, oferecendo assim liquidez imediata. 

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Esses ETFs agregam uma variedade de empresas líderes no desenvolvimento e aplicação da IA, permitindo aos investidores acessar um portfólio diversificado com um único investimento. Essa abordagem, dizem os analistas, não só reduz a exposição a riscos associados a investimentos individuais, como também facilita o acesso a empresas que estão na vanguarda da inovação tecnológica.

Mas é preciso estar atento aos riscos nos investimentos em ETFs: os ativos de tecnologia frequentemente são vistos como sobrevalorizados devido à natureza dinâmica do setor. Tecnologias promissoras podem ser rapidamente substituídas por outras mais eficientes, o que pode afetar o desempenho dos ETFs no curto prazo.

Além disso, uma decisão crítica ao escolher um ETF é o índice de referência que ele segue. ETFs estruturados para espelhar o desempenho de um índice específico, afirmam os estrategistas, podem variar com base na composição do índice. Por exemplo, ETFs que incluem empresas como Nvidia tendem a ter um desempenho diferente dos que não a têm.

Abaixo, a equipe de analistas da EQI Research identificou os cinco ETFs de IA mais líquidos no mercado norte-americano, levando em consideração a importância da liquidez para os investidores. Além de destacar a composição e as exposições geográficas e setoriais de cada ETF, Maciel e Pimenta explicam as razões por trás do desempenho de cada fundo em relação aos seus pares.

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ETF ishares us technology (IYW)

  • O IYW busca replicar o desempenho do índice Russell 1000 Technology RIC 22.5/45 Capped Index, composto pelas 1.000 maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos;
  • Esse ETF é gerido pela Blackrock e seleciona as empresas com base em critérios como capitalização de mercado, liquidez e desempenho financeiro;
  • O fundo oferece exposição a empresas de eletrônicos, software, hardware de computador e tecnologia da informação.

Ishares expanded tech sector ETF (IGM)

  • O IGM segue o S&P North American Expanded Technology Sector Index, abrangendo subsetores como software, hardware, semicondutores e serviços de tecnologia.
  • Projetado para refletir de perto o desempenho do setor de tecnologia nos EUA, proporciona uma diversificação ampla dentro desse mercado dinâmico.

Global X inteligência artificial & technology (AIQ)

  • O AIQ investe em empresas que desenvolvem e utilizam tecnologia de IA em seus produtos e serviços.
  • Além de empresas de IA, o fundo também inclui aquelas que fornecem hardware essencial para análise de grandes dados.

Global X robotics & artificial intelligence (BOTZ)

  • O BOTZ foca em empresas que se beneficiam da crescente adoção de robótica e inteligência artificial, incluindo robótica industrial, automação e veículos autônomos.
  • Segue o Índice Temático Indxx Global Robotics & Artificial Intelligence, oferecendo exposição ao crescimento dessas tecnologias emergentes.

First trust Dow Jones internet index fund

  • Esse ETF reflete o desempenho do índice de ações Dow Jones Internet Composite Index, composto pelas principais empresas dos EUA na indústria da Internet.
  • As empresas incluídas devem gerar a maior parte de suas receitas na internet e IA e atender a critérios específicos de capitalização de mercado e liquidez.

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