- Atualmente, o Nubank é uma companhia de capital aberto tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil
- Na prática, a fintech continuará negociando recibos na Bolsa de São Paulo, mas não será mais uma empresa com dupla listagem
- Os detentores de BDRs terão três opções de conversão
O Nubank (NUBR33) vai pedir à B3 e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a conversão de seu programa de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) do Nível III para o Nível I (patrocinado).
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Na prática, a fintech continuará negociando recibos na bolsa de valores brasileira, mas não será mais uma empresa com dupla listagem. Ou seja, o Nubank está saindo da B3 como empresa, mas permanece no Brasil como companhia fechada.
Atualmente, o Nubank é uma companhia de capital aberto tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Com a conversão dos recibos, pedirá a descontinuidade do programa de BDRs de Nível III e, posteriormente, o cancelamento, perante a CVM, de seu registro de companhia aberta emissora estrangeira de valores mobiliários de categoria A.
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Os BDRs de Nível I patrocinados exigem o registro apenas do programa na CVM. O registro da empresa é exigido em níveis superiores, como o III.
Segundo a fintech, o objetivo da mudança é maximizar a eficiência. Por ter dupla listagem, o Nubank precisa ter estruturas diferentes, para atender às normas específicas dos mercados em que seus papéis são negociados.
“O Nubank visa maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis”, disse em nota a cofundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira. “Nosso foco é melhorar processos, produtividade e escalabilidade para entregar crescimento e valor para todos os nossos stakeholders.”
O neobanco afirma ainda que a mudança não afeta seu compromisso de longo prazo com o Brasil e o mercado de capitais local, e lembra que empresas como Google, Tesla e Facebook têm BDRs de Nível I.
Conversão
Os atuais detentores de BDRs do Nubank terão três opções: trocar os recibos por ações negociadas nos EUA; trocar o BDR de Nível III por um novo, de Nível I; ou fazer a venda dos BDRs ou ativos subjacentes em bolsa brasileira ou americana, a depender das aprovações, em processo de venda facilitado.
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Para converter os BDRs em ações, o investidor precisa deter recibos suficientes. Cada BDR do Nubank equivale a um sexto de uma ação do neobanco listada em Nova York, proporção que será mantida na mudança de programa. Ou seja: o investidor precisará deter seis ou mais BDRs para aderir a essa opção, além de conta ativa em uma corretora nos EUA.
Caso opte por receber os BDRs de Nível I, o investidor receberá um novo BDR para cada papel que atualmente detém. Os participantes do NuSócios receberão BDRs Nível I via comissário mercantil.
NuSócios
O Nubank abriu capital simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos, no final do ano passado. A dupla listagem foi inédita no mercado brasileiro, e permitiu o lançamento do NuSócios, programa em que distribuiu BDRs gratuitamente a 7,5 milhões de clientes, de forma paralela à oferta dos recibos.
“Conseguimos criar uma das maiores iniciativas de inclusão financeira da história do Brasil: mais de 7,5 milhões de pessoas se tornaram investidores do mercado de ações”, afirmou Junqueira. “No ano passado, nosso plano nos desafiou a superar as complexidades de engenharia, financeiras e legais de uma listagem dupla, mas valeu a pena incluir nossos clientes na linha de partida do nosso ambicioso plano de longo prazo.”
Os clientes do NuSócios também poderão escolher entre a conversão e a venda de seus BDRs, antes do término do período específico de lockup (proibição de venda) do programa, de acordo com o Nubank.
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