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Tesouro Direto ou CDB: veja qual é o melhor investimento com estas simulações

Quais as diferenças entre os Certificados de Depósito Bancário e os títulos do Tesouro Direto? Entenda de uma vez por todas

Tesouro Direto ou CDB: veja qual é o melhor investimento com estas simulações
Cortes na Selic tendem a aumentar a atratividade de investimentos (Foto: Rmcarvalhobsb em Adobe Stock)
  • O que distingue as taxas do Tesouro Direto para os CDBs bancários é o risco financeiro
  • CDBs contam com a proteção do FGC e como os títulos públicos são considerados investimentos high grade
  • Volatilidade e liquidez são outros pontos que diferenciam os papéis do Tesouro dos títulos bancários

O Brasil é o país da renda fixa e raras foram as vezes que essa afirmação foi contrariada, a exemplo do período entre maio de 2017 e dezembro de 2021, quando Selic rodou abaixo dos dois dígitos. Para o investidor, sempre há opções de gordos rendimentos e baixo risco, tanto no mercado bancário quanto nos títulos públicos. Mas, afinal, quais as diferenças entre os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e os títulos do Tesouro Nacional, além de seus emissores?

Em primeiro lugar, o que distingue as taxas do Tesouro Direto para os CDBs bancários é o risco financeiro. “Emprestar para o governo é bem mais seguro que financiar uma empresa ou um banco na nossa economia”, afirma Christopher Galvão, analista de Fundos de Investimentos da Nord, nesta entrevista para o E-Investidor, quando a Selic pagava 13,75% ao ano.

Os bancos, portanto, precisam remunerar um pouco mais o investidor de seus títulos e, caso a instituição financeira ofereça um CDB que paga menos de 100% do CDI, melhor correr da oferta. “Não faz sentido, é melhor ir para o Tesouro Selic a quase 100% do CDI do que estar num banco de taxa menor e correndo mais risco”, resume o especialista – entenda o raciocínio dele aqui.

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Opções não faltam. Existem dezenas de bancos e muita diferença de riscos. É por isso que  não adianta olhar apenas para a instituição que oferece a taxa de retorno mais gorda. Esta, aliás, virá provavelmente do banco que tem a pior nota de risco de crédito. Pior do que investir sabendo do risco é fazê-lo sem saber quais são eles.


Para entender essa parte, é necessário conhecer questões como alavancagem e liquidez da instituição financeira, conceitos que, na verdade, são difíceis de avaliar para um cidadão sem contato com o mercado financeiro. Por isso, normalmente, as corretoras disponibilizam aos clientes as notas de crédito dos bancos emissores de CDBs.

Em tempo, alavancagem mostra a capacidade de um banco financiar suas operações com dívida, aumentando o potencial de lucro (ou perda). Liquidez refere-se à facilidade com que um banco pode cumprir suas obrigações financeiras imediatas, convertendo ativos em dinheiro sem perda significativa de valor. Ambos são cruciais para a estabilidade financeira.

Títulos do Tesouro e CDBs são investimento high grade

No caso de risco financeiro, tamanho, muitas vezes, não é documento. Na lista das ofertas da corretoras, sempre aparece aqueles bancos médios com taxas mais interessantes e avaliações um pouco menos positivas. Rating de crédito dá a avaliação de risco de um investimento feita por agências de classificação, ele reflete a capacidade de um agente financeiro de cumprir suas obrigações. Em geral, as agências de risco atribuem notas como “AAA”, “AA+”, “BB” “BB-”.  Isso ajuda investidores a entenderem os riscos. As notas podem mudar com alterações financeiras ou gerenciais.

A boa notícia é que os CDBs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Como os títulos públicos, que têm a segurança de pagamento do próprio Tesouro Nacional, são considerados investimentos high grade. "O investidor precisa avaliar se os riscos corridos são pertinentes com cada perfil e, no caso dos CDBs, a garantia adicional do FGC está limitada ao valor de R$ 250 mil por CPF", diz Simone Albertoni analista sênior de Produtos Financeiros de Renda Fixa da Ágora Investimentos.

No jargão do mercado financeiro, "high grade" indica baixo risco. As aplicações em produtos com essa avaliação oferecem garantias para o investidor, o que reduz bastante o risco de perder dinheiro, explica a equipe da XP Investimentos, em relatório.

Leitura do cenário para investir em renda fixa

Sabendo que os CDBs também têm risco de calote reduzido, outro ponto a entender para investir com a maior segurança da renda fixa é estar ligado nas notícias macroeconômicas. A leitura do cenário faz parte da decisão do investidor sobre qual caminho tomar e qual indexador aplicar, pensando no seu retorno de médio e longo prazos.

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Um exemplo disso pode ser verificado no comportamento dos títulos IPCA +. No início de junho de 2024, mesmo com o Banco Central (BC) apontando para o fim do ciclo de cortes da Selic, na casa dos 10% ao ano, os títulos públicos insistiam em gerar rendimentos maiores. Juros altos nos EUA, entre 5,25% e 5,50%, dificultam o trabalho da autoridade monetária brasileira, que para atrair o investidor precisa pagar mais em relação aos Estados Unidos, a maior e mais segura economia do mundo. A desconfiança com o fiscal no Brasil também aparece entre as preocupações dos analistas.

O ceticismo do mercado fez o Tesouro IPCA com vencimento em um ano pagar uma taxa um pouco melhor do que o CDB, "puramente por conta de estresse fiscal do mercado brasileiro", infere Filipe Feitosa, planejador financeiro do C6 Bank.

Uma diferença a mais de 0,2%, que, no entanto, não está escrita em pedra. A Taxa do Tesouro IPCA + é ajustada diariamente – entenda aqui a diferença entre os títulos do Tesouro. Este é um título híbrido (com remuneração fixa e variável) que, assim como os papeis do Tesouro Prefixado, apresenta alta volatilidade em momentos de incerteza fiscal no Brasil e também nos EUA. "Renda fixa só é fixa se o investidor levar até o vencimento", observa Feitosa.

Liquidez, rendimento e composição de carteira de renda fixa

A volatilidade dos papéis do Tesouro, aliás, mostra uma outra diferença entre os títulos públicos e os CDBs: a liquidez. Os primeiros, por terem recompra do governo, tendem a pagar uma taxa menor. O CDB, por outro lado, não tem recompra antecipada e, portanto, seria mais indicado para quem não vai precisar da grana durante o período de aplicação. Esta é outra razão para pagar melhores retornos, tanto no pós quanto no prefixado. "O investidor que topa deixar o dinheiro travado, acaba alocando no CDB", diz o analista do C6 Bank. "Em resumo, o indexador que o investidor vai escolher depende do que se deseja, vai de acordo com as perspectivas de rentabilidade."

Em termos de estratégia, o Tesouro Selic , que tem liquidez diária e paga a variação da Selic, é o investimento mais seguro da economia. Ele pode ser combinado com CDBs de bancos seguros que pagam 105% a 110% do CDI. Essa mistura pode ampliar a performance da carteira de renda fixa batendo CDI, indica Galvão da Nord. Essa tabela mostra um pouco desse efeito depois de um ano:

E quando se fala do Tesouro Selic, reserva de emergência vem à mente. Pela liquidez diária do papel, o investidor pode resgatar o seu dinheiro sem prejuízo de marcação a mercado, como se observa em aplicações do Tesouro prefixadas ou híbridas (IPCA +).

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A marcação a mercado é o efeito do valor do título em relação a sua rentabilidade. Se o investidor compra um IPCA + 6% hoje e, numa outra semana esse mesmo título paga IPCA + 6,1%, o investimento perde valor na marcação a mercado. O contrário também pode acontecer, beneficiando o investidor, caso os juros caiam. A mesma lógica funciona para os títulos prefixados.

Para aquele investidor que pensa no médio e no longo prazos, é possível diversificar a carteira com os títulos IPCA e prefixados, que não entram como reserva de emergência, mas travam bons retornos em tempos de juros altos. Esta análise, claro, precisa ser feita a cada período.

Em termos de prazos, os CDBs têm uma oferta de produtos maior, com a possibilidade de o investidor encontrar títulos com prazos de vencimento menores que um ano. Esse tipo de opção funciona para quem tem um objetivo de curto prazo, como a compra de um carro ou casa nos próximos meses, precisa guardar o dinheiro no período e quer arriscar taxas acima do CDI.

Mercado secundário oferece melhores taxas

No mundo dos CDBs ainda há o mercado secundário, que pode trazer algumas taxas mais gordas para o investidor que tem paciência para procurar produtos logo na abertura dos negócios, às 10h. O mercado secundário é onde as corretoras oferecem liquidez a títulos que já haviam sido adquiridos na emissão primária. É a volta ao mercado de um papel adquirido por um investidor que, por qualquer motivo, precisou se desfazer do investimento antes do prazo de vencimento.

Neste movimento, as corretoras e bancos compram o título cobrando um spread (prêmio) e parte desse ganho é repassado no mercado secundário para o novo investidor. Para ter acesso a esses produtos com uma gordurinha a mais de juros, é preciso abrir a tela da corretora na abertura de mercado. Os melhores produtos, assim como na feira, acabam logo nos primeiros minutos.

Tabela regressiva do IR interfere na rentabilidade da renda fixa

Em relação à tributação, há uma semelhança entre investimentos em Tesouro Direto e CDBs. Ambos são tributados pela tabela regressiva de IR para investimentos de renda fixa, que varia conforme o tempo de aplicação:

  • 22,5% para aplicações de até 180 dias;
  • 20% para aplicações de 181 até 360 dias;
  • 17,5% para aplicações de 361 até 720 dias;
  • 15% para aplicações acima de 720 dias

Como acessar os títulos públicos e os CDBs?

Investir em CDBs e no Tesouro direto é simples, mas o investidor precisa acessá-los por meio de uma corretora. O primeiro passo consiste em abrir uma conta. É possível acessar CDBs pelos bancos também, mas nesta matéria do E-Investidor fica claro que as corretoras oferecem uma variedade maior de opções.

Em seguida, o correntista deve descobrir qual é o seu perfil de investidor e entender suas necessidades financeiras, porque isso ajudará na escolha do investimento mais adequado para ele e os seus objetivos.

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