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5 BDRs para ficar de olho em 2021

E-Investidor ouviu três casas de análises que indicaram cinco papéis para se ter no radar e, se possível, na carteira

5 BDRs para ficar de olho em 2021
(Foto: Ritchie B. Tongo/EFE)
O que este conteúdo fez por você?
  • Desde outubro é possível acessar ações de empresas internacionais sem precisar abrir conta fora do País. Mas com tanta novidade à disposição, quem será que merece atenção especial do investidor brasileiro?
  • Os BDRs são certificados que “espelham” as ações , ou frações destas, de empresas estrangeiras. Ou seja, se a ação do Facebook tem uma forte alta nos Estados Unidos, o BDR negociado aqui no Brasil terá o mesmo movimento
  • Antes da mudança feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os BDRs estavam disponíveis apenas para investidores qualificados (com certificação ou R$ 1 milhão em patrimônio investido)

A expansão do acesso a BDRs (Brazilian Depositary Receipt) foi uma das principais notícias do mercado de capitais brasileiro em 2020. Desde outubro, é possível acessar ações de empresas internacionais sem precisar abrir conta fora do País, o que expandiu a oferta de produtos e a possibilidade de ganhos para as pessoas físicas que investem na B3. Com isso, o número de CPFs negociando os certificados de ações na bolsa dobrou para 100 mil até o final de novembro, enquanto o volume negociado de BDRs atingiu R$ 5 bilhões no período. Mas, com tanta novidade à disposição, quem merece atenção especial do investidor brasileiro?

Os BDRs são certificados que “espelham” as ações , ou frações destas, de empresas estrangeiras. Se a ação do Facebook , por exemplo, tem uma forte alta nos Estados Unidos, o BDR negociado no Brasil terá o mesmo movimento. Hoje existem 671 BDRs Não Patrocinados, emitidos por uma instituição depositária e não pela própria companhia.

Antes da mudança feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os BDRs estavam disponíveis apenas para investidores qualificados – aqueles com certificação ou donos de R$ 1 milhão em patrimônio investido.

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A pedido do E-Investidor, algumas casas indicaram BDRs para ficar de olho em 2021. Confira:

Alibaba (BABA34)

Gigante chinês de comércio eletrônico, o grupo é um dos 21 BDRs chineses disponíveis na B3. Fernando André Martin, analista de ações da Levante Investimentos, define o BABA34 como o instrumento mais líquido para quem busca hoje exposição na região. “A China quer dobrar o PIB até 2035″, diz Martin. “Pensando na carteira, não tem como não ter alguma coisa de lá”.

Nesta segunda-feira (7), o BDR foi negociado a R$ 48,20, queda de 1,53%. Em 2020, o papel acumula valorização de 55,84%.

Paloma Brum, economista da Toro, vê o Alibaba como um grande par da Amazon – gigante norte-americana que também tem BDR negociado no Brasil. “Apesar de ser uma potência no mercado asiático, o Alibaba também tem atuação internacional”, diz ela. “Vejo esse papel com bastante poder de competição ao longo do tempo, tal como a Amazon”.

Alphabet (GOGL34)

Outro case para ficar de olho é o conglomerado que tem em seu arcabouço nomes de peso, como Google e YouTube, dois gigantes quando o assunto são negócios digitais. A tendência de alta da companhia é atribuída às suas atividades, que sofrem menos impactos no atual contexto de pandemia.

“A Alphabet domina o mercado de busca online, uma vez que a participação global do Google supera os 80%, gerando forte crescimento de receita e fluxo de caixa”, diz José Falcão, especialista em renda variável da Easynvest. Para ele, a liderança absoluta do Google tende a permanecer.

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Cotado a R$ 62,00 nesta segunda-feira (7), o papel acumula alta de 72,37% no ano.

Para Paloma Brum, as empresas que compõem o grupo têm uma capacidade de inovação e agilidade  bem superior a dos seus pares. “É um diferencial competitivo para o Google [Alpha] porque, embora seja um gigante, continua tendo um espírito de startup”, observa Brum.

Berkshire Hathaway (BERK34)

Para o analista da Levante, este é um papel primordial para qualquer investidor que se lança no mercado internacional. “É mais conservador porque, indiretamente, você está comprando outras empresas”, diz Martin.

A Berkshire é a empresa do famoso bilionário Warren Buffett, também conhecido como “mago” dos investimentos. Conhecido pela relevância e diversificação, o portfólio da companhia reúne ativos como Apple, Bank of America e Coca-Cola.

“A empresa mais que dobrou o retorno anualizado do S&P 500 desde que Warren Buffett assumiu o comando em 1964, produzindo um retorno total de mais de 2.000.000% para os investidores desde então”, diz Murilo Breder, analista de renda variável da Easynvest.

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Nesta segunda (7), o BERK34 foi cotado a R$ 1.172,28, e tem no acumulado de 2020 27,69% de valorização.

Coca-Cola (COCA34)

Centenária, a Coca-Cola é outro exemplo para se ter no radar quando o assunto é BDR. Apesar de ter sido afetada pela pandemia, a companhia conseguiu entregar valores acima do esperado pelo mercado.

No terceiro trimestre, a fabricante de bebidas registrou lucro líquido de US$ 1,73 bilhões, queda de 33% na comparação com o mesmo período de 2019, e uma receita 9% menor, de US$ 8,7 bilhões. Apesar de refletir os efeitos da pandemia, o desempenho da receita foi melhor que o do segundo trimestre, indica o time de renda variável da Easynvest. “Mas os resultados seguiram pressionados pelo fechamento de canais de venda fora de casa, como bares e restaurantes”, diz o relatório.

A expectativa é que a retomada da economia no mundo, puxada pelas vacinas contra a covid-19, fortaleça a recuperação da Coca-Cola, conhecida por ser uma boa pagadora de dividendos. “Nos últimos sete, oito anos, o crescimento do dividendo foi de 6,5% a 7%. E a perspectiva para 2021 é de retomada do crescimento orgânico de vendas”, avalia o analista da Levante.

Com crescimento acumulado de 23,26% neste ano, o COCA34 foi negociado a R$ 270,60 no pregão desta segunda-feira (7).

Microsoft (MSFT34)

Pioneira no setor de tecnologia, a Microsoft também figura nas recomendações de especialistas quando se trata de exposição a ações estrangeiras. Para Paloma Brum, da Toro, a companhia possui o diferencial de vedar o mercado à entrada a novos concorrentes.

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“É o ‘efeito cadeado’. Uma vez que uma empresa contrata um software da Microsoft, é muito difícil ela fazer uma mudança”, diz a analista. “Além disso, a empresa tem capilaridade, afinal, são clientes no mundo inteiro”.

A Microsoft hoje possui múltiplas fontes de receitas. Hugo Carone e Murilo Breder, analistas da Easynvest, citam a rede Linkedin (5% da receita) e o faturamento do cloud computing, que aumentou mais de 50% em dois anos.

No pregão desta segunda (7), o BDR foi cotado a R$ 45,63. No acumulado de 2020, o papel apresenta alta de 73,70%.

“Com um negócio resiliente e gerador de caixa, os últimos resultados da Microsoft vieram robustos, mesmo em meio à pandemia”, dizem Carone e Breder. “A mudança estratégica da companhia com foco em renda recorrente, via assinatura de seu sistema operacional – antes era preciso comprar o pacote – e alta escalabilidade tem surtido efeito: o lucro por ação mais do que dobrou nos últimos dois anos”.

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