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As ações do Ibovespa com rentabilidade superior a 100% do CDI

Levantamento do TradeMap analisou a rentabilidade das ações desde março de 2021. Veja o ranking

As ações do Ibovespa com rentabilidade superior a 100% do CDI
Algumas ações conseguiram ter ganhos expressivos durante o ciclo de aperto monetário (Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • Com o movimento de alta da taxa de juros, as ações das empresas foram penalizadas, de um modo geral, com as projeções para baixo dos seus resultados
  • Os títulos de renda fixa ganharam destaque durante esse período ao oferecer uma rentabilidade e um risco menor para os investidores
  • No entanto, entre as ações do Ibovespa, nove conseguiram oferecer ganhos de superior a 100% do CDI

O movimento de alta de juros deu foi interrompido em setembro após o Comitê de Política Monetária (COPOM) manter a Selic no patamar de 13,75% ao ano. Desde março do ano passado, quando houve a primeira elevação da taxa de juros, os ativos de renda fixa ganharam destaque no mercado em função da queda na rentabilidade dos ativos de risco.

Segundo dados do TradeMap, enviado com exclusividade ao E-Investidor, de março de 2021 até o pregão desta quinta-feira (29), enquanto o Ibovespa entregou uma rentabilidade negativa de 2,15%, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ofereceu um retorno ao investidor de 13,35% no mesmo período.

De acordo com o levantamento, nove ações conseguiram entregar uma rentabilidade acima de 100% em relação ao CDI. Entre o grupo, os papéis do Assaí (ASAI3), Positivo (POSI3) e  Fer Heringer (FHER3) se destacaram no período. Outras seis companhias também conseguiram distribuir dividendos.

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Não há uma razão em comum para o desempenho desses papéis. Pelo contrário, cada companhia teve um cenário favorável específico para os seus ganhos ao longo do período. No caso do Assaí, a boa performance aconteceu em virtude da sua capacidade de se beneficiar com a alta dos preços.

“A inflação alta e a corrosão da renda do trabalhador levaram muitas pessoas a comprar no “atacarejo”, comprando quantidades maiores e com desconto”, afirma Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos. Em paralelo, a empresa segue em expansão para diversas regiões do país. “Os resultados têm sido consistentemente fortes e a empresa é defensiva.”

Ao olhar por setor econômico, as companhias de commodities prevaleceram no ranking com uma valorização expressiva acima do CDI. Os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4) tiveram os maiores ganhos em virtude do aumento do preço do petróleo no mercado internacional e também da distribuição recorde de dividendos.

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Segundo os dados do TradeMap, o dividend yield da companhia ficou em torno dos 60% entre março de 2021 e setembro de 2022. O porcentual de distribuição de proventos foi o maior entre as ações analisadas.

“Há uma dinâmica do preço do petróleo ainda favorável. Tivemos um conjunto de fatores com a reabertura da econômica (após as restrições de isolamento social da pandemia da covid-19), guerra na Ucrânia e também no pagamento de dividendos”, ressalta Jennie Li, estrategista de ações da XP.

Os ganhos aconteceram em um momento considerado ruim para os ativos de renda variável. Quando o Copom decide elevar a Selic para combater a alta dos preços, as projeções de lucro das companhias de capital são revisadas. Normalmente, o mercado projeta resultados menores em comparação a períodos de queda da taxa de juros.

“Em um cenário em que se restringe a atividade econômica, naturalmente, as empresas vão faturar menos e ter menos lucros”, diz Renato Chanes, analista de investimentos da Ágora.

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Como o lucro é uma métrica importante para a precificação, a tendência é que as ações das empresas sofram quedas com as estimativas de baixo desempenho. “Quanto maior a taxa de juros, mais o investidor vai exigir de retorno para estar posicionado em renda variável porque temos o risco de eleição, de commodities, entre outros”, afirma.

Vale lembrar que as performances passadas das companhias não são garantias na mesma magnitude para o futuro. Por isso, os investidores precisam analisar se as projeções pontam para um desempenho rentável nos próximos meses.

No caso das empresas ligadas ao petróleo, Siqueira avalia que o desempenho pode sofrer quedas diante do cenário macroeconômico desfavorável. “As empresas devem ter desempenho pior nos próximos meses em função da queda recente do petróleo e menor perspectiva de recuperação em função da desaceleração econômica global”, avalia.

De março deste ano até o dia 2 de agosto, a cotação do barril de petróleo permanecia na faixa de US$ 100, segundo dados do Investing. Neste intervalo, o dia oito de março foi o período que commodity alcançou o seu maior patamar ao ser negociada a quase US$ 130 (US$ 127,98) em virtude dos conflitos entre Rússia e Ucrânia.

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Logo depois, os preços passaram a ser negociadas abaixo dos US$ 100. Nesta quinta-feira (29), por exemplo, o preço do barril de petróleo fechou em US$ 87,1. O valor representa uma queda de 31,8% em relação ao seu pico, no dia oito de março.

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