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- Mercado espera que Nubank (BUNR33) reporte lucro entre R$ 900 milhões e R$ 1,2 bilhão no 2T23
- Apesar do otimismo, analistas dizem que é preciso ficar atento a resultados de inadimplência do banco
- A XP tem recomendação neutra para o papel da Nubank, com preço-alvo de R$ 5,90
Um dos destaques desta terça-feira (15) é o balanço do segundo trimestre de 2023 do Nubank (NUBR33), que agora é o quarto maior banco do Brasil. O roxinho conquistou o título em julho após ultrapassar a marca dos 85 milhões de clientes na América Latina, segundo o Banco Central, e deixou para trás grandes instituições como Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11).
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“Os analistas esperam mais um trimestre de crescimento do banco. A fintech deve manter os ganhos de receita e o número de clientes. Porém, é esperado uma maior desaceleração do crédito”, Eduardo Firmo, assessor na iHUB Investimentos, escritório associado a XP.
Renato Nobile, CEO e gestor da Buena Vista Capital, também concorda que há uma expectativa de crescimento no segundo trimestre, e acrescenta que a tese se baseia no avanço das novas vertentes de soluções como crédito e seguro, e o foco na parte internacional, principalmente no México.
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“Os grandes destaques para a gente ser um pouco mais otimista com esse balanço são os próprios resultados do primeiro trimestre. Teve lucro recorde na casa dos R$ 700 milhões e o Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) na casa dos 43%. Então a gente vê uma receita e um lucro crescente, inclusive acima da expectativa do mercado”, comenta Nobile.
Rodney Ribeiro, assessor de investimentos na WIT Invest, enfatiza a expectativa mais otimista. Para ele, um dos motivos para o aumento de projeção de crescimento no 2T23 é justamente a base de clientes corporativos, que mostra um aumento marginal de 5,6%.
O BDR do Nubank (NUBR33) registra até terça, às 14h45, uma valorização de quase 79% no acumulado de 2023, em contraste com a queda de 60% do ano passado. Já a recente lançada criptomoeda do roxinho, o Nucoin, apresentou nesta segunda-feira (14) uma valorização de mais de 1.600%.
Projeções e recomendação
Nas projeções da Buena Vista Capital, o lucro deve vir em R$ 1,2 bilhão. Já os relatórios da XP, segundo Ribeiro, apontam para uma expectativa um pouco menor, com um lucro líquido na ordem de US$ 191,4 milhões (R$ 955 milhões, com o dólar a R$ 4,99), o que representa uma alta de 35% no trimestre.
Para a iHUB, Firmo conta que a expectativa é de um lucro estimado de US$ 204 milhões (R$ 1 bilhão, com o dólar a R$ 4,99), em comparação com o prejuízo de US$ 30 milhões (R$ 149,70 milhões na mesma cotação) registrado no 2T22. Além disso, estima-se que o ROE deva apresentar uma considerável alta, em torno de 15%.
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O preço-alvo da XP para o Nubank é de R$ 5,90, com uma recomendação neutra. “Isso se deve principalmente ao baixo ROE e margens apertadas, à elevada exposição ao crédito de baixo custo e às falhas recorrentes na segurança do banco”, explica Firmo.
O que o mercado está de olho?
É consenso entre os analistas ouvidos pelo E-Investidor que a inadimplência é um fator de cautela. “O lucro líquido da companhia e a taxa de inadimplência do banco são temas que todo o mercado está acompanhando de perto. Além disso, o Nubank deve perder parte de suas receitas de serviços com a entrada em vigor do limite para as taxas de transação dos cartões pré-pagos”, comenta Firmo.
Carlos André Vieira, analista de ações do TC, também afirma: “A carteira do Nubank é formada por cartões de crédito para pessoas físicas, que têm grande inadimplência e [altas] taxas de juros. Então ele está tentando equilibrar essa questão de inadimplência e retorno”.
Para o especialista, o resultado deve vir “um pouco melhor” do que no trimestre anterior. Contudo, ele diz que o mercado está de olho nos números de retornos. Tanto se o retorno final vai ser de lucro ou prejuízo, e se o ROE (retorno sobre o patrimônio), que é a principal medida para a avaliação dos bancos.
Isso porque, em um passado, o banco demonstrou resultados sem direção, reportando em um trimestre lucro, no outro prejuízo. Contudo, de dois a três trimestres para cá, ele diz que a empresa tem ajustado suas operações, reduzindo as despesas, sendo mais assertivo na carteira de crédito e entregando uma rentabilidade “razoável para um banco digital”.
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“O Nubank vive um momento de redução das suas despesas e otimização da sua estrutura operacional, para conseguir gerar um resultado positivo em suas operações, oferecendo maior rentabilidade para seus acionistas”, comenta Vieira.
Já Ribeiro diz que mesmo com a possibilidade do aumento da inadimplência, ainda existe uma perspectiva de aumento dos resultados: “Como foi apresentado pelo chamado ARPAC (Receita Média Mensal por Cliente Ativo). O Nubank mostra esse crescimento”, destaca.