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Por que as ações do Bradesco subiram e as do Itaú caíram após balanço

Segundo analistas, uma das razões para a diferença está na previsão de despesas para cada instituição

Por que as ações do Bradesco subiram e as do Itaú caíram após balanço
Agência do Bradesco na Avenida Paulista, SP. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • De acordo com os relatórios divulgados pelas instituições financeiras, o lucro líquido de cada empresa cresceu cerca de 35% no 3T21 em relação ao mesmo período de 2020
  • Mesmo com resultados semelhantes, as ações do Bradesco fecharam em alta de 4,8%, enquanto as do Itaú caíram mais de 1%

Os bancos Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4/ITUB3) apresentaram resultados positivos no balanço do terceiro trimestre deste ano. De acordo com os relatórios divulgados pelas instituições financeiras na semana passada, o lucro líquido de cada empresa cresceu cerca de 35% em relação ao mesmo período de 2020.

Mas cada papel teve trajetória distinta após a divulgação dos resultados. Na sexta-feira (5), os do Bradesco se valorizaram, enquanto os do Itaú sofreram uma depreciação superior a 1%. Confira os abaixo os motivos.

Bradesco

As ações do Bradesco encerraram a sexta-feira (5) em alta de 4,93%, chegando a R$ 19,99. Um dos motivos foi o resultado positivo do balanço do 3T21. De acordo com os dados da instituição financeira, o lucro liquido registrado foi de R$ 6,8 bilhões. O montante corresponde a 34,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a XP Investimentos, a alta foi 8% acima das estimativas feitas pela casa. Em relatório assinado pelos analistas Vitor Pini, Matheu Odaguil e Artur Alves, a casa destaca também que o índice de inadimplência registrado pela instituição cresceu em um ritmo inferior às outras companhias.

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“Enxergamos o Bradesco como o mais defendido em um cenário macroeconômico mais desafiador à frente, embora acreditemos que o pico da inadimplência ainda esteja por vir”, informa o relatório. Com esse parâmetro, a recomendação é neutra para as ações do Bradesco, com preço-alvo de R$ 26.

Victor Martin, analista da Planner Corretora, aponta outro ponto positivo no resultado da companhia que pode explicar a valorização das ações: a alta das receitas de serviços ter sido superior ao das despesas operacionais. Martin recomenda a compra das ações da BBDC4 por R$ 30.

Itaú

Fachada do Itaú. Foto: Sergio Moraes/Reuters

Assim como o Bradesco, o banco Itaú (ITUB4/ITUB3) apresentou resultados positivos. De acordo com o balanço do 3T21 divulgado na quarta-feira (3), o lucro líquido da companhia alcançou o valor de R$ 6,78 bilhões. O montante representa uma alta de 34,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o preço das ações fechou em queda na sexta-feira (5).

Para os papéis do ITUB4, a queda foi de 1,21%, chegando a R$ 22,88. Já para o ticker ITUB3, o recuo foi um pouco maior, a 1,24%, precificado a R$ 20,66.

Na avaliação de Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest, a desvalorização se deve à previsão do aumento das despesas para o Itaú, causadas pela inflação e acordos salariais. “O que preocupa um pouco é o aumento da inflação e os novos acordos salariais de um aumento de 11% que vai aumentar as despesas do Itaú”, justifica.

Mesmo tendo essa perspectiva, a Renova Invest continua otimista para a companhia e recomenda compra das ações da instituição financeira. O preço-alvo é R$ 31.

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Já Mário Goulart, analista da O2 Research, ressalta que o banco entregou resultados satisfatórios em um momento de desafios econômicos no Brasil. mesmo em comparação ao mesmo período de 2019. No entanto, ele acredita que o mercado penalizou a instituição financeira por causa do resultado deste trimestre ter sido inferior ao do 2T21.

“No trimestre passado, ele (Itaú) entregou 26,5% de margem de lucro líquido, enquanto nesse terceiro trimestre a margem foi de 20,2%. O resultado é o oposto ao Bradesco. No trimestre passado, o Bradesco entregou 30% de margem de lucro liquido e neste trimestre apresentou uma margem de 36,5%”, avalia.

Apesar desses indicativos, Goulart ressalta que a empresa “continua sendo uma empresa sólida e forte”, mas devido às condições macroeconômica do Brasil a recomendação é neutra para as suas ações.

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