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Ibovespa hoje: índice fecha em queda, mas confirma segunda alta mensal do ano

Índice foi penalizado na sessão desta sexta-feira (28) por falas de Lula e forte valorização do dólar

Ibovespa hoje: índice fecha em queda, mas confirma segunda alta mensal do ano
Fachada da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Werther Santana/Estadão
  • A principal referência da B3 encerrou o dia em baixa de 0,32%, aos 123.906,55 pontos, e com volume negociado de R$ 21,9 bilhões
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Bradespar (BRAP4)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3)

O Ibovespa hoje fechou em queda, mas conseguiu confirmar seu segundo avanço mensal de 2024, marca até então conquistada apenas em fevereiro, quando o índice subiu 0,99%. Em junho, a principal referência da B3 avançou 1,48%. Os ganhos poderiam ser maiores se não fosse o pregão desta sexta-feira (28), em que o indicador encerrou em baixa de 0,32%, aos 123.906,55 pontos, e com volume negociado de R$ 21,9 bilhões.

A Bolsa brasileira sofreu diante da forte valorização do dólar, que terminou o dia em alta de 1,47% a R$ 5,5883, no maior patamar desde dezembro de 2021, quando a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 5,6939. O mercado monitorou novas falas de Luiz Inácio Lula da Silva críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Em entrevista à rádio FM O Tempo, Lula afirmou que o dirigente não está cumprindo suas funções adequadamente. “Isso vai melhorar quando eu puder indicar o presidente do Banco Central, e vamos construir uma nova filosofia”, afirmou o Chefe do Executivo. As declarações do petista foram interpretadas pelos investidores como um sinal de que ele pretende interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir o cargo após o fim do mandato de Campos Neto.

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Lula também usou a entrevista para tecer comentários sobre o movimento de valorização da moeda americana em relação ao real. Na ocasião, o presidente disse que “o dólar está subindo porque tem especulação com derivativos” para enfraquecer a moeda brasileira. Declarações similares já haviam sido feitas na quinta-feira (27), quando o presidente criticou quem o culpou pelo aumento do dólar após uma entrevista ao portal UOL.

As falas levantaram temores nos investidores e impactaram o Ibovespa, que só não sofreu uma queda pior porque ações de grande peso para o índice conseguiram se sair bem nesta sexta-feira. Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam em alta de 0,9% a R$ 38,05, enquanto os ordinários (PETR3) avançaram 1,23% a R$ 40,38. As ações da Vale (VALE3), por sua vez, encerraram em valorização de 1,07% a R$ 62,22.

Em Nova York, os principais índices acionários fecharam em queda no pregão. Nasdaq recuou 0,71%, enquanto Dow Jones e S&P 500 tiveram perdas 0,1% e 0,4%, respectivamente. Ao longo do dia, as Bolsas perderam o ímpeto que, na abertura, chegou a impulsionar Nasdaq e S&P 500 a níveis recordes.

Nesta sexta-feira, investidores repercutiram a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que ficou estável em maio na comparação com abril, em linha com o esperado por analistas ouvidos pela FactSet. O indicador é a métrica de inflação favorita do Federal Reserve (Fed).

Maiores altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Bradespar (BRAP4).

BRF (BRFS3): 2,81%, R$ 22,67

As ações da BRF (BRFS3) lideraram os ganhos do Ibovespa no dia, encerrando o pregão em valorização de 2,81% a R$ 22,67. O fortalecimento do dólar beneficiou a empresa, que também registrou a principal alta do índice em junho (22,01%) e no primeiro semestre de 2024 (64,16%). Com o desempenho, o valor de mercado da companhia retornou aos R$ 37,5 bilhões pela primeira vez desde outubro de 2017

A BRFS3 anotou alta de 22,01% no mês. No ano, acumula uma valorização de 64,16%.

Marfrig (MRFG3): 1,56%, R$ 12,36

Quem também se saiu bem no pregão foram os papéis da Marfrig (MRFG3), que terminaram o dia em alta de 1,56% a R$ 12,36. A empresa também foi impulsionada pela valorização do dólar.

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A MRFG3 cai 9,57% no mês. No ano, acumula uma valorização de 27,42%.

Bradespar (BRAP4): 1,37%, R$ 18,51

Outro destaque positivo foi a Bradespar (BRAP4), cujos papéis encerraram a sessão em valorização de 1,37% a R$ 18,51, após o minério de ferro fechar em alta de 0,18% na Bolsa de Dalian, na China, e em avanço de 1% em Cingapura.

A BRAP4 recua de 3,59% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,7%.

Maiores quedas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3).

Azul (AZUL4): -6,02%, R$ 7,34

As ações da Azul (AZUL4) lideraram as perdas do Ibovespa na sessão e terminaram o dia em baixa de 6,02% a R$ 7,34. O cenário de juros elevados, dólar forte e petróleo em alta dificulta a recuperação das companhias aéreas brasileiras em 2024.

A AZUL4 cai 22,49% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 54,15%.

Cogna (COGN3): -5,85%, R$ 1,77

Entre as maiores perdas do dia, também estiveram as ações da Cogna (COGN3), que fecharam em queda de 5,85% a R$ 1,77. Nesta sexta-feira, o setor de educação foi pressionado na Bolsa pelo avanço dos juros futuros.

A COGN3 termina o mês em baixa de 4,84%. No ano, acumula uma desvalorização de 49,28%.

Yduqs (YDUQ3): -5,71%, R$ 10,41

Entre os destaques negativos da sessão, figuraram as ações da Yduqs (YDUQ3), que encerraram em baixa de 5,71% cotadas a R$ 10,41. Em relatório, o Citi menciona que a empresa já antecipa uma queima de caixa negativa durante o segundo trimestre, refletindo sua sazonalidade trimestral mais fraca.

A YDUQ3 recua 14,04% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 52,72%.

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*Com Estadão Conteúdo

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