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Ação tem queda acima de 25% no Ibov em março. Veja as 5 maiores baixas

Em março de indefinição da Ibovespa, algumas ações registraram fortes baixas

Ação tem queda acima de 25% no Ibov em março. Veja as 5 maiores baixas
(Foto: Márcio Fernandes/ Estadão)
  • A ponta negativa do Ibovespa foi liderada pelas ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3), com uma queda de 30,53%.
  • O Grupo Pão de Açúcar (GPA) também registrou baixa expressiva no acumulado de março, com queda de 24,57%
  • Com destaque em maiores quedas, a ação da Magazine Luiza (MGLU3) sofreu uma baixa de 15,49% no mês

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou nesta quinta-feira (28) com alta de 0,33%, aos 128.106,10 pontos. Porém, houve uma queda de 4,53% no primeiro trimestre do ano.

A varejista Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) apresentou a maior queda das ações no mês de março, segundo levantamento da Ágora Investimentos obtido com exclusividade pelo E-Investidor. Num valor bem aproximado o Grupo Casas Bahia (BHIA3) também registrou baixa, como já estava indicado desde a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2023.

A Ágora Investimentos aponta que fatores como a combinação de persistentes temores com o cenário fiscal, atividade interna forte (reforçados pelos dados do setor de serviços, varejo e mercado de trabalho) e perspectiva de menos cortes na taxa Selic, impactaram o mercado de juros.

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Com queda de 26,55% nos papéis, a PCRA3 sacramenta a saída da francesa Casino do controle da sociedade. Os franceses passarão de 40,9% de participação para 22,5%. A operação enfrentou desafios devido ao momento complicado que passa o varejo brasileiro e o GPA em particular, que vem tentando melhorar sua estrutura de capital.

Com porcentual de baixa semelhante, Grupo Casas Bahia (BHIA3) apresentou uma queda de 25% no mês. A varejista registrou prejuízo de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, sendo o sexto trimestre seguido em que o resultado líquido da empresa fica em terreno negativo. No ano de 2023, o prejuízo acumulado chegou a R$ 2,62 bilhões, ante perda de R$ 342 milhões no ano anterior.

De acordo com o CEO e fundador da Melver Educação, Raony Rossetti, há uma preocupação com o reperfilamento da dívida, que só deve começar a ser paga daqui a 18 meses. “O grupo está seguindo uma série de iniciativas para se recuperar. Demissões, queima de estoque, reestruturação da área de consignado, entre outros. E o mercado está aguardando o desfecho”, diz.

Até agora, a empresa executou cerca de 35% de seu plano de transformação. Desde então, 55 unidades foram encerradas e quatro centros de distribuição readequados. Nos últimos três meses do ano passado, 17 lojas foram fechadas pelas Casas Bahia – confira os detalhes nesta reportagem.

Com destaque em maiores quedas, a ação da Magazine Luiza (MGLU3) sofreu uma baixa de 15,49% no mês. Em geral, os resultados do período mostraram uma tendência de melhora da rentabilidade, de acordo com o banco, e as despesas financeiras diminuíram significativamente. Por outro lado, as vendas de mercadoria própria e vendas em lojas físicas continuam em dificuldades. A companhia registrou alta na margem do produto (mercadorias próprias + lojas físicas) de 110 pontos base ano a ano.

Já a maior agência de viagens, CVC Brasil (CVCB3) apresentou queda de 13,43% nos papéis no acumulado do mês, pressionada pelo balanço do quarto trimestre de 2023, quando registrou prejuízo líquido de R$ 74,5 milhões. O Citi destacou, em relatório, que o Ebitda ajustado ficou 20% aquém do esperado devido ao menor faturamento.

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De acordo com a Ágora Investimentos, o ambiente de ações cíclicas como Casas Bahia, Pão de Açúcar e Magazine Luiza lideraram as quedas do Ibovespa no mês. Além do ambiente macro, pesaram sobre as ações da Casas Bahia e Magazine Luiza, o cenário de concorrência acirrada e a retração no comércio eletrônico evidenciados pelos resultados ainda pressionados do 4T23. Já as ações do Grupo Pão de Açúcar também foram pressionadas pelo anúncio da oferta de ações.

Ainda entre as quedas, encontra-se CSN Mineração com baixa de 12,69% no mês. Para o analista da Empiricus Research, Matheus Spiess, isso ocorreu por conta de condições macroeconômicas e não por uma ação da empresa em específico. “Ocorre que é um período de crise para o minério de ferro, por conta da China. Outras mineradoras como a Vale também acabam sendo afetadas. A causa seria mais uma conjuntura internacional das commodities”, explica Spiess.

Segundo a Ágora, os preços futuros do minério de ferro ampliaram as perdas ao longo do março, atingindo seus níveis mais baixos em meses, pressionados por preocupações persistentes sobre a demanda no principal consumidor, a China, em meio à falta de medidas políticas significativas para impulsionar a absorção do aço. Tal fato, associado ao preço menor do aço e as margens estreitas das siderúrgicas e as altos embarques de minério, suprimiram a demanda e os preços do minério de ferro.

Olhando para frente, a casa de investimentos vê riscos de queda limitados para os preços no curto prazo, devido ao suporte de custos elevados, como o de frete.

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* Com informações da Agência Estado/Broadcast

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