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Mercado se divide sobre Klabin (KLBN11) após negócio de R$ 5,8 bilhões

Investimento reduz risco de fornecimento de madeira para a companhia, mas há um outro lado da moeda. Confira

Mercado se divide sobre Klabin (KLBN11) após negócio de R$ 5,8 bilhões
Produto de fábrica de papel e celulose. (Foto: Envato Elements)
  • O investimento vai reduzir o processo de desalavancagem da companhia nos próximos anos
  • Por outro lado, os analistas avaliam que a compra deve reduzir os custos com a compra de madeira

A Klabin (KLBN11) anunciou nesta quarta-feira (20) a aquisição das operações florestais da Arauco, localizados no Paraná, por US$ 1,16 bilhão, equivalente a R$ 5,8 bilhões na cotação atual. O investimento deve acelerar o processo de garantir o fornecimento de madeira para a companhia, o que deve reduzir os custos da empresa nos próximos anos. Para o mercado, a estratégia é positiva, mas há divergências se a notícia sinaliza uma oportunidade de compra para os investidores que estão fora do papel no momento.

A ausência de unanimidade sobre a recomendação das ações da Klabin tem um porquê: múltiplos pouco atrativos. A XP, por exemplo, reconhece que a compra dos ativos florestais no Paraná deve reduzir parte dos riscos da compra de madeira para os próximos anos. O problema apontado pela corretora é que o valuation (valor do ativo) atual limita os ganhos das ações.

“Reiteramos a nossa recomendação neutra, principalmente devido aos níveis de valuation pouco atrativos, na nossa opinião. O EV/EBITDA (valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2024 de 7,4 vezes limita ainda mais o potencial de valorização das ações”, informou a corretora em relatório publicado nesta quinta-feira (21).

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O BTG Pactual tem a mesma visão. De acordo com o banco, o aporte necessário da Klabin para a compra dos ativos florestais resultou em uma queima de caixa significativa e tornou a trajetória de desalavancagem da companhia ainda mais lenta para os anos de 2024 e 2025. “Continuamos a preferir exposição à Suzano em relação à Klabin, que classificamos como ‘neutra’ e que estão negociadas a exigentes 8,3 vezes Ebitda em 2024”, destacou o BTG.

Médio e longo prazos

No entanto, a percepção do momento ideal de compra não é unânime no mercado. Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, acredita que a redução de custos com a compra de madeiras deve melhorar as margens de lucro da Klabin e aumentar a geração de caixa no médio prazo. “Pode ser que haja um aumento dos dividendos distribuídos aos acionistas”, afirma Serra.

A perspectiva de melhora dos resultados deve refletir em uma valorização do papel, o que torna interessante incluir a companhia na carteira com a atual cotação. “A entrada até R$22,50 me parece interessante, trazendo um upside (potencial de alta) aproximado de 15% em relação ao nosso preço-alvo (R$ 26)”.

A Genial Investimentos também mantém recomendação de compra para a KLBN11, com preço-alvo de 26,35.

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