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Veja as maiores baixas do Ibovespa no 1º semestre

Como destaque negativo, Alpargatas (ALPA3) recua 38,33% cotada a R$ 9,30

Veja as maiores baixas do Ibovespa no 1º semestre
Ações da Alpargatas (ALPA4) operam em queda após decisão do Citi. (Foto: Amanda Perobelli/Estadão)
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  • O setor de atacarejo está entre as maiores quedas do Ibovespa no primeiro semestre de 2023, com destaque para Alpargatas (ALPA3)
  • Vale (VALE3) aparece na quarta posição entre as maiores desvalorizações, devido à queda do minério de ferro, reflexo de uma recuperação lenta da economia chinesa
  • A manutenção da Selic em 13,75% pela sétima vez consecutiva é citada como um dos fatores que impulsionaram as cinco maiores quedas

O cenário de juros altos, com a Selic mantida pela sétima vez consecutiva a 13,75%, prejudicou setores considerados mais sensíveis à taxa de juros, assim como à inflação (apesar do recuo visto em maio no IPCA para 0,23%). Entre as cinco maiores quedas do Ibovespa no 1º semestre de 2023 o setor do atacarejo se destaca, com Alpargatas (ALPA3) no topo. Veja quais foram as maiores altas do semestre

Além deste segmento, um ativo em especial que chamou a atenção foi Vale (VALE3), que tem grande peso no Ibovespa, com uma participação de 12,83% na carteira, segundo a B3. A frustração com a recuperação lenta da economia Chinesa foi o que impulsionou a queda da mineradora.

As 5 maiores baixas do Ibovespa

Ao E-Investidor, a Ágora Investimentos realizou uma pesquisa que mostra as maiores quedas do Ibovespa do dia 2 de janeiro a 30 de junho. Em ordem, estão Alpargatas (ALPA3), Meliuz (CASH3), Assaí (ASAI3), Vale (VALE3) e Carrefour (CRFB3). Confira os principais comentários sobre cada uma.

Alpargatas (ALPA3)

No topo do ranking das piores quedas, está Alpargatas (ALPA3), com um recuo de 38,33% cotada a R$ 9,30 na última sessão desta sexta-feira (30), marco do encerramento dos seis primeiros meses de 2023.

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Para a Ágora, a queda pode ser explicada devido a junho ter sido um mês de realização de lucros para a empresa, que teve altas expressivas no mês de maio, em meio a sinais de uma economia mais resiliente, com dados melhores do que o esperado no 1T23.

Além da aprovação do arcabouço fiscal e o recuo da inflação abaixo do esperado, que elevaram as expectativas de corte na Selic no segundo semestre, o que colaborou para a compra e, posteriormente, venda das ações.

“Dessa forma, ações de crescimento, do setor de varejo e de tecnologia, que se beneficiam de um cenário de taxas de juros mais baixas, registraram fortes ganhos no mês de maio. No entanto, no mês de junho, as ações corrigiram parte desses ganhos”, avalia a casa.

Apesar do olhar, agora, ser para o corte de juros, o especialista André Yano, ,sócio da WIT Invest, comenta sobre a Selic ainda estar em 13,7%, o que prejudica o setor de varejo, muito sensível à taxa de juros. “Com a Selic nesse nível e o varejo não mostrando grande crescimento, o ativo tende a sofrer. Além disso, a empresa não demonstrou bons resultados no último trimestre”, diz.

Meliuz (CASH3)

Em segundo lugar, aparece Meliuz (CASH3), empresa mineira de cashback criada em 2011, que desvalorizou 33,81% no primeiro semestre de 2023, cotada a R$ 7,81 nesta sexta-feira (30).

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Os motivos que levam a empresa a estar na configuração das maiores quedas, segundo a Ágora, são parecidos com o da Alpargatas: o ativo registrou avanço no mês de maio e, em junho, seus investidores realizaram lucros.

A casa também cita que o setor de tecnologia também se beneficia de um cenário de taxas de juros mais baixas, o que impulsionou os ganhos em maio, visto que às expectativas do mercado estavam, na época, a todo vapor para um corte da Selic mais próximo.

Já Yano comenta sobre o cenário atual, visto que essas expectativas, por hora, não se confirmaram, com a taxa básica de juros mantida em 13,75%. “Empresas de tecnologia precisam trabalhar com alavancagem e os juros em patamares mais elevados afeta diretamente essas empresas”, diz.

No fator micro, ele também cita que a receita da companhia desacelerou e os gastos também aumentaram. A companhia registrou prejuízo consolidado de R$ 11,9 milhões no 1T23, piora de 81% ante os R$ 17,1 milhões negativos dos três primeiros meses de 2022.

Assaí (ASAI3)

Além de ser a segunda pior queda de todas as varejistas de capital aberto, o Assaí (ASAI3) se destaca como a terceira pior desvalorização do Ibovespa todo neste semestre, recuando 29,09%, cotado a R$ 13,75 na última sessão desses seis meses.

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“A empresa se expandiu muito forte em 2022, com transformação dos supermercados Extra para Assai, mas houve alavancagem e os custos aumentaram fortemente também”, explica Yano, citando que a alavancagem, com os juros altos atualmente, traz questões negativas para as empresas.

Em março, a empresa comunicou ao mercado que seu acionista controlador Casino iniciou trabalhos preliminares para uma potencial nova venda de parte da participação do Casino na companhia por cerca de US$ 600 milhões, valor que poderá ser aumentado a depender das condições de mercado.

“O cenário macro mais desafiador, com volatilidade da inflação, um cenário competitivo difícil no segmento de atacarejo e relativamente a alta alavancagem financeira levou a cortes nas expectativas de lucro líquido do Assaí. No futuro, vemos a normalização do cenário macro no 2º semestre de 2023 e em 2024, enquanto a maioria das conversões de lojas da companhia começa a aumentar”, avalia a Ágora.

Vale (VALE3)

Na quarta posição, temos Vale (VALE3). Neste semestre, a mineradora recuou 26,16%, cotada a R$ 64,35 nesta sexta. Os motivos, para Ágora, estão intimamente ligados à queda do minério de ferro, após forte alta com a expectativa da reabertura da China.

“A esperada recuperação da atividade econômica chinesa frustrou, levando a um sentimento de mercado mais fraco e uma correção relativamente acentuada nos preços das commodities”, explica a casa de investimentos.

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Neste contexto, segundo a Ágora, as ações da Vale passaram a precificar uma menor geração de fluxo de caixa a partir de preços do minério de ferro a níveis relativamente mais baixos.

“Olhando para o futuro, embora uma recuperação acentuada na demanda chinesa por metais pareça improvável (por exemplo, dados do setor imobiliário ainda fracos, desenvolvedores pouco dispostos a retomar a construção, demanda de exportação mais fraca), continuamos esperando uma recuperação ao longo do 2S23/1S24 em relação aos níveis atuais, fornecendo suporte aos preços”, finaliza.

Carrefour (CRF3)

Como última posição do top 5 maiores quedas, está o Carrefour (CRF3), que assim como Assaí, faz parte do setor de atacarejo. No semestre, o ativo desvalorizou 23,34%, cotado a R$ 11,20 nesta sexta-feira (30).

“No cenário macroeconômico, destacamos que a companhia, assim como a grande maioria das empresas do setor de consumo, é exposta à variações do cenário macroeconômico, em especial quando pensamos em inflação, confiança do consumidor e, por consequência, seu poder de compra”, explica Yano.

Devido à esses fatores macro, o especialista comenta que, embora veja a companhia como relativamente defensiva a isso, por ter a maior parte das suas vendas vindas da categoria de alimentos, o Carrefour pode não ser capaz de repassar a inflação para preços, assim como também possui uma parte do seu sortimento em itens como eletrodomésticos, que sofrem ainda mais em momentos como esse. “A companhia já opera com margem lucro baixa e no cenário atual de desaceleração, afeta os resultados”, finaliza.

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