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Setor de energia da Bolsa cresce 2,07% em agosto

Cemig (CMIG4) e CPFL Energia (CPFE3) saltaram respectivamente 14% e 13% no mês

Setor de energia da Bolsa cresce 2,07% em agosto
Socorro às distribuidoras de energia deve ficar em R$ 4,5 bilhões. (Foto: Envato Elements)
  • O Ibovespa terminou agosto em queda de 2,48%, penalizando especialmente os papéis mais ligados à economia real
  • Porém, o setor elétrico cresceu 2,07% no mês, impulsionado pela maior aversão à risco nos mercados e na contramão dos demais segmentos da Bolsa
  • O pior desempenho de agosto no Ibovespa ficou com o segmento de construção civil, composto por construtoras e incorporadoras

O Ibovespa terminou agosto em queda de 2,48%, penalizando especialmente os papéis mais ligados à economia real. Porém, o setor elétrico cresceu 2,07% no mês, impulsionado pela maior aversão à risco nos mercados e na contramão dos demais segmentos da Bolsa.

Empresas que geram e distribuem energia, como Cemig (CMIG4) e CPFL Energia (CPFE3), saltaram respectivamente 14% e 13% no mês – mesmo em meio às preocupações com a crise hídrica, que poderia gerar impacto negativo justamente nas geradoras hidrelétricas e distribuidoras que dependem de geração de energia de fonte hídrica. Os dados são da provedora de indicadores financeiros Teva Índices.

“A performance dos setores mais defensivos mostram uma rotação de alocação. Em momentos de desaquecimento da economia e piora das expectativas, setores como saúde e energia tendem a ganhar força, afinal, são gêneros de consumos menos sensíveis a ciclos econômicos”, afirma a Teva Índices em relatório.

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Essa também é a visão de Ricardo França, especialista da Ágora Investimentos. “Na minha opinião, o que acabou motivando essa melhor performance foi a busca por parte dos investidores por ações que estivessem excessivamente descontadas”, explica.

Apesar das valorizações em Cemig e CPFL, a principal recomendação da Ágora no setor elétrico segue com a Taesa (TAEE11). Por ser uma transmissora, a empresa não é afetada pela variação nos preços da eletricidade ou demanda energética e, assim, estaria relativamente protegida em uma eventual crise hídrica.

Além disso, a companhia é considerada uma excelente pagadora de dividendos. Segundo França, as estimativa é que a TAEE11 tenha um Dividend Yield de 9% no ano que vem.

Os papéis da geradora CESP (CESP6) também estão entre as recomendações da Ágora. No curto prazo, a companhia atravessará um momento difícil por ser dependente dos recursos hídricos para gerar energia. Por outro lado, as ações estariam bastante descontadas. Atualmente cotados a R$ 23,94 hoje, os papéis caíram 17,22% no ano “Nesse nível de preço achamos bem atrativo”, afirma França.

De acordo com Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, o anúncio do aumento da conta de luz, com a bandeira vermelha patamar 2, foi um segundo fator que puxou o setor elétrico para cima em agosto. “Essa bandeira é positiva para as empresas de distribuição porque cobre eventuais custos que esses players teriam para comprar energia no mercado, tanto é que reagiram bem no dia da divulgação”, explica Guerra.

Comércio e Construção afundam

O pior desempenho de agosto no Ibovespa ficou com o segmento de construção civil, composto por construtoras e incorporadoras. De acordo com o Índice de Ações Construção Civil, calculado pela Teva, o segmento desabou 7,19% no período e já acumula perdas de 26,4% em 2021.

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As companhias relacionadas ao comércio registraram a segunda pior performance, com uma queda de 6,76% apontada pelo Índice Ações Comércio, também da Teva. A escalada da inflação e dos juros, que afeta o consumo das famílias e encarece os materiais de construção, são os principais responsáveis pelos desempenhos.

“A construção civil necessita de financiamentos de longo prazo para sustentar suas operações, de modo que o aumento da taxa de juros encarece o custo de crédito tanto para produtores como para consumidores, prejudicando as atividades do setor”, afirma a Teva. “O setor de comércio também é afetado pela inflação. Quando o preço dos alimentos sobe, por exemplo, sobra menos dinheiro para outros bens de consumo e consequentemente o setor de comércio desaquece.”

Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado para calcular a inflação no País, já acumula alta de 8,99%. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) está em alta de 10,85% apenas em 2021.

Entre os setores em queda, o de saúde foi o que menos sofreu em agosto, apresentando uma leve baixa de 0,64%. Dentro do Índice Ações Saúde, as empresas de seguros, medicina diagnóstica e gestão hospitalar se destacaram, com altas respectivas de 0,5%, 0,2% e 0,1%.

As companhias de Corretagem de Seguros acumularam a maior baixa, de 1,5%, e puxaram todo o segmento para o negativo.

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