- Petrobras (PETR4) é a maior pagadora de dividendos do país e uma empresa sólida, mas riscos políticos fazem o mercado olhar para companhias privadas do setor.
- PetroRio (PRIO3) tem se destacado com balanços positivos e expectativa de crescimento.
- Especialistas recomendam diversificar a carteira de ações com papéis da estatal e de petrolíferas privadas.
Em meio aos riscos políticos da Petrobras (PETR3; PETR4), a PRIO (PRIO3, ex-PetroRio) vem ganhando a atenção do mercado como uma alternativa para o investidor estar posicionado no setor de petróleo sem as incertezas que fazem parte da rotina de uma companhia estatal. Por outro lado, a Petrobras continua sendo a maior pagadora de dividendos do País – já foi recentemente a segunda maior do mundo –, além de ser uma importante concorrente global. Considerando esse cenário, vale a pena substituir uma pela outra na carteira de ações?
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Analistas ouvidos pelo E-Investidor acreditam que incluir PRIO3 na carteira é uma boa estratégia de diversificação. No entanto, sem abrir mão dos papéis da Petrobras.
Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, aconselha que o investidor tenha até 10% das suas ações em Petrobras e, no máximo, 5% de PRIO. No Ibovespa, a PETR4 corresponde a uma participação de 7,8% do índice, enquanto PRIO3 corresponde a 1,8%. Segundo o especialista, a composição do índice serve como uma boa base para que o investidor monte a sua própria carteira.
“Antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser eleito ele anunciou algumas medidas como acabar com a paridade internacional dos preços do petróleo, cortar dividendos e aumentar os investimentos na Petrobras. Como nenhuma dessas ameaças foi concretizada, o preço das ações subiu, tornando-se o melhor investimento do ano no setor do petróleo e da Bolsa”, afirma Conde.
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Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, acredita que o principal temor que o mercado tinha em relação à intervenção política direta na estatal “já passou”. Para ele, a Petrobras ainda tem “muito a oferecer” no longo prazo.
“A empresa segue sendo uma gigante e extremamente lucrativa. Nos últimos meses, a Petrobras teve um forte movimento de alta devido a fatores geopolíticos e políticas de preços, mas também mostra sinais de crescimento no que diz respeito à produção. De março a outubro de 2023, as ações da Petrobras subiram mais de 100%”, aponta Lima.
Para Ricardo França, analista de investimentos da Ágora, o risco político da Petrobras é inerente ao fato de a companhia ser estatal e eventualmente sofrer com mudanças em suas diretrizes. Contudo, a solidez da companhia, com resultados consistentes e dividendos elevados, continuam fazendo da petrolífera uma boa opção de investimento.
Diversificação
A recomendação é diversificar, montando uma carteira de ações de empresas de petróleo que tenha também companhias menores. A PRIO faz parte de seis entre 11 carteiras recomendadas para novembro por bancos e corretoras, apuradas pelo E-Investidor. A companhia tem entregado resultados positivos e é a única, além da Petrobras, que faz parte do Ibovespa atualmente.
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“O investidor que tem uma carteira diversificada pode combinar as duas teses, tendo um player privado, que está acelerando a sua produção, e a Petrobras, que é uma empresa muito mais madura e tem um valuation (valor do ativo) bem barato quando comparado a outras empresas de petróleo mundo afora”, aponta França.
Outras companhias do setor de petróleo na Bolsa brasileira, a 3R Petroleum (RRRP3), a Petrorecôncavo (RECV3) e a Enauta (ENAT3) são small caps, ou seja, fazem parte da classe de empresas que possuem menor valor de mercado. Para os especialistas, elas são boas opções para quem deseja diversificar a carteira de ações do setor de petróleo, mas podem oferecer maior volatilidade.
Outro atrativo da PRIO está no fato de que seu negócio ser mais influenciado pela cotação do barril de petróleo no exterior do que seus pares. Por isso, quando o preço do barril sobe, seu lucro acompanha o preço da commodity, assim como, consequentemente, suas ações. “Enquanto o negócio da Petrobras consiste em vender derivado de petróleo, o negócio da PRIO está focado em negociar o barril, com 100% da produção sendo vendida para o exterior”, explica Conde.
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