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Americanas pode ser excluída de índice de sustentabilidade, diz B3

De acordo com metodologia, B3 faz perguntas à empresa e pode excluí-la do índice

Americanas pode ser excluída de índice de sustentabilidade, diz B3
Pedestres em frente à unidade das Lojas Americanas.

O presidente da B3 Gilson Finkelsztain disse na tarde de terça-feira (17) que a Americanas, após a descoberta do rombo de R$ 20 bilhões, pode ser excluída do Índice de Sustentabilidade das Empresarial (ISE), mas não do Novo Mercado, pois não há regra de exclusão do segmento mais alto de governança corporativa.

No caso do ISE, pela metodologia, a B3 faz perguntas à empresa após a descoberta do problema, no caso da Americanas, o rombo de R$ 20 bilhões, e pode decidir por sua exclusão da carteira, que é replicada por vários fundos. Esse procedimento é mais rápido. “A gente está em contato com a empresa.” Com base nas respostas – ou na ausência delas – a B3 toma a decisão. “Em termos reputacionais, vemos que as empresas dão atenção muito relevante para fazer parte do ISE”, disse Finkelsztain.

O papel do Novo Mercado não é alertar sobre fraudes, função que cabe mais a empresas de auditoria e do regulador. A B3 tem função como provedora de infraestrutura para serviços. “Não é nossa função acusar ninguém. Prover o regulador com toda informação possível é nossa função”, disse o CEO.

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“Nosso papel é garantir boa formação de preços, por isso os leilões.” O pior que poderia acontecer é a assimetria de informação entre os investidores. Os leilões, quando a negociação é interrompida, é uma forma da B3 proteger a formação de preços.

O procedimento do Novo Mercado sobre as regras que a empresa precisa cumprir é claro. “Não sei o que aconteceu nas Americanas, se foi erro ou fraude”, disse o executivo. “Mas dificilmente a B3 poderia fazer alguma coisa via Novo Mercado. Não cabe ao Novo Mercado dizer se o comitê de auditoria é bom ou ruim”.

Não é proposta do Novo Mercado ser invasivo, ou apontar quem deve estar no comitê de auditoria, disse o presidente da B3. “O Novo Mercado tenta dar patamar mínimo de governança”, afirmou ele, ressaltando que não é possível ser 100% blindado.

Quando perguntado por jornalistas se as auditorias deixaram de funcionar, tanto em Americanas como no IRB, Finkelsztain disse que é difícil discordar deste ponto.