A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta para investigar possível fraude no caso Americanas (AMER3) se reuniu nesta terça-feira (30) para votar requerimentos, como convites para depoimentos e informações a serem apresentadas.
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Ao todo, 24 pedidos de deputados foram aprovados, incluindo solicitações para nomes importantes do mercado financeiro.
Um dos requerimentos que ganhou sinal verde foi o que envolvia o convite a sócios da KPMG e da PwC para prestar esclarecimentos. As auditoras se revezaram nas análises das demonstrações financeiras da varejista entre os anos de 2016 e 2022.
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A CPI também aprovou o convite para ouvir Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, que ficou no cargo por 20 anos. A comissão pretende que o executivo não fale apenas sobre as inconsistências contábeis encontradas, mas também sobre a transferência de imóveis em seu nome realizada durante a saída da varejista.
Os pedidos para ouvir o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, assim como representantes da B3 e do Ministério Público de São Paulo, também foram aprovados. Vale destacar que todos serão convidados, não convocados.
No entanto, o presidente da CPI, Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), garantiu que tomará medidas se os convites forem recusados. “Caso os que foram convidados se neguem a comparecer aqui nesta CPI, esta presidência tem o compromisso com o povo brasileiro e com o País. Sendo deliberado pelo Plenário, os que não vierem atendendo o pedido, serão convocados sim”, disse na sessão.
“O nosso objetivo é investigar e punir aqueles que praticaram crimes, seja eles quem for, 3G, 10G, 30G”, completou o deputado em alusão ao trio de acionistas de referência da companhia – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Ainda não foram votados os requerimentos que convidam os bilionários em questão para prestar esclarecimentos, nem os que envolvem Sérgio Rial, ex-CEO da Americanas que anunciou o rombo contábil da empresa, entre outros funcionários do alto escalão da empresa.
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Foram retirados de pauta os requerimentos que convidavam presidentes dos bancos credores da Americanas para prestar esclarecimentos sobre o montante total de recursos disponibilizados pela empresa.
Um deles solicitava a presença de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas o banco esclareceu posteriormente que não está mais na lista de credores da varejista, pois recebeu o valor devido pela execução do seguro-fiança.
A CPI ainda aprovou nesta terça a contratação de um assessor externo especializado em mercado de capitais e recuperação judicial para ajudar nos trabalhos da comissão. O nome indicado é Roberto Lincoln de Sousa Gomes Júnior, Doutor em Direito Comercial pela Universidade de São Paulo (USP).
Agora os deputados devem decidir em reunião administrativa quem serão os primeiros convidados a prestar depoimento na CPI. Segundo Gustinho Ribeiro, as primeiras pessoas devem ser ouvidas na próxima sessão da comissão, marcada para o dia 6 de junho.
