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Fitch vê 2024 como ano desafiador para setor de saúde; veja os motivos

Desde de 2023, a agência de riscos rebaixou cinco ratings de empresas do setor

Fitch vê 2024 como ano desafiador para setor de saúde; veja os motivos
Hospital. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A Fitch Ratings avalia que o setor de saúde deve continuar a enfrentar desafios em 2024, com a maioria das empresas ainda apresentado estruturas de capital alavancadas e uma retomada lenta na geração de caixa e de rentabilidade. Desde de 2023, a agência de riscos rebaixou cinco ratings de empresas do setor, com 27% dos 11 ratings avaliados estando em perspectiva negativa.

Apesar do aumento nos volumes de exames e internações, a agência avalia que as receitas das empresas não têm acompanhado a demanda devido à dinâmica rígida de negociação de preços e prazos, além de um processo lento de integração e captura de sinergias das aquisições. A rentabilidade teve uma ligeira melhora em 2023, com a expectativa de um aumento de 1 ponto porcentual na margem de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) agregada para 13,8% em 2024.

A Fitch destaca que as empresas de medicina diagnóstica enfrentam limitações nos repasses de preços, enquanto as operadoras de saúde buscam reduzir os índices de sinistralidade. Os hospitais, por sua vez, registram os maiores tíquetes médios e margens operacionais, beneficiando-se de menor competição e melhor capacidade de repasse de preços.

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O alto endividamento e a lenta recuperação da geração de caixa pressionam a alavancagem das empresas. O índice dívida líquida/Ebitda esperado para o final de 2024 é 2,9 vezes, ante 3,2 vezes em 2023. A Fitch também observa que não há espaço para aquisições financiadas por dívida sem pressionar os ratings, mas reconhece a continuidade das movimentações de consolidação do setor, especialmente em parcerias entre operadoras e hospitais.

Além disso, a liquidez da maioria das empresas é considerada adequada para os vencimentos de dívida em 2024, embora algumas precisem endereçar vencimentos importantes nos próximos anos para evitar pressões nos ratings. Entre janeiro e maio deste ano, os emissores de saúde captaram cerca de R$ 6,2 bilhões, o que para a Fitch demonstra que o setor tem agido para reforçar a liquidez e gerenciar o perfil de dívida.