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Ibovespa hoje opera pressionado por juros e payroll; saiba mais

Nem a valorização do petróleo, nem os índices de ações do ocidente são suficientes para animar índice hoje

Ibovespa hoje opera pressionado por juros e payroll; saiba mais
Ibovespa, o principal índice da B3. (Foto: Adobe Stock)

Ibovespa hoje mostra oscilação nesta sexta-feira (4). Após abrir em queda, o índice mostrou viés positivo por volta das 11 horas e depois retomou a queda. Às 11h50, opera perto da estabilidade (queda de 0,01%), aos 131.660 pontos.

Mesmo assim, a valorização do petróleo e dos índices de ações do ocidente são insuficientes para animar o principal indicador da B3 hoje. Na véspera, o índice encerrou a sessão em baixa de 1,38%, aos 131.671,51 pontos. Assim, acumulou queda de 0,80% na semana, depois de avançar na passada.

O que direciona o Ibovespa hoje

Payroll americano

Nos Estados Unidos, foi divulgado o dado mais esperado da semana – o payroll. O relatório de emprego americano mostrou criação de 254 mil empregos em setembro nos EUA. O resultado superou em cheio o teto das projeções, de 140 mil.

A taxa de desemprego caiu a 4,1%, na comparação com estimativa de 4,2%, e o salário médio avançou na margem (0,4%) e no confronto interanual (4,0%) mais do que o previsto, de 0,3% e 3,8%, respectivamente.

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“O payroll veio forte, e indica que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deveria cortar 25bps 0,25 ponto porcentual e não 50bps meio ponto”, avalia Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, ao referir-se ao ritmo de queda dos juros.

Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, reforça que o payroll trouxe resultados fortes em todas as frentes, o que corrobora com a chance de queda dos juros em 0,25 ponto porcentual nos EUA em novembro.

Commodities

Também no exterior, o petróleo volta a subir – em torno de 0,80% – pelo quarto dia consecutivo, mas em menor proporção. Na quinta-feira (3), saltou 5,00% diante do temor de que o avanço do conflito no Oriente Médio ameaça a oferta da commodity.

Contudo, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) têm viés de baixa, assim como os papéis da Vale (VALE3), que ainda segue sem a referência do minério de ferro em Dalian, por conta de feriado chinês. Os ativos ordinários da petroleira caem 0,24%, negociados a R$ 41,24, enquanto os preferenciais cedem 0,45%, a R$ 37,77. Já a mineradora recua 0,10%, a R$ 62,88.

Na véspera, as ações da Petrobras ON fecharam com altas em torno de 1,00%, na esteira do petróleo, mas foram insuficientes para evitar uma queda do indicador da Bolsa.

Noticiário corporativo

A Vale informou que mais duas barragens – 5-Mutuca, em Nova Lima, e Dique de Pedra, em Ouro Preto, ambas em Minas Gerais – tiveram seus níveis de emergência retirados pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Ambas receberam Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva, que atesta a sua segurança. Saiba mais aqui.

Já a Petrobras anunciou potencial de gás nas descobertas localizadas na Bacia de Guajira Offshore, na Colômbia, enquanto a Suzano (SUZB3) informou que o volume de sua produção de celulose de mercado em 2024 será inferior em cerca de 4% comparado à sua capacidade produtiva nominal.

Mercado brasileiro

Por aqui, persistem as preocupações fiscais que tendem a exigir uma Selic alta por um período prolongado, o que reduziria o diferencial de juros com a taxa americana. Além da falta de confiança do investidor no governo, por conta do fiscal e da inflação elevada, a questão dos juros é limitador, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

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Apesar do noticiário esvaziado no Brasil, as preocupações fiscais permanecem elevadas. Para Ashikawa, da Principal Claritas, o Ibovespa hoje parece operar numa dinâmica única. “Aqui temos as próprias questões a se monitorar”, pontua, lembrando que apesar da elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s, as outras agências de classificação de risco não foram na mesma direção. “A questão fiscal sempre segue como pano de fundo”, diz o economista da Principal Claritas.