Os juros futuros fecharam a segunda-feira em leve queda. Antes da decisão do Federal Reserve na quarta-feira, (1º), o recuo do dólar e dos rendimentos dos Treasuries deram segurança para uma moderada exposição ao risco na curva local, mesmo com a agenda doméstica negativa hoje para o cenário de inflação e fiscal.
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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,160%, de 10,190% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 era de 10,39%, de 10,44%. O DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 10,76% (10,80% no ajuste anterior) e o DI para janeiro de 2029, taxa de 11,30%, de 11,34%.
As taxas até o trecho intermediário já vinham de duas sessões seguidas de baixa, mas ainda assim a avaliação dos profissionais da renda fixa é de que há gordura na curva, o que justifica o fechamento da curva nesta segunda-feira. O câmbio esteve mais bem comportado, com o dólar oscilando perto dos R$ 5,10, para fechar em R$ 5,1153 no segmento à vista.
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Nos Treasuries, a taxa da T-note de 10 anos cedia a 4,60% no horário acima. No meio da tarde, chegou a diminuir o ritmo de queda depois que o Tesouro divulgou o relatório de refinanciamento trimestral, que informou sobre a necessidade de tomar US$ 243 bilhões em empréstimo no segundo trimestre, um avanço de US$ 41 bilhões em relação ao que havia sido divulgado em janeiro. “Os juros futuros caíram ligeiramente, estendendo o movimento de sexta-feira devido ao IPCA-15 benigno, diante da queda dos yields dos Treasuries e do enfraquecimento do dólar, mas no aguardo pela reunião de quarta-feira do Fomc”, resumiu Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
O mercado local só poderá se ajustar ao Fed no dia seguinte, uma vez que a B3 estará fechada na quarta-feira, feriado do Dia do Trabalhador. Para o estrategista de renda fixa da BGC Liquidez Daniel Leal, os DIs podem não conseguir esticar o alívio nos prêmios até amanhã, justamente pela expectativa de aumento da cautela na véspera da reunião do Fed. “Pode haver uma pressão de alta no dólar e no DI, com o mercado comprando proteção. A tendência é o investidor amanhã ficar mais tomado na curva”, prevê.
Com o foco voltado hoje ao exterior, os indicadores por aqui ficaram em segundo plano. As contas do Governo Central registraram déficit primário em março, de R$ 1,527 bilhão, muito abaixo do déficit de R$ 58,444 bilhões em fevereiro, mas pior do que a expectativa do mercado, que apontava um superávit de R$ 1,4 bilhão. Na busca por receitas, o governo conta com a reformulação do Perse, cujo projeto de lei deve ser votado ainda esta semana no Senado. Outro foco é a reoneração da folha de pagamentos, depois que o Senado apresentou um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Cristiano Zanin de suspender trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha.
Pelo lado da inflação, o IGP-M de abril surpreendeu, com alta de 0,31%, bem acima da taxa de 0,12% apontada pela mediana das estimativas, após queda de 0,47% em março. Para o economista da LCA Consultores, Fábio Romão, o resultado não altera a perspectiva de queda de 0,50 ponto da Selic em maio, mas deve reforçar uma postura mais vigilante por parte do Banco Central em junho, endossando a possibilidade de uma redução do ritmo para 0,25 ponto.
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