O dólar recuou ante o euro e a libra nesta sexta-feira (24), sob pressão após os dados da pesquisa da Universidade de Michigan com consumidores nos Estados Unidos. A libra chegou a operar em queda, diante do recuo acima do esperado nas vendas no varejo do Reino Unido, mas retomou fôlego, enquanto o euro manteve sinal positivo mesmo enquanto dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) reforçavam a possibilidade de corte de juros em junho.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 156,95 ienes, o euro avançava a US$ 1,0851 e a libra tinha alta a US$ 1,2737. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,37%, a 104,724 pontos, mas na comparação semanal ainda subiu 0,27%.
O índice de sentimento do consumidor nos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, recuou de 77,2 em abril a 69,1 na leitura final de maio. Analistas ouvidos pela FactSet previam 67,4, que era a preliminar. Já as expectativas de inflação em 12 meses subiram de 3,2% em abril a 3,3% em maio, abaixo da preliminar de 3,5%, enquanto as expectativas para a inflação em 5 anos se mantiveram em 3,0%, como esperado.
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O dado pressionou o dólar, com o DXY estendendo um pouco perdas já vistas mais cedo. Na avaliação da Oxford Economics, os consumidores americanos se preocupam com a perspectiva de alta no desemprego e desaceleração no avanço dos salários, em quadro de juros ainda altos. A consultoria diz que uma revisão metodológica em andamento e a eleição presidencial deste ano nos EUA devem elevar a volatilidade do índice, mas também acredita que a queda na inflação apoiará a confiança.
Na Europa, a libra chegou a ficar sob pressão mais cedo, após as vendas no varejo do Reino Unido caírem 2,3% em abril ante março, abaixo da previsão de queda de 0,5% dos analistas. A Capital Economics acredita que a renda ainda deve apoiar a atividade no país, enquanto o Julius Baer previa derrota eleitoral no início de julho do premiê Rishi Sunak, mas considerou que isso deve ter pouco impacto no mercado.
Entre dirigentes do BCE, Joachim Nagel foi mais uma voz a citar a perspectiva de corte de juro em junho, mas considerou que a redução seguinte viria apenas em setembro. Isabel Schnabel disse ver esse corte em junho como provável, caso os dados gerem confiança, mas advertiu contra um ciclo muito rápido de reduções, ante a persistência de alguns dos componentes da inflação.
Entre emergentes, o dólar caía a 902,38 pesos chilenos. No fim do dia de ontem, o BC do Chile cortou sua taxa básica em 50 pontos-base, a 6,00%, por unanimidade, reduzindo o ritmo da flexibilização. Para a Pantheon, deve haver cortes graduais nos juros, guiados pelos indicadores no país.
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