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Gustavo Franco: ‘Todos os presidentes reclamam da taxa de juros’

Em carta a investidores, economista da Rio Bravo comenta embates entre presidente Lula e o Banco Central

Gustavo Franco: ‘Todos os presidentes reclamam da taxa de juros’
Gustavo Franco. Foto: Fabio Motta/Estadão
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  • Para Gustavo Franco, economista da Rio Bravo, boa parte das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central e aos juros altos são até bastante previsíveis
  • “Desancar os juros altos é normal e aceitável, para qualquer político, desde que sem exageros. Todos os presidentes sempre reclamam da taxa de juros. Mais ou menos como os exportadores reclamam da taxa de câmbio”, afirma Franco, no documento

Nada inesperado no “front”. Para Gustavo Franco, economista e sócio-fundador da Rio Bravo, boa parte das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central e aos juros altos são até bastante previsíveis – apesar de desnecessárias e deixarem uma sensação “ruim” no mercado.

Na nova carta da gestora, referente às estratégias de fevereiro, o especialista ressalta que os efeitos práticos das declarações do chefe do Executivo contra a independência e gestão da autoridade monetária foram praticamente nulos.

“Desancar os juros altos é normal e aceitável, para qualquer político, desde que sem exageros. Todos os presidentes sempre reclamam da taxa de juros. Mais ou menos como os exportadores reclamam da taxa de câmbio”, afirma Franco no documento.

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O certo, segundo Franco, é que a economia deve sofrer enquanto o PT faz seus tradicionais “jogos de guerra”. Na outra ponta, assuntos importantes, como reformas e arcabouço fiscal, são abafados pelos ruídos políticos.

Resultados: crédito privado, FIIs e ações

No crédito privado, uma série de eventos inesperados provocaram a desvalorização das debêntures e prejudicaram os fundos de crédito privado.

A crise da Americanas, que entrou em recuperação judicial após noticiar um rombo de R$ 20 bilhões nos balanços, e as dificuldades vividas por Oi, Azul, Gol, CVC, Light e Marisa, que precisam reestruturar suas dívidas, foram alguns desses eventos. No final, o fundo Rio Bravo Crédito Privado rendeu 16,65% do CDI no período.

As atuais dificuldades do varejo reacenderam a necessidade de pensar na localização dos imóveis investidos, no caso dos fundos imobiliários. Apesar da queda de 1,77% em fevereiro, o fundo Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11), voltado para varejo de rua, acumula alta de 1,9% em 2022. Os dados são do Mais Retorno.

“Um imóvel comercial voltado para o varejo, bem localizado, flexível, com boa disposição, com fachada ampla, em região consolidada, com grande fluxo e fácil acesso a transporte público, tende a ter maior resiliência e crescimento de receita ao longo do tempo”, afirma Anita Scal, diretora de investimentos imobiliários da Rio Bravo.

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Em relação a ações, pelo menos três empresas investidas pela Rio Bravo já reportaram resultados: Hypera, Klabin e XP. Esta teria tido o pior resultado. “Não esperamos recuperação no curto prazo dos resultados da XP em função de menores taxas de distribuição de renda fixa e renda variável, que vão pressionar os rendimentos do segmento de varejo”, afirmam Evandro Buccini e Francesco Lupo Pasino, da Rio Bravo.

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