- Feito de forma estruturada, este planejamento pode facilitar o atingimento de objetivos na fase adulta, como cursar uma faculdade, fazer um intercâmbio, adquirir um automóvel ou empreender, por exemplo. Além disso, cria-se uma oportunidade também de aprendizado mútuo entre os adultos e as crianças
- Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em setembro, 74% das famílias brasileiras relataram estar endividadas
No dia 12 de outubro comemora-se o Dia das Crianças. No passado, quando um filho nascia, era muito comum que os pais fizessem uma poupança para ele, como forma de se planejar para eventuais gastos no futuro.
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Feito de forma estruturada, este planejamento financeiro para as crianças pode facilitar a realização de objetivos na fase adulta, como cursar uma faculdade, fazer um intercâmbio, adquirir um automóvel ou empreender, por exemplo. Além disso, cria-se uma oportunidade também de aprendizado mútuo entre os adultos e as crianças.
Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em setembro, 74% das famílias brasileiras relataram estar endividadas, o que representa uma alta de 1,1 ponto percentual em relação a agosto e de 6,8 pontos ante 2020.
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Tendo em vista o alto número de endividados no País, fazer um planejamento financeiro é essencial para que os pais e os filhos tenham uma vida confortável. Além disso, é uma ótima maneira de dar conselhos, ensinando-as a lidar com os períodos de crise e a possuírem uma relação saudável com o dinheiro.
Martin Iglesias, professor e especialista em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco, explica que começar a investir pensando no futuro das crianças é também uma forma dos próprios adultos aprenderem mais sobre o universo de investimentos e educação financeira, para poderem se organizar e, posteriormente, transmitir esse conhecimento.
“Quanto antes se iniciar a reserva e alocação dos investimentos pensando no futuro das crianças, melhor o resultado financeiro. E a partir de uma idade na qual se tem uma capacidade de entendimento, por volta dos 7 ou 8 anos, é importante aproveitar para transmitir ensinamentos válidos para toda a vida”, diz.
Realizar investimentos periódicos
É importante ter disciplina para realizar aportes periódicos para garantir a reserva financeira. E conforme as crianças crescem, reforçar sempre que parte da mesada não será recebida para gastar, mas sim para guardar para o futuro. As instituições financeiras contam com recursos de aplicações programadas, válidas para praticamente todos os tipos de investimentos, o que pode ajudar a cumprir essa rotina.
Ao longo do tempo, acompanhar com a criança a evolução dos aportes e dos rendimentos é um bom exercício de planejamento e educação financeira.
Aprender sobre risco
Um passo importante é entender e saber lidar com a eventual desvalorização de ativos financeiros ao longo do tempo. E saber lidar com isso, transmitindo tal ensinamento, de forma que possam também ter entendimento e ciência de como lidar com essas situações.
Diversificar investimentos
A diversificação deve acontecer tanto no tipo de investimento quanto no prazo de vencimento dos títulos, com alternativas diferentes pensando no longo prazo. Importante sempre pesquisar as opções disponíveis no mercado em diferentes momentos e cenários, e procurar compor os investimentos com ativos locais, internacionais, prefixados, pós-fixados e renda variável, e com diferentes datas de vencimento (quando falamos de Tesouro Direto e CDBs).
Investir com foco no longo prazo
Quando se pensa em planejar o futuro, pensar em longo prazo é inevitável e existem diversas opções de investimentos, com diferentes prazos sugeridos ou necessários para permanência e resgate.
Nesse contexto, é aconselhável distribuir os investimentos em títulos indexados à inflação como, por exemplo, Tesouro Direto e CDBs, e também produtos de renda variável, como fundos de investimento em ações ou ETFs, que acabam tendo uma proteção indireta ao cenário cambial.
Questões tributárias
Vale também considerar, dentro da estratégia de diversificação, produtos que proporcionam benefícios fiscais, geralmente disponíveis em instrumentos de longo prazo. Os produtos de previdência privada, entre eles a Primeira Providência ou previdência infantil, oferecem opções que permitem abatimentos no Imposto de Renda.
O que não fazer
De acordo com Iglesias, há um grande erro a ser evitado para o planejamento financeiro das crianças: os pais não estarem minimamente preparados para o próprio futuro. “Se as finanças não estiverem em ordem na família, sem um nível de independência financeira razoável, isso pode acabar tornando-se uma carga para os filhos. O melhor presente que podem dar é ter a própria independência financeira, ou o mais próximo disso”, diz o especialista.
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