O euro voltou a perder terreno para o dólar nesta quarta-feira, após três dias seguidos de alta. A moeda comum operou pressionada pelo anúncio de que a União Europeia (UE) planeja reduzir o seu consumo de gás em 15% até o fim de março do ano que vem. A notícia deixou investidores mais pessimistas quanto à perspectiva de crescimento do bloco, já prejudicada pela alta inflação e interrupções nas entregas de gás da Rússia. O movimento ocorre ainda na véspera de decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE), que decidirá entre elevar os juros básicos em 25 ou 50 pontos-base.
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O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas rivais, subiu 0,37%, aos 107,076 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro cedia a US$ 1,0179, a libra depreciava a US$ 1,1978 e o dólar subia a 138,27 ienes.
A proposta da UE de reduzir o consumo de gás vem após seguidas interrupções no fornecimento de gás da Rússia à Europa. Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, 12 dos 27 países da UE foram atingidos e um corte total da oferta russa é “provável” – este cenário reduziria em até 1,5% o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco, segundo estima a comissária para Energia da UE, Kadri Simson. Caso isso de fato ocorra, a economia europeia ficaria “de joelhos”, uma vez que um eventual racionamento de energia priorizaria domicílios, em detrimento de indústrias, avalia o Danske Bank. Além disso, custos ainda mais altos no setor energético pesariam sobre o consumo em toda o continente, com Alemanha, Itália, Holanda e Bélgica mais expostas que o restante. Mesmo os países nórdicos, que pouco usam gás, verão os preços de energia elétrica subir, já que o mercado europeu é interconectado, completa a instituição.
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Amanhã, Moscou definirá se o fornecimento de gás à Alemanha por meio do gasoduto Nord Stream será retomado, após um período de manutenção. A estatal Gazprom afirmou mais cedo que não havia recebido os documentos para religar as turbinas do gasoduto.
Outro fator de pressão sobre o euro, a crise política na Itália deve culminar na dissolução da coalizão governista e eventual renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi, apesar da vitória no voto de confiança no Senado.
O mercado cambial também operou à espera da decisão monetária do BCE amanhã, que deve seguir sua orientação futura e elevar os juros na zona do euro em 25 pontos-base, segundo analistas consultados pelo Broadcast, apesar do noticiário recente indicar que os dirigentes vão discutir a possibilidade de um aumento maior, de 50 pontos-base.
O peso argentino voltou a bater mínima histórica ante o dólar no mercado paralelo, um dia após o recorde anterior. Segundo o Ámbito Financiero, o chamado dólar blue subia a 317 pesos nesta tarde. No câmbio oficial, o dólar subia a 129,433 pesos argentinos. Já o peso chileno operava próximo à estabilidade, com o dólar recuando a 927,95 pesos.
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Reportagem do Broadcast mostra que ambas as divisas devem continuar pressionadas, mas sem risco de deflagrar uma crise cambial generalizada.