- Nubank anuncia a criação de uma criptomoeda própria.
- O ativo digital será lançado oficialmente no primeiro semestre de 2023.
- O mercado financeiro tradicional se movimenta em direção às criptomoedas, mas não embarca na DeFi.
O Nubank anunciou recentemente a criação de uma criptomoeda própria, mas o projeto completo ainda está sendo desenvolvido, com o lançamento previsto para 2023. Por enquanto, clientes selecionados poderão conferir o Nucoin e palpitar sobre as funcionalidades da nova moeda digital.
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Esse é mais um passo das instituições financeiras em direção ao mercado cripto no Brasil, em um movimento de mais de uma década. Se os bancos um dia foram contra o bitcoin, pouca gente lembra, já que agora o sistema financeiro tenta tomar as rédeas das finanças digitais.
“De modo geral, a visão do Banco Central do Brasil é pró-tokenização”, comenta Alexandre Vargas, associado sênior da área de Serviços Financeiros do Cescon Barrieu Advogados. O órgão pretende transformar o uso do real digital como estratégia para emplacar um sistema de pagamento instantâneo internacional, uma espécie de “pix global”.
1. O que é o Nucoin?
O Nucoin é descrito pela fintech como criptomoeda e token ao mesmo tempo.
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“Token, porque ele dará direito a vantagens aos clientes que tiverem esse ativo na carteira”, escreveu o Nubank. “Criptomoeda, porque cada Nucoin tem o mesmo valor, não é consumido e não tem nada de validade”, segundo o banco.
2. Mas o Nucoin é realmente uma criptomoeda?
O bitcoin e o ethereum são as criptomoedas mais conhecidas do mercado global e fazem parte das finanças descentralizadas. O sistema delas é regulado por uma tecnologia chamada blockchain, que tem validação de transações entre os usuários.
“O real digital e o Nucoin não são criptomoedas como o bitcoin ou o ethereum”, explica André Camara, sócio do Benício Advogados Associados. Os ativos emitidos por bancos, sejam autoridades regulatórias ou instituições privadas, não são administrados pelos próprios usuários, pois o poder está concentrado.
Dessa forma, tanto a Central Bank Digital Currency, como o real digital e as chamadas “criptomoedas de fintechs”, como o Nucoin, podem ser classificados como criptoativos, mas não como criptomoedas no sentido mais tradicional. Elas não fazem parte do movimento de descentralização de finanças (DeFi).
3. Quais são as características principais do Nucoin?
O Nucoin é uma criptomoeda de fintech do tipo token de utilidade; ou seja, por meio dessa moeda, o Nubank dará acesso a serviços, produtos, benefícios e vantagens aos clientes.
A instituição financeira afirma que o ativo será a “base para criação de um programa de recompensas”, mas sem descartar a comercialização dele no futuro no mercado de criptomoedas.
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Assim, “a movimentação dessa moeda deverá ser feita futuramente com base em blockchain aberta, em razão da parceria com a Polygon, que opera com o token MATIC”, esclarece Fabrício da Mota Alves, sócio do Serur Advogados.
4. Quem vai receber o Nucoin?
Por enquanto, a oferta está limitada para os membros participantes do processo de cocriação. Porém, o banco digital afirma que, a partir de 2023, todos os clientes poderão ter Nucoins sem custo.
5. Vale a pena comprar Nucoin?
Por enquanto, a seleção de convidados segue sendo realizada e contemplará os mais engajados na NuCommunity, espaço online dedicado ao diálogo com clientes, além de outros membros. Também não se sabe ainda se a transação entre usuários será permitida.
No entanto, quem receber o ativo nesse primeiro momento pode ser privilegiado. “Quem chega primeiro bebe água limpa”, avalia Raquel Vieira, especialista em criptomoedas da Top Gain.