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Educação Financeira

Como se organizar financeiramente para pagar todas as contas de janeiro

Mês fica marcado por boletos que não costumam chegar no resto do ano, como matrícula escolar, IPTU e IPVA

Como se organizar financeiramente para pagar todas as contas de janeiro
Especialista em educação financeira da Ágora Investimentos, recomenda que as pessoas se programem quanto aos pagamentos; ou seja, deixem uma quantia de dinheiro reservada para quitar os boletos (Fonte: Pixabay)
  • As matrículas e mensalidades escolares podem aumentar o dobro da inflação, apontou a SIEESP (Sindicato do Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo)
  • Thiago Godoy, especialista em educação financeira da Rico, dsgere um método chamado de “50, 30 e 20” para se organizar financeiramente
  • O primeiro passo é entender quanto custará cada valor. Para o IPTU, os valores são calculados de acordo com a metragem do imóvel e a alíquota vária para cada tipo de imóvel de acordo com a região e a cidade

Além das contas tradicionais, como luz, água, e energia, o começo do ano é marcado por boletos anuais, tal qual o IPTU, IPVA, DPVAT, seguro, rematricula escolar, entre outros. Especialistas entrevistados pelo E-Investidor deram conselhos de como se organizar financeiramente para que o orçamento não fique totalmente enxugado pelas contas.

O primeiro passo é entender quanto custará cada valor. Para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), os valores são calculados de acordo com a metragem do imóvel e a alíquota varia para cada tipo de imóvel de acordo com a região e a cidade. No caso de São Paulo, por exemplo, para imóveis construídos como residência é calculado a razão de 1% do valor venal, enquanto que para os demais o imposto fica em 1,5% do valor venal.

No Rio, os imóveis residenciais também tem uma alíquota 1% do valor venal; imóveis comerciais, 2,5%; e terrenos e áreas não construídas, 3%. A apuração do valor venal é realizada a partir dos dados do imóvel no cadastro da Secretaria da Fazenda (área do terreno, área construída e idade da construção).

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No caso do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), a consulta pode ser feita no site da secretaria de governo do Estado. É preciso entrar na opção de pagamento de débitos para veículos, digitar o número do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e terá acesso ao débito.

Os proprietários de automóveis também precisam pagar o DPVAT, que consiste em um seguro contra danos pessoais por veículos automotores terrestres. Porém, há discussões na Superintendência de Seguros Privados (Susep) se o débito deverá ser pago ou não em 2023. Neste ano, o encargo não foi cobrado porque houve um excedente de recursos para bancar as indenizações.

Quanto o valor do seguro, seja de residência ou vida, o valor dependerá de cada pessoa. Então, segundo os especialistas, o importante é ter anotado quanto deverá custar no próximo ano. Vale destacar que os boletos podem sofrer um reajuste anual, então o valor pode aumentar ou diminuir se comparado com o preço pago em 2022.

Já as matrículas e mensalidades escolares podem aumentar o dobro da inflação, apontou o Sindicato do Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (SIEESP). Como a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode chegar a 5,92% ao ano, segundo o último boletim Focus, as mensalidades podem passar por um reajuste de 10%.

Organização

Eduardo M. Reis Filho, especialista em educação financeira da Ágora Investimentos, recomenda que as pessoas se programem quanto aos pagamentos, ou seja, deixem uma quantia de dinheiro reservada para quitar os boletos. Ele sugere que uma parcela de décimo terceiro, bônus ou comissões de final de ano seja utilizado para este fim, além de guardar uma quantia todos os meses.

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Se programar financeiramente também ajuda os brasileiros a conquistarem descontos nos boletos, diz Rodolfo Olivo, professor da FIA Business School. Em São Paulo, por exemplo, é abatido 3% do valor bruto do IPTU se pago em uma única parcela. Se quitado de uma única vez, o IPVA paulista também tem a mesma porcentagem de desconto.

“Se não for possível pagar a vista [com desconto], as pessoas devem ficar atentas sobre o quanto de juros tem no parcelamento e, eventualmente, buscar o próprio financiamento da conta porque provavelmente será mais barato do que os juros bancários”, afirmou Olivo.

Thiago Godoy, especialista em educação financeira da Rico, por sua vez, sugere que os brasileiros fixem um valor mensal para investir com o intuito de chegar em janeiro com o montante necessário para pagar as contas. Ele sugere um método chamado de “50, 30 e 20”.

Basicamente, é preciso reservar 50% da renda mensal para pagar despesas fixas e variáveis, como aluguel, alimentação, água e luz; 30% para itens não essenciais, como viagens, lazer e roupas; e 20% para investimentos. Na prática, uma pessoa que recebe R$ 5 mil líquidos destinará R$ 2,5 mil para contas, R$ 1,5 mil para itens não essenciais e R$ 1 mil para investimentos.

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