Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles – trio de investidores de referência da Americanas (AMER3) – emitiram pela primeira vez, desde o início da crise da varejista, um comunicado no qual alegam que não tinham conhecimento do que chamaram de “manobras ou dissimulações contábeis” nos balanços da empresa.
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Eles acrescentam que nem empresa de auditoria, a PWC, nem os bancos denunciaram qualquer irregularidade relativa à companhia. Leia a nota completa do trio no site do Estadão.
“Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país”, afirma o trio em nota pública. As informações foram apuradas pelo Broadcast.
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Eles afirmam ainda que a empresa era tocada por executivos considerados qualificados e “de reputação ilibada” e acrescentam que a empresa era auditada por “uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC”.
“Ela [PwC] por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade”, pontuam os bilionários. Com esses argumentos, os três afirmam que acreditavam que “tudo estava absolutamente correto”.
“O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras”, acrescentam Lemann, Sicupira e Telles.
O que fazer com as ações?
Na última quinta-feira, teve o seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do Rio de Janeiro. No total, as dívidas da varejista somam aproximadamente R$ 43 bilhões.
Por ora, a desconfiança com a 3G Capital não precisa alterar as estratégias de investimento de quem tem as ações da Ambev na carteira. “Para quem está posicionado em ABEV3, acho que segue o baile. Não tem que se preocupar absolutamente com nada”, afirma Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira.
João Abdouni, analista da Inv, tem uma visão oposta: quem já tem as ações e está inseguro com a possibilidade de que a história de Americanas se repita na Ambev pode aproveitar a brecha e realizar lucros. “A Ambev está negociando a 17 vezes o lucro, cabe vender”, diz, se referindo à métrica preço sobre lucro (P/L).
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