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Dólar: quanto a moeda vai custar até o fim do ano? 10 corretoras respondem

Desde o dia 2 de junho, a moeda norte-americana segue cotada abaixo dos R$ 5

Dólar: quanto a moeda vai custar até o fim do ano? 10 corretoras respondem
R$ 3,1 bilhões podem ser seus na Mega Millions. Foto: Envato Elements
  • Até o momento, as projeções apontam para uma tendência de alta para o dólar ao longo do segundo semestre
  • Das 10 corretoras e bancos consultadas pelo E-Investidor, sete projetam uma cotação para a moeda norte-americana a partir dos R$ 5 no fim de 2023

O recuo do preço do dólar frente ao real chama a atenção dos investidores e das pessoas com planos de viajar para o exterior. Desde o dia 2 de junho, a moeda norte-americana segue cotada abaixo dos R$ 5 e acumula, segundo dados do TradeMap, uma desvalorização de 6,93% de janeiro até as negociações de quarta-feira (28).

Na última segunda-feira (26), o dólar chegou a R$ 4,76, um patamar que não era visto desde 31 de maio de 2022. Já no fechamento desta quinta-feira (29), a moeda caiu 0,1%, cotada a R$ 4,85.

Até o momento, as projeções apontam para uma tendência de alta para o dólar ao longo do segundo semestre. Das 10 corretoras e bancos consultadas pelo E-Investidor, sete projetam uma cotação para a moeda norte-americana a partir dos R$ 5 no fim de 2023.

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As estimativas do Santander Brasil são as que apontam uma recuperação mais acentuada até dezembro. O banco crê que a moeda chegue ao fim de 2023 cotada a R$ 5,40. “Seguimos antevendo espaço limitado para o real se valorizar à frente em função de uma perspectiva de condições monetárias ainda apertadas no exterior e riscos de implementação associados ao novo arcabouço fiscal”, informou o Santander em relatório.

O C6 Bank também precificou um patamar semelhante para o dólar para o fim do ano: R$ 5,30. Segundo Felipe Salles, economista chefe do banco , a estimativa se baseia, principalmente, no contexto de ciclo de aperto monetário no Brasil e nos principais mercados globais, como a dos Estados Unidos. Como o mercado local começa a discutir a queda dos juros, enquanto nos EUA ainda há espaço para novas altas, os ativos domésticos podem perder a atratividade para os investidores estrangeiros.

No entanto, se o novo Arcabouço Final, que ainda aguarda a aprovação das mudanças feitas pelo Senado na Câmara dos Deputados, e a reforma tributária forem aprovados, há a possibilidade de o dólar continuar em queda e chegar até R$ 4,65, de acordo com as projeções da Frente Corretora no caso de um cenário mais otimista. “Se o governo não tiver um compromisso com o campo fiscal, devemos ter uma cotação do dólar em torno de R$ 4,90”, diz Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

Veja as projeções das corretoras para o dólar no fim de 2023

Ágora Investimentos – Dólar cotado a R$ 5,10

“Esperamos desaceleração no ritmo de crescimento econômico nos próximos meses e as questões fiscais ainda inspiram cautela”, informou a Ágora Investimentos em relatório publicado nesta quinta-feira (29). Com a perspectiva desse cenário, a corretora acredita que o dólar deve seguir em uma tendência de alta até alcançar o patamar de R$ 5,10.

AZ Quest – Dólar cotado a R$ 4,80

“Houve uma reprecificação grande na curva de juros e ainda temos um cenário político mais estável. Tivemos um recorde na balança comercial com as exportações muito forte e isso resulta em um maior suporte para o real. O cenário de inflação segue bastante benéfico, enquanto nos mercados desenvolvidos há dúvidas muito grande sobre qual será o juro terminal (fim do ciclo de aperto monetário)”, diz Gustavo Menezes, gestor de área macro da AZ Quest.

BTG Pactual – Dólar cotado a R$ 5,30

“Revisamos nossa projeção de câmbio para R$ 5,10/US$ (de R$ 5,30/US$) no fim de 2023, em função da descompressão do prêmio de risco doméstico. Contudo, nosso cenário fiscal não incorpora o aumento de carga tributária pretendido pelo governo. Caso o governo consiga cumprir as metas de primário estabelecidas, estimamos que o câmbio fecharia 2023 em R$ 4,80/US$. A aprovação de uma reforma tributária do consumo reduziria ainda mais o risco País, contribuindo para maior apreciação cambial”, informou o BTG Pactual em relatório.

Banco BV – Dólar cotado a R$ 5,30

“Ainda temos uma inflação bastante resistente nas economias avançadas e essa inflação deve fazer com que os juros permaneçam em patamares elevados por mais tempo. No Brasil, estamos com a expectativa de redução da taxa de juros a partir de agosto. Então, essa diferença de juros pode resultar em uma maior fraqueza para o real (e alta do dólar). Outro fator é a incapacidade fiscal do governo de atingir as metas estabelecidas para o ano que vem. O terceiro fator seria uma desaceleração global que impacta no preços das commodities. Então, não teremos mais uma ajuda externa de fluxo de dólar que ajuda apreciar a moeda brasileira”, diz Carlos Lopes, economista do BV.

C6 Bank – Dólar cotado a R$ 5,30

“O Brasil está começando o ciclo de queda de juros, enquanto os Estados Unidos ainda estão no ciclo de aperto monetário. Então, com a diferença de juros, reduz a atratividade dos ativos brasileiros e, com isso, o dólar valoriza. Há o aumento moderado da dívida do governo e a dívida tem uma relação com a taxa de câmbio”, diz Felipe Salles, economista chefe do C6 Bank.

CM Capital – Dólar cotado a R$ 5,05

“Nossa expectativa é de que o Brasil siga se beneficiando de fatores tanto de ordem internacional quanto no campo doméstico para garantir a manutenção do câmbio em patamar mais controlado. No front internacional, destaque para a atratividade do país tanto em função do elevado nível da taxa de juros, que mesmo que seja reduzida nos próximos meses, seguirá com nível real significativamente elevado. No campo doméstico, destaque para a boa perspectiva para implementação de importantes reformas estruturais, como nos casos da Nova Regra Fiscal e da reforma tributária”, diz Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

Frente Corretora – Dólar cotado entre R$ 4,65 e R$ 4,90

“Se tivermos a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária mais uma sinalização do governo de que haverá uma redução dos gastos, vejo o dólar podendo transitar em torno de R$ 4,65. Se o governo não tiver um compromisso com o campo fiscal, devemos ter uma cotação do dólar em torno de R$ 4,90”, diz Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

Guide Investimentos – Dólar cotado em R$ 4,80

“Essas projeções levam em consideração a manutenção de um diferencial de juros elevado (menor em 2024), CDS (Credit Default Swap – título derivativo que serve como proteção ou seguro contra inadimplência) em torno dos 170-160 bps, e um diferencial de inflação de 200 bps. Também contemplamos uma leve piora nos termos de troca no ano que vem”, diz Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Santander Brasil – Dólar cotado em R$ 5,40

“Apesar da solidez das contas externas, seguimos antevendo espaço limitado para o real se valorizar à frente em função de uma perspectiva de condições monetárias ainda apertadas no exterior e dos riscos de implementação associados ao novo arcabouço fiscal”, disseram Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander Brasil, e a equipe de Macroeconomia do banco em relatório.

XP – Dólar cotado em R$ 5

“Nos próximos meses, continuamos a projetar um câmbio médio de R$ 4,80, mas para o fim do ano temos ainda uma projeção de R$ 5 como referência porque ainda há dúvidas sobre o grau de desaceleração nas economias avançadas e sobre os elementos da política econômica. De qualquer forma, são patamares de câmbio inferiores aos dos anos anteriores”, diz Rodolfo Margato, economista da XP.

É hora de comprar dólar?

A cotação do dólar é uma das variáveis mais difíceis de se prever no mercado, por isso especialistas não conseguem cravar o futuro da trajetória da moeda. Ainda assim, para aqueles investidores interessados em dolarizar o portfólio ou turistas com viagens agendadas que precisam comprar a moeda, a desvalorização atual pode indicar uma boa janela de oportunidade. “Considerando o contexto atual, o risco de uma correção é maior do que a oportunidade de uma queda mais acentuada”, pontua Diego Costa, da B&T Câmbio.

A recomendação é sempre fazer múltiplos aportes – ou seja, comprar aos poucos para fazer um preço médio, sem tentar adivinhar o futuro da cotação. “Sempre indicamos que os clientes façam suas compras em partes”, diz Haryne Campos, especialista em câmbio na WIT Exchange. Segundo o último boletim Focus, o dólar deve encerrar o ano no patamar de R$ 5.

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Colaborou Rebecca Crepaldi

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