- O uso sem planejamento do cartão de crédito costuma ser a principal causa do endividamentos dos brasileiros
O cartão de crédito costuma ser a modalidade de pagamento mais utilizada pelos brasileiros na hora de ir às compras, mas os gastos acima da capacidade de pagamento e parcelamentos muito longos colocam em risco a saúde financeira das famílias.
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Nesta quinta-feira (21), o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu estabelecer em 100% o teto dos juros para o rotativo e parcelamento da fatura do cartão de crédito. Ou seja, as instituições financeiras não podem cobrar mais do que o dobro da dívida do consumidor em caso de atraso.
Mesmo com a medida, os consumidores precisam ter cautela ao usar o cartão de crédito. Isso porque a modalidade de pagamento representa uma das principais causas de endividamento dos brasileiros. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o porcentual de famílias brasileiras endividadas com cartão de crédito atingiu o índice de 87% e há registro de aumento desse tipo de dívida em todas as faixas de renda.
O descontrole com o uso do cartão de crédito pode resultar em uma dívida bem acima da capacidade de pagamento do consumidor ao ponto de comprometer a sua qualidade de vida. Por isso, uma das orientações básicas para quem deseja usar o cartão de crédito de forma inteligente é ter conhecimento sobre o próprio orçamento.
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“A pessoa precisa saber o quanto de dinheiro está saindo para as despesas essenciais, como aluguel, energia elétrica, internet, alimentação. O ideal é que esses gastos não ultrapassem 50% da receita”, orienta Gustavo Raposo, head de novos negócios na Neon. A cautela se torna ainda mais necessária em épocas de virada de ano, quando os custos aumentam devido à cobrança de IPTU, IPVA entre outras despesas.
“É importante avaliar se a compra é necessária. Tente de toda forma diminuir os gastos para poder fazer uma poupança para uma eventualidade futura”, diz Daniel Coelho, presidente da Fenacon. Após essa análise, o consumidor terá conhecimento do seu poder de compra para os gatos não essenciais e condições de pensar em estratégias de como incluir o cartão de crédito para a aquisição de bens e serviços.
Agora, se não tiver o valor total da fatura, o consumidor deve priorizar outras linhas de crédito, como empréstimos consignados e pessoal, para efetuar o pagamento do que o rotativo do cartão de crédito ou parcelamento da fatura devido aos altos custos.
“O rotativo de cartão de crédito e cheque especial só devem ser usados em casa de extrema emergência, pois os juros são impagáveis, mesmo com essa redução”, diz Fernando Bueno, especialista de investimentos da Ágora.
Mas se houver o comprometimento de pagar a fatura na data do vencimento, os programas de fidelidade, no qual as transações de cartão de crédito são revertidas em pontos ou em milhas, devem estar no radar dos consumidores por transformar o uso do meio de pagamento de forma inteligente. Há pessoas que incluem até esse benefício no planejamento financeiro para conseguir economizar em viagens nacionais e até internacionais, por exemplo.
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Foi o caso do casal Luís Antônio Caetano e Carolina Taketomi que conseguiu acumular mais de 2,4 milhões de milhas. O saldo foi utilizado para a emissão de 65 passagens aéreas para realizar o sonho de dar a volta ao mundo. “Eu comprei todos os presentes de familiares e amigos para aniversários e para o Natal nos shoppings dos programas de fidelidade, principalmente quando tinha promoção em que R$ 1 em compras equivalia a 10 pontos”, diz Taketomi. Veja os detalhes nesta reportagem.