Os juros dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) tiveram uma sessão marcada por volatilidade acentuada, e terminaram a tarde desta quarta-feira (7) em alta. Os yields oscilaram ao longo do dia em resposta a uma série de falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), à cautela com o setor bancário dos EUA e a um leilão de títulos com demanda forte.
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No fim da tarde em Nova York, o da T-note de 2 anos subia a 4,428%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,115% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,317%.
A decisão da Moody’s de rebaixar o rating do New York Community Bank (NYCB) fez pressão sobre os rendimentos, sobretudo no começo do pregão em Wall Street, segundo operadores do mercado. Isso porque, em tese, preocupações com a saúde do sistema bancário dos EUA inspirariam uma busca à segurança e aumentariam a procura por Treasuries. Outro driver baixista foi a divulgação do resultado de leilão de US$ 42 bilhões em T-notes de 10 anos, que teve demanda acima da média.
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Os investidores também acompanharam uma bateria de discursos de banqueiros centrais dos EUA, em busca de sinais sobre quando o ciclo de relaxamento monetário se iniciará. Os dirigentes não se mostraram apressados a começá-lo – o que é um fator altista para os rendimentos dos Treasuries. A diretora Adriana Kugler, por exemplo, reforçou que os juros devem ser cortados este ano, mas sinalizou que o cronograma certo dependerá da evolução dos indicadores.
Em relatório, o Lombard Odier disse considerar que faz sentido para investidores da renda fixa acrescentarem títulos de maior vencimento nos seus portfólios, mesmo que hoje eles tenham menor retorno que os de curto prazo. Isso porque, quando o Fed começar a relaxar sua política, a curva dos juros dos Treasuries caminhará para a normalização.