- No ranking da Forbes 2024 figura a jovem brasileira Livia Voigt como a bilionária mais jovem do mundo, herdeira da WEG (WEGE3)
- Um jovem que herda uma fortuna enfrenta uma gama de sentimentos, incluindo euforia, gratidão, pressão, e até mesmo confusão
- De acordo com o banco UBS, nas próximas duas décadas, somente nos EUA, os jovens estão prestes a marcar um ponto de virada histórico na distribuição de riqueza
Ler o ranking de bilionários na mídia pode aguçar um mar de sentimentos, desde a inspiração, curiosidade até a inveja ou preocupação com as desigualdades. Em muitos, acende o desejo de alcançar sucesso financeiro. É uma jornada de emoções e aspirações que revela muito sobre quem somos e os valores que temos.
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No ranking da Forbes 2024 figura a jovem brasileira Livia Voigt. A estudante de psicologia, com apenas 19 anos de idade, é a bilionária mais jovem do mundo, herdeira da fabricante de motores elétricos WEG (WEGE3). Um jovem que herda uma fortuna enfrenta uma gama de sentimentos, incluindo euforia, gratidão, pressão, e até mesmo confusão, insegurança ou ansiedade.
Há a alegria do conforto financeiro e as possibilidades que o dinheiro abre, mas também o peso das expectativas, cobranças, o enfrentamento de conflitos de interesses e a preocupação com a gestão adequada do legado. Alguns podem sentir-se motivados a construir sobre essa fortuna, enquanto outros podem sentir-se iludidos, paralisados ou sobrecarregados pela responsabilidade.
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A herdeira austro-alemã da Basf, Marlene Engelhorn, 31 anos, declarou, em coletiva de imprensa, que planejava doar sua fortuna de 25 milhões de euros, dizendo: “Tenho esse dinheiro porque o governo falhou em garantir que a riqueza fosse distribuída na sociedade de forma a não acabar de maneira desigual em minhas mãos, apenas porque nasci nesta família específica, com este sobrenome”.
Vive-se a era da maior transferência de riqueza já vista, impulsionada por heranças. De acordo com uma análise do banco UBS, nas próximas duas décadas, somente nos Estados Unidos, os jovens estão prestes a receber cerca de US$ 84 trilhões, marcando um ponto de virada histórico na distribuição de riqueza.
Segundo estudo do banco, tanto os milionários quanto seus herdeiros afirmam ter dificuldades para conversar sobre o assunto, ao mesmo tempo que alguns herdeiros disseram se arrepender de não dialogarem abertamente com os genitores sobre a gestão da fortuna, enquanto eram vivos.
Então, fica aqui a pergunta: você que é pai ou mãe, independentemente da quantidade de dinheiro que deixe, como está preparando seu filho, em vida, para o momento quando você não estiver mais aqui?
Atitude dos Pais: um compromisso consigo mesmo
Ser milionário tem suas mazelas. Implica em assumir um determinado estilo de vida e status social, aumenta as preocupações com segurança, privacidade e exige dedicação constante na gestão de grandes riquezas.
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A série famosa americana “Succession”, um pouco estereotipada (mas nem tanto assim) aponta para disfuncionalidade nas relações familiares com muito dinheiro envolvido. Repleta de manipulação e desafios, o patriarca Logan Roy testa a lealdade e a capacidade de seus filhos para liderar o império. Critica abertamente as fraquezas de cada filho, misturando amor duro com jogos de poder.
Para educar filhos saudáveis, autônomos e equilibrados na relação com o dinheiro é preciso vigilância, preparo e acima de tudo um compromisso consigo mesmo. Antes de fazer o testamento e o planejamento sucessório, vale a pena fazer uma boa reflexão de qual estilo de educação, valores, e exemplos que deseja passar e quais verdadeiramente está praticando.
Diante do futuro que os aguarda, é imperativo não apenas sonhar com a riqueza, mas também cultivar e partilhar um tesouro de valores profundos e significativos.
Imagine-se como um farol, guiando as novas gerações não só no manejo do tangível, mas na arte de viver com coração e propósito. É sobre mostrar a eles que a coragem vem de enfrentar a vida de peito aberto, que a riqueza verdadeira floresce na capacidade de se levantar após a queda, e que cada erro é uma lição disfarçada, pronta para ser desvendada. Neste sentido, é necessário observar, apreciar e aceitar os filhos como eles são, deixando-os livres para suas próprias escolhas, sem espelhar nele os próprios anseios, expectativas, ou até mesmo, os próprios desejos frustrados.
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Permita-se sonhar com um futuro em que as conversas sobre dinheiro e moral caminham lado a lado, onde seus atos refletem os valores mais nobres que você deseja passar adiante. Este é o compromisso mais profundo que podemos fazer: viver de forma que nosso exemplo seja a bússola que guiará os jovens em sua própria jornada.
Este é um caminho para criar um legado de verdadeira prosperidade, que se mede não pelo que se acumula, mas pelo impacto causado no coração e na alma do mundo.