- As ações da Petrobras encerraram o pregão em alta, impulsionadas pela notícia de que a Assembleia Geral Ordinária (AGO) aprovou, nesta quinta-feira (25), a proposta feita pelo Conselho de Administração da companhia para o pagamento de 50% dos R$ 43,9 bilhões em dividendos retidos pela estatal em março
- A PETR3 fechou o dia com um salto de 2,26%, a R$ 44,25, enquanto a PETR4 avançou 2,40%, a R$ 42,22
- Segundo dados levantados por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, a estatal ganhou R$ 12,7 bilhões em valor de mercado no pregão, totalizando R$ 561,4 bi
As ações da Petrobras encerraram o pregão em alta, impulsionadas pela notícia de que a Assembleia Geral Ordinária (AGO) aprovou, nesta quinta-feira (25), a proposta feita pelo Conselho de Administração da companhia para o pagamento de 50% dos R$ 43,9 bilhões em dividendos retidos pela estatal em março. A PETR3 fechou o dia com um salto de 2,26%, a R$ 44,25, enquanto a PETR4 avançou 2,40%, a R$ 42,22.
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A alta dos papéis foi suficiente para fazer a companhia se aproximar de seu recorde histórico de valor de mercado. Segundo dados levantados por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, a estatal ganhou R$ 12,7 bilhões em valor de mercado no pregão, totalizando R$ 561,4 bi. O recorde de valor de mercado da companhia é de R$ 566,9 bilhões, registrado em 19 de fevereiro deste ano.
Em um dia negativo para as Bolsas de Nova York, o desempenho das ações da estatal, que têm peso importante no índice, ajudavam a limitar as perdas do Ibovespa. O índice de referência da B3 encerrou o pregão em queda de 0,08%, a 124.645,5 pontos.
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Como mostramos aqui, a data com para investidores garantirem o recebimento dos valores também é esta quinta-feira.
Para boa parte dos analistas, a decisão da AGO já estava precificada. Agora, o ponto que será monitorado são os outros 50%, que ainda estão retidos pela estatal. A Assembleia aprovou um prazo até 31 de dezembro para que os acionistas da estatal discutam a possibilidade de pagamento do montante que ficou reservado; possibilidade que anima investidores. Veja detalhes nesta outra reportagem.
Relembre a ‘novela’ dos dividendos
A “novela” sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários pela Petrobras começou em 7 de março, dia em que a estatal divulgou os resultados referentes ao 4º trimestre de 2023 e comunicou ao mercado que pretendia distribuir somente o mínimo estabelecido pela Política de Remuneração aos Acionistas, ou seja, 45% do fluxo de caixa livre em proventos – um montante de R$ 14,2 bilhões. Os outros R$ 43,9 bilhões da reserva estatutária seriam represados.
- Relembre: 5 pontos para entender o que está acontecendo com a Petrobras na Bolsa
A notícia caiu como uma bomba entre investidores e somente no pregão seguinte, de 8 de abril, a estatal perdeu R$ 54,3 bilhões em valor de mercado, em uma sessão em que a PETR3 cedeu 10,37%, enquanto a PETR4 caiu 9,14%. Foi a pior performance da companhia na Bolsa desde fevereiro de 2021.
A principal dúvida do mercado era relacionada ao destino dos valores retidos. Circulou entre investidores que a companhia estaria estudando a possibilidade de criar um novo fundo para receber os proventos extraordinários com foco em investimentos futuros. Um movimento que faria “pouco sentido”, avaliou o BTG Pactual à época. A Petrobras também negou os rumores.
No início do mês, a pressão pelo pagamento dos proventos escalou para um racha entre integrantes do governo, com um atrito público entre o CEO Jean Paul Prates e o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira. Nos bastidores, dizia-se que Prates estava com os dias contados no cargo.
O principal cotado para assumir a presidência da petroleira era o ex-ministro e atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante – um boato que penalizou as ações da estatal, como mostramos aqui.
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No decorrer de abril, Jean Paul Prates ganhou apoio do ministro da Fazenda Fernando Haddad e permaneceu no cargo, um sinal visto com bons olhos pelo mercado. Com o governo federal em busca de alternativas para aumentar receitas, o pagamento dos dividendos retidos voltou ao radar. Na última semana, a meta fiscal foi revisada de superávit de 0,5% do PIB para déficit zero em 2025 – o entendimento é que a União também precisa de novas fontes de recursos e, neste caso, poderia se beneficiar com a distribuição dos R$ 43,9 bilhões retidos pela Petrobras.
Assim, na última sexta-feira (19), quando o Conselho de Administração informou que proporia na AGE desta quinta-feira a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários, o tema já havia sido precificado pelo mercado.