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Educação Financeira

Acontecimentos políticos interferem nos seus investimentos?

Entenda como os eventos políticos podem afetar as suas tomadas de decisão ao investir

Acontecimentos políticos interferem nos seus investimentos?
Estragos de um ataque da Rússia à um prédio na Ucrânia, em 2022 (Foto: AdobeStock)
  • Políticas de governo, mudanças na lei e eventos políticos têm um impacto significativo na Bolsa de Valores (B3) e no mercado financeiro como um todo
  • Veja como se preparar para eventos políticos e enxergar oportunidades

Políticas de governo, mudanças na lei e eventos políticos têm um impacto significativo na Bolsa de Valores (B3) e no mercado financeiro como um todo. Casos recentes como a polêmica dos dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobras (PETR3), (PETR4) e as tentativas de interferência na sucessão da Vale (VALE3) são exemplos de como acontecimentos políticos podem interferir nos investimentos.

No caso da petrolífera, os players do mercado temem uma forte influência do governo na decisão do Conselho da empresa para desconsiderar análises técnicas. A suposta interferência da liderança do Executivo resultou em um declínio de 10% no valor das ações da Petrobras no mercado de ações. Em um único dia, a empresa viu seu valor de mercado diminuir em aproximadamente R$ 56 bilhões.

Essa não foi essa a primeira vez que os cotistas foram pegos de surpresa por movimentações no campo político. Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro, que vinha criticando a política de preços de combustíveis, anunciou abruptamente a demissão do presidente da Petrobras na época, Roberto Castello Branco, por meio de um comunicado oficial. No mesmo dia, os papéis registraram uma queda de 6,63%, levando cerca de 120 dias para se recuperar.

A questão é maior que divergências ideológicas ou preferências por políticas econômicas desenvolvimentistas ou liberais. Decisões governamentais e outras ocorrências políticas sempre terão influência no mundo dos investimentos, resta estar preparado para elas.

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No caso de eventos de grande porte e de duração prolongada ou indeterminada como uma guerra, seja em Israel ou na Ucrânia, ou uma recessão global decorrente de um estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, como a crise de 2008, a tendência é que a taxa de câmbio comece afetar os índices de inflação do país. Muito do que consumimos depende direta ou indiretamente de importações. E com a inflação em alta, o Copom (Comitê de Política Monetária) pode considerar necessário subir a taxa de juros, e isso faz com que o custo de capital em nossa economia fique maior, ou seja, o crédito fica mais caro.

Se as empresas enfrentam um aumento nos custos operacionais para manter suas atividades, isso inevitavelmente se traduz em preços mais altos para os produtos e serviços que oferecem. Isso, por sua vez, pode desacelerar o consumo, afetando negativamente o desempenho das empresas listadas na bolsa.

Em períodos de recessão e desaceleração econômica, as empresas tendem a enfrentar receitas mais baixas e margens de lucro reduzidas, o que por sua vez afeta as projeções de resultados futuros elaboradas por analistas e investidores.

Como se preparar para o imprevisível?

De acordo com o especialista em renda variável do Me Poupe!, Eduardo Mira, todas as ocorrências macroeconômicas afetam direta ou indiretamente os seus investimentos, isso é cotidiano e faz parte da dinâmica. “Conhecimento é poder, e hoje, com a democratização do acesso às informações, ele está na palma da sua mão o tempo todo, basta querer aprender a usar”, afirma.

No entanto, não basta apenas estar atento ao noticiário e aos veículos de imprensa econômicos, segundo Mira. É preciso treinar os olhos para ler as notícias e fazer uma correlação de cenários.

“Em vez de agir com a manada, use o noticiário econômico a seu favor”, salienta o especialista. “Não é necessário se desesperar a cada notícia ou projeção de economistas, mas sim, criar o hábito de destrinchar a informação para então compreender se precisa, ou não, tomar medidas em sua alocação de investimentos.”

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Para Mira, o investidor que tiver o entendimento de que a política está entrelaçada com os rumos das grandes empresas da Bolsa (privadas ou públicas), sempre encontrará oportunidades e terá mais lucro.

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